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Christopher Uckermann

Dormi como há muito tempo não dormia. Acordei relaxado e decidido a deixar meus sentimentos por Dulce Maria virem à tona. Eu sei que não vai ser fácil pois ela foi vítima de violência doméstica e não deve confiar tão facilmente nas pessoas, mas eu vou tentar. Não é certo trazê-la para o meu mundo, mas eu não sou uma pessoa que segue os padrões de certo e errado. Eu a quero e, se ela me quiser, ela será minha.

Fiz um café de agradecimento para ela. Não é porque sou um mafioso assassino que não sei ser gentil, vou fazer o possível para não ser um babaca.

Após me despedir, segui para o escritório, onde Giovanni e Alfonso já estavam me aguardando.

— Apareceu a margarida e bem feliz pelo visto ― Giovanni sempre engraçadinho.

— Bom dia para vocês também.

— Passou pela cama da Ana? ― Alfonso perguntou curioso. Um homem não pode estar de bom humor, porra?

— Não, não passei, mas não posso negar que tive momentos excelentes.

— O que nos leva a deduzir que uma certa brasileira tem dedo nisso? Até porque você não saiu de casa, pelo que consta no relatório de segurança de ontem à noite ― Giovanni disse com o tablet na mão.

— Pode parar de vigiar meus passos?

— Não posso, meu trabalho é esse: te vigiar e te manter em segurança ― respondeu sério.

— Tudo bem, tem a ver com Dulce Maria, mas só isso que vou dizer. E vamos ao trabalho ― nunca iria expor a intimidade dela assim, mesmo em conversas com amigos. Ela não merece isso, e quero os seus gemidos apenas na minha imaginação.

— Vamos lá então. Ao que tudo indica, ou o informante foi algum dos russos que matamos e não disseram nada, ou o informante do traidor não está conseguindo mais informações. As cargas estão chegando normalmente nos destinos, sem extravio, sem roubo ― Alfonso nos comunicou sério, enquanto analisava tudo no celular.

— Isso é bom e ruim ao mesmo tempo, porque não vamos conseguir saber os próximos passos deles, e não saber sobre quem devo me preparar está me deixando nervoso.

— Por que não nos contou que fez um acordo com o Romeo? ― Giovanni perguntou apreensivo.

— Porque não preciso contar, e de qualquer maneira vocês iam descobrir. Não é esse o seu trabalho? ― disse divertido, mas com seriedade.

— Você fazendo piada? A Dulce Maria conquistou não só as crianças, o pai também ― afirmou Alfonso, encostando-se na poltrona em que estava sentado.

— Falando em Dulce Maria, tenho notícias. O Cara contratou um detetive, que andou fazendo perguntas na antiga faculdade dela. Ele já sabe sobre a sua vinda para Portugal. O detetive é meia-boca, mas era óbvio que até o advogado descobriria se ele procurasse direito ― Giovanni me contou pensativo.

— Ele pode vir atrás dela, fique atento às movimentações dele. E o pai? — queria humilhá-los, deixá-los na miséria.

— Está envolvido com políticos corruptos, contrabando envolvendo a milícia brasileira, e pasmem, ela faz parte do esquema de tráfico de mulheres. A polícia federal ainda não sabe do último, mas vão saber se você quiser. Até agora, a investigação é sigilosa ― Que ótimo, não vou ter muito trabalho com o pai. Agora o filho, vai ser meu brinquedinho particular.

— Excelente. Quero todos os passos dele daqui em diante. Coloque um segurança à paisana na cola da Dulce Maria também. Não quero surpresas desagradáveis.

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