A mansão: Parte quatro

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O que Leslie me propôs não era divertido, podia ser para ela mas não era para mim, ela me levou até uma sala aonde haviam vários artefatos muito antigos, alguns objetos egípcios ou da Idade Média, parece que o antigo dono da casa era um verdadeiro colecionador de objetos como aqueles, seja quem quer que fosse, devia gostar de museologia pois o cômodo era como uma espécie de museu do Antigo Mundo, só que bem menor.
Chegamos a um lugar aonde estavam artefatos da Idade Média ela me deu uma espada e pegou outra disse que queria treinar com elas, obviamente, eu recusei porque em primeiro lugar: Eu não gosto de brigas.
Em segundo lugar: Nunca usei uma espada na vida.
Claro que ela entendeu o meu lado.
Mais tarde fomos jantar, e exatamente às sete horas em ponto fomos dormir, tudo perfeitamente cronometrado por Callyssa para que dormissemos o mais cedo possível e descansassemos bastante, ela é uma ótima líder, gosta de todos, sabe sempre o que fazer e o que dizer, mesmo que não pareça.
Fui para o meu quarto após o jantar e adormeci profundamente...
Acordei com Shadow latindo pela segunda madrugada consecutiva.
Desta vez eu não hesitei, abri a porta e desci, é claro que eu estava com medo, mas não me surpreenderia nem um pouco se eu me ferisse esta madrugada, andei silenciosamente e vi algo na cozinha, passei a mão no meu bolso e percebi que tinha esquecido o canivete...droga...
- Quem está aí?
Suspirei aliviada ao reconhecer a voz ver quem era.
- Meu Deus, Noah você me assustou!
- Desculpa, eu não sabia que iria acabar acordando alguém vindo aqui comer um pouquinho.
- Não acordei por sua causa, acordei por causa dos latidos de Shadow.
- O cachorro?
- Exatamente.
- Ele só está latindo e daí?
- E daí que ele nunca late por nada.
- Olha pode procurar em qualquer canto da casa, Kimberly, eu e Jeffrey vasculhamos todos o cômodos, não tem a menor possibilidade de ter um maníaco aqui dentro.
- Que seja, eu vou checar a porta dos fundos, ok?
- Ok.
Fui andando em passos rápidos até a porta dos fundos, ela estava bloqueada, mas a janela estava quebrada, resumindo, tem algum maníaco aqui pronto para matar qualquer um de nós, eles sempre dão um jeito de entrar em algum lugar, principalmente quando tem humanos refugiados neste lugar.
Olhei em volta pelos cantos escuros da casa, as sombras me assustavam muito, o silêncio me deixava mais nervosa do que eu já estava, vi a silhueta de alguém correndo e ouvi passos pesados no chão de madeira me virei rapidamente.
- Mas que droga...
Continuei olhando em volta, até que decidi ir até a janela, a floresta escura e o barulho dos grilos me davam agonia, meu coração disparou e minha respiração começou a ficar ofegante. Me virei rapidamente e dei um passo para trás quando vi que tinha um maníaco atrás de mim.
Ele me jogou no chão com tudo e ia pular em cima de mim olhei em volta e vi um pé de cabra perto da porta, rolei para o lado e o maníaco se chocou com tudo no chão, fazendo um barulho bem alto, eu corri para pegar o pé de cabra mas ele agarrou meu pés e começou a me arrastar, consegui soltar um de meus pés e dei um chute na cara dele, peguei o pé de cabra e começei a bater repetidamente na cabeça dele, dei um chute em seu estômago e logo depois ouvi um disparo, vi que haviam atirado na cabeça do maníaco.
- Parabéns por lutar bem o suficiente para não morrer.- Noah disse enquanto guardava a arma e sorria.
- O que você havia dito, mesmo? Sobre não ter nenhuma possibilidade de ter algum maníaco aqui dentro?
- Eu disse isso?
- Disse.- Eu falei levantando as sobrancelhas.
- Não me lembro de ter dito isso.
- Vai se ferrar Noah.
- Calma aí Kim, vai bancar a "Leslie" agora? Deveria me agradecer, acabei de salvar a sua vida.
- Ok, obrigada então.
- De nada.
- Eu vou subir, se eu fosse você dormiria também.
- Tudo bem.
Eu subi e fui para o meu quarto, deixei a porta encostada, o céu estava nublado, porém a lua continuava perfeitamente bela, fui para a janela do quarto e abri ela, o vento me fazia sentir leve e o brilho das estrelas me fascinava, ouvi a porta de madeira fazer um ruído, como se estivesse sendo aberta ou fechada, provavelmente por causa do vento, por mais suave que fosse.
É assim que me sinto em paz, hoje foi um dia longo, mas tenho a esperança de que amanhã será um dia melhor, e se não for, tenho certeza de que dias melhores virão.
A escuridão profunda da noite misturada com a luz forte da lua me traziam uma paz inexplicável.
Me virei lentamente e estava prestes a ir para a cama dormir quando vejo um maníaco na minha frente ele tapou a minha boca e sem nenhum tipo de hesitação me jogou pela janela, caí em cima do telhado e fui rolando até a ponta do telhado, ele pulou no telhado, foi até minha e começou a me enforcar, quando percebeu que eu estava quase sem oxigênio, ele agarrou minha cabeça com força e bateu minha cabeça com muita força nas telhas, minha visão escureceu, ele repetiu o ato e minha visão escureceu completamente...

Diário de uma sobrevivente_Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora