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Christopher Uckermann

Conferi a munição da minha Glock pela sétima vez, ajeitei as facas e adagas no coldre. Nunca fiquei tão nervoso em uma missão, mas essa é diferente. Tem um sabor de liberdade. Quero acabar com isso logo e poder viver um pouco mais leve.

Na máfia, nunca há paz. Sempre há um contratempo. Podemos ter períodos bons, mas nunca cem por cento tranquilos. Eu aceitaria qualquer tempo extra com minha família e lutarei por isso hoje.

Giovanni chegou há algum tempo e já revisou todo o planejamento do ataque. Vamos sequestrar Roberto antes de matá-lo. Quero os nomes de todos os envolvidos, e não me importo com quanto tempo dure a tortura, ele vai falar. Alfonso já partiu para a Itália no mesmo avião em que chegamos. Tudo está sendo feito com o máximo sigilo.

Romeo está no evento com um ponto de escuta, ele vai atrair Roberto para o jardim da casa de eventos, fingindo se aliar a ele, sem levantar suspeitas. Vamos invadir o local pelos fundos e sequestrá-lo.

— O filho da puta já foi avisado que eu quero um minuto a sós com ele — Romeo falou pelo ponto de escuta.

— Ótimo, já estou em posição ― Giovanni respondeu.

Era possível ouvir os passos dos soldados correndo atrás dele.

— Ele não vai sozinho, estará acompanhado de soldados de confiança ― avisei, pois sabia que ele não era tão burro assim.

— Eu não me importo. Protejam minha retaguarda, o resto é comigo ― Romeo falou confiante. ― Ele está vindo, dois soldados à sua frente, três atrás. Fiquem atentos.

— Atirem primeiro, perguntem depois. A prioridade é proteger Romeo e levar Roberto vivo ― avisei ansioso, queria ter aquele rato em minhas mãos.

— Não consigo imaginar a surpresa que tive ao saber, por meio do meu soldado, que você queria um minuto comigo ― Roberto começou falando, soprando a fumaça do charuto para cima, olhando fixamente para Romeo.

Estávamos acompanhando tudo em tempo real pelas câmeras e escutas escondidas em seu smoking.

— Assuntos de negócios não podem ser discutidos no meio de uma multidão ― os soldados de Roberto já estavam na mira dos atiradores posicionados nos prédios.

— E que tipo de negócio seria esse? Pelo que sei, você já tem uma aliança sólida com meu sobrinho e até mesmo um casamento acertado com uma bela brasileira. Devem ser mulheres quentes, não é? Para vocês dois se prenderem dessa forma ― Resposta errada.

Ele não deveria ter seguido por esse caminho. Tenho certeza de que o receberei bastante machucado. Dei permissão aos atiradores. Estava atrás de Romeo em um arbusto e Giovanni estava do outro lado, bem na minha frente.

— Um negócio altamente vantajoso para mim, e não tanto para você ― avisou Romeo friamente, calculista.

Eu podia imaginar a cena que se passava em sua cabeça. Roberto olhou com uma expressão irritada.

— Não estou interessado nessa negociação se for para eu sair perdendo, me desculpe, mas tenho que voltar para dentro ― Roberto se virou e, nesse momento, Romeo o puxou pelo braço, passando sua faca afiada na mão em que ele segurava o charuto, decepando sua mão bem no punho.

Os soldados se agitaram e entramos em ação. Três deles foram eliminados pelos atiradores de elite e os outros dois por mim e Giovanni, sem barulho, com tiros precisos e limpos. Romeo passou por trás de Roberto, segurando-o e tampando sua boca para não chamar atenção para nós.

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