O novo plano

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Acordei com alguns raios solares batendo em meus olhos, Elliot estava sentado na cadeira.
- Finalmente acordou, não é garota?
- Eu fui dormir tarde.
- Por opção, não?
- É.
- Então não pode reclamar.
- Não estou reclamando.
- Ainda não.
- Certo, não entendi nada.
- Levante-se e vá falar com seus amigos garota.
- Tá.
Eu me levantei lentamente.
- Ah, antes, tem uma coisa que precisa fazer.
- O que?
Ele me entregou roupas limpas.
- Precisa tomar um banho.
- Tudo bem.
- O toalete fica no final do corredor, não esqueça de trancar a porta.- Nós dois começamos a rir.
- Tá bom.
Eu fui tomar banho e troquei de roupa, como foi solicitado, depois fui para a sala aonde o pessoal estava.
Todos estavam em círculo, Cally logo apareceu.
- Oi Kim.
- Oi...o que estão fazendo?
- Venha para a roda e contarei tudo a você.
- Tudo bem.
Fiquei ao lado de Aaron.
- Dormiu bem Kim?- Ouvi ele sussurar.
- Sim, e você?
- Tranquilamente.
- Que bom.
Ele sorriu e pegou minha mão.
- Presta atenção, se não sua amiga vai metralhar a gente.
Eu ri discretamente.
- Ok.
- Então nós precisamos voltar para a cidade com a cura, tentar erradicar completamente a doença em Chicago, vou pedir para Elliot fabricar o máximo de remédio possível.- Callyssa disse sorrindo.- Nós vamos exterminar a morbo em Chicago, somos a nova salvação.
Muitos aplaudiram então tive que aplaudir também.
- Tia Kimberly?
Logan apareceu, sorri e peguei ele no colo.
- Oi Logan.
- Tia Kimberly, cadê a Liv?
Nesse momento meu coração afundou, o que dizer para uma criança em uma situação dessas.
- Ela...foi embora Logan.
- Por que, ela não me amava mais?
- Ela te amava muito Logan, foi justamente por isso que ela foi embora.
- E quando é que ela volta?
- Eu não sei Logan.
Ele pareceu triste.
- Quer comer alguma coisa?
- Tá.
Eu fui até Elliot.
- Elliot?
- O que foi garota?
- Eu queria saber aonde tem comida.
- É que eu tô com fome.- Logan disse.
- Posso alimentar ele se quiser Kimberly.
- Tem certeza?
- Claro que sim...aliás você é muito nova para ter filhos, sabia?
- Ele não é meu filho.- Eu disse meio sem graça.
- Ah, desculpe garota.
- Tudo bem e por favor tome cuidado com ele.
- Eu prometo.
Saí da sala e fui andando pelos corredores.
- Kim?
Olhei e vi Aaron sorrindo.
- Oi Aaron.
- Acho que agora podemos conversar sem que a sua amiga fique chateada conosco.
- Tem razão.
- E o que você quer fazer agora?
- Eu estava indo...pensar, sei lá.
- Sobre como encher o saco das pessoas?- Ele perguntou dando um sorriso sarcástico eu ri.
- Acho que era sobre como identificar palhaços e provavelmente tem um bem na minha frente.
- Não sabe como senti falta da sua chatice Kim.
- Sentiu tantas saudades assim?
- Não, eu perdi a primeira garota que amei de verdade em toda a minha vida e é claro que não senti nem um pouco a falta dela.- Ele sorriu irônicamente e dei um soco de leve no ombro dele.- Você continua perfeita.
- E você continua o mesmo idiota de sempre.
- Adoro garotas que me desprezam assim.
- Eu não estou te desprezando, sabe disso.
- É, eu sei.- Percebi que ele estava brincando.
- Se vai fazer drama deveria ter ido até um teatro e não até aqui.
- Teatros são legais, mas iria faltar uma coisinha se eu fosse para um deles.
- O que?
- Eu vou de dar uma dica...
Ele colocou meu cabelo para o lado e beijou meu pescoço.
-...É uma coisa da qual não consigo viver sem.
- O seu coração?- Eu disse irônicamente.
- Errou.- Ele me beijou intensamente, retribuí, eu o amava demais, estava decidida a deixar Patrick de vez, Garrett tinha a mais pura razão.
Paramos apenas por falta de oxigênio.
- Eu confesso que também senti falta de te beijar.- Ele disse.
- A gente resolve isso.- Beijei ele e ele retribuiu o beijo, apertou minha cintura com as duas mãos, logo paramos.
- Você só pode ser um anjo Kimberly.
- Eu sou só uma garota Aaron.
- A minha garota.- Ele disse dando ênfase na palavra "minha".
O jeito que ele me disse aquilo me fez ter um peso na consciência enorme, eu tinha que falar para ele sobre o Patrick.
- Aaron?
- O que foi?
- Eu preciso te falar uma coisa.
- Diga.
- Quando tentou me matar fiquei imensamente magoada com você, eu fui até um refúgio para humanos, chamava-se: Cidadela...eu fiquei lá e fiz muitos amigos, mas um deles sentia algo mais forte por mim...
- Vocês ficaram?
- Sim, mas ele me traiu.
Ele abaixou a cabeça.
- Ainda o ama?
- Só achei que seria justo que eu te contasse.
- Kim...você...?
Ele balançou a cabeça.
- Achei que nunca mais te veria Aaron.
- Eu quero um tempo para pensar, sobre nós.
- Acho que nós dois precisamos desse tempo Aaron, mas saiba que eu amo você.
- Eu também te amo Kim.
Ele me abraçou.
- Eu vou dar uma volta, ok?
- Tudo bem Kim.
Ele sorriu e me afastei um pouco, sorri e começei a andar pelos corredores...

Diário de uma sobrevivente_Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora