— Mas que porra foi aquela cabra? — Norte falou alto assim que conseguiu encurralar o irmão para um dos cômodos da casa.
— Não te mete Norte!
— Não me meto é uma ova! Tu fez o escambau lá e não quer assumir as consequências agora é? — Cruzou os braços. — Pois num pense que é desse jeito não homi! — Descruzou os braços, estava inquieto e irritado. — Isso lá é jeito de falar com Paraná?!
— Eu só me irritei com ele. — Tentava desfazer o sermão que sabia que ouviria.
O maior se aproximou irritado do loiro, ele estava querendo desviar do assunto, via isso na forma que ele desviava o olhar.
— O que tu tás fazendo com o Paraná não tá certo! Só porque o cabra chegou de mão dada com o outro lá?! Ele é adulto! E não te deve explicação nenhuma visse!
— Tchê ele tava se pegando como o Chile lá pra não sei onde!
Numa explosão de raiva Norte pega a gola do gaúcho com ambas as mãos o erguendo um pouco do chão.
— E que história é essa de que eles não podem se pegar na sua casa? Desde quando tu se preocupa com isso?! Como se eu e tu não tivesse feito coisa muito pior outras vezes com as putas! — Largou o irmão agressivamente de volta no chão. Sul cambaleou um pouco por estar bêbado.
— Porque fica trazendo o passado? — O loiro murmurou contrariado.
— Você trate de calar a boca e ir se desculpar com todo mundo agora! — O potiguar apontava o dedo para ele.
— Mas.
— Sem mais! — Gesticulou como quem pinça os lábios de alguém. — Tu já estragou todo o churrasco. O mínimo que tem que fazer é se desculpar com o povo!
Rio Grande do Sul bufou contrariado.
— Cabra... — Norte falou entredentes. — Se tu continuar se recusando eu vou ter que te dar um soco. — Olhou afiado para o sulista. — E tu sabes muito bem que não tá em condição de desviar. Então vai lá e se desculpe com as suas visitas! Na sua casa! E pare de passar vergonha. E de me dar vergonha por ser meu irmão. — Viu o loiro se virar para sair. — Eu não sei porque tu tá se incomodando tanto com o Paraná se não gostas dele. — Jogou a última afronta com o sentimento de vitória da discussão.
Sem saber o que falar e sem escolha Sul ruma a passos firmes de volta para a área da churrasqueira. Não tinha tempo para pensar em suas motivações agora. Ou no fundo não queria. Uma coisa tinha certeza, ainda não havia esfriado a cabeça o suficiente.
A primeira coisa que vê ao chegar é o namorado sendo consolado pelo paraguaio, mas outra cena puxa seu olhar imediatamente. Chile e Paraná bem abraçadinhos no outro lado. Sentiu sua pálpebra tremer de ódio e uma veia saltar na testa. Já não tinha falado que não era pra eles fazerem isso na sua casa?! Puxou o ar com força.
De repente uma mão com um copo d'água aparece na sua frente. Matin lhe oferecia a bebida.
— Ocê tá bem?
— Tô sim xirú. — Aceitou o gesto, precisava mesmo se acalmar se quisesse falar alguma coisa para o grupo.
— É qui cê tava cum uma cara... tinha qui vê. Parecia cum ciúme. — Lançou um olhar para a irmã e outro para o amigo. — I disso eu intendo um pouco. É o qui dizem. — Tomou um gole do próprio copo incentivando o outro a fazer o mesmo. — Mais ocê tava cum ciúme di quem? — Perguntou genuinamente. — Qui eu vi ocê olhando pro Paraná, mais seu namorado tá ali sendo abraçado cum o outro i ocê num pareceu si importá... Ou num viu. — Deu de ombros. — Si eu fosse gay i fosse o meu namorado ali eu ia bem perde a cabeça di ciúme sabe. Mais isso sou eu. — Olha pra ele. — Eu até ti admiro por num quere chegar dando soco nu Paraguai por incostá um dedo no seu namorado....
— Tchê. — Sul bufou disfarçando seu maior interesse no paranaense que no uruguaio. — Tu tem razão. Eu não tinha visto. — Indicou os hispânicos. — Com licença.
Matin mantinha sua expressão de sempre dando um pequeno assentir com a cabeça indicando que entendia.
O gaúcho se aproximou dos dois encarando irritado o Paraguai, que lhe devolvia a cortesia.
— Tá tudo bem cariño? — Sul perguntou dando atenção ao menor.
— Estaria se tu não tivesse surtado ali. — O paraguaio respondeu no lugar.
— Não falei contigo. — O gaúcho lhe chamou atenção irritado pela petulância.
Uruguai se levanta e coloca a mão no peito do brasileiro tentando apaziguar a situação.
— T-ta tudo bem sim cariño, não se preocupe.
O hispânico empurrava, ou tentava empurrar o barbudo para longe. Diante da tentativa Sul cedeu e recuou abraçando o namorado pelos ombros, possessivo. Se fosse fisicamente possível, Paraguai com certeza lhe dava dedo com o olhar.
— O churrasco acabou Uruguai. — Informou o menor. — Vou mandar todos embora agora.
— T-tudo bem. — O uruguaio deduziu que aquilo fosse acontecer. Pelo clima que ficou depois não restava muita margem para dúvidas.
Sul largou do namorado e desligou a caixa de som que ainda tocava qualquer coisa chamando a atenção sobre si. Sem sequer tentar disfarçar a expressão dura que tinha, o dono da casa começa seu discurso.
— Está tarde já. — Sentia o olhar penetrante do irmão lhe exigindo as desculpas prometidas. Olhou irritado para o colega de sala que havia agredido fazendo o chileno o soltar temeroso. — Desculpa por aquilo Paraná. — Falou entredentes rígido. — Eu claramente me alterei. — Se dirigia a todos. — Obrigado por terem vindo mas acho que já deu o horário neh.
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Origens
Fanfiction- Erhm eu sei que tecnicamente a gente já começou a trabalhar e não somos mais novatos, mas de quem é aquela mesa? - Catarina apontou para a escrivaninha vazia em frente à sua. - Eu nunca vi ser ocupada.... - Também não sei.... - Paraná apoiou distr...