Contei para Callyssa e Morgana sobre a metáfora que colocaram como aviso para nós.
Nós andamos bastante, até que fui beber água em um lago próximo.
- Olá rebeldezinha dos olhos claros.
Cuspi a água imediatamente e olhei para trás, lá estava ele, o líder.
- O que você quer?
- Você conseguiu mesmo decifrar a metáfora, devo admitir que não esperava isso de você.
Eu agarrei o canivete que estava no meu bolso silenciosamente.
- Eu posso surpreender às vezes.
- Você é humana...embora fique muito mais bonita como uma de nós...quando achei que estava doente foi quase como ver uma filha.
- Não se caça nem mata uma filha.
- Depende da filha que você tiver...Além do mais, seu pai tentou matar a sua família não é mesmo?
Empurrei ele contra uma árvore e apontei o canivete para o pescoço dele.
- Chega de brincadeira, palhaço! Se você quer a mim, é a mim que você terá!
Ele deu uma gargalhada e me empurrou me fazendo cair no chão e me agarrou pelo pescoço.
- Você ainda não entendeu? Sua vaquinha do inferno! Eu não quero te ver morta! Eu quero que você sofra, quero que grite, quero ver a sua dor, quero que sangre até perder a conta de quantos litros de sangue perdeu, mas no momento certo.
- Seu hipócrita!
- Você deveria ter medo de mim.
Eu dei uma gargalhada.
- Nunca tive medo de você! Sua espécie tirou minha família de mim! Tirou pessoas que eu amava de mim! Mas eu nunca tive um pingo de medo de vocês!
- Já chega!
Ele me deu um tapa na cara e eu dei uma gargalhada.
- É só o que sabe fazer?!
- Eu vou te mostrar o que sei fazer.
Ele agarrou meu pescoço, pegou uma arma e apontou para a minha boca.
- Cale essa boca estúpida, vou lhe explicar o que vai acontecer: Meia-noite em ponto de hoje eu te espero em um lugar que teve a vida arrancada por nós, é a batalha final Kimberly, a última, sua chance de vingança, vamos lutar, eu vou matar cada um de vocês junto com meu grupo...lentamente...e você vai se arrepender de cada palavra que saiu dessa sua boca!
Ele me jogou no chão e eu começei a rir.
- Atira.
- Não vou te matar, não agora.
- Seu covarde.
- O que disse?
- Exatamente o que você ouviu.
- Fale o que você quiser Kimberly, logo você vai sentir uma dor que nunca sentiu em sua vida miserável, não física, mas emocional, vou fazer você pagar caro.
- O que foi que eu te fiz?
- Sabe melhor do que ninguém que é uma ameaça para nossa querida e gloriosa espécie, merece sofrer por isso.
- Não...você é louco.
Ele riu.
- Não sou louco, apenas psicopata, suicida, assassino, além de maníaco.
- Um monstro como você merece o inferno!
- E é para lá que vou te mandar logo.
Ele saiu correndo.
"Um lugar que teve a vida arrancada por nós..." Mais uma floresta morta.
"A última batalha..." Hoje é o último dia do mês, o dia perfeito para nossa morte, um último dia para um último suspiro, filhos da mãe...
Avisei Callyssa e Morgana, as duas novas líderes do grupo.
Nos preparamos o resto do dia inteiro...Treinamos todo e qualquer tipo de luta, e com as armas que usamos ao nosso favor.
- Kimberly, você disse algo sobre um lugar do qual eles arrancaram a vida, seria o nosso campo de batalha, aonde é isso?- Morgana perguntou cruzando os braços e franzindo as sobrancelhas.
Ouvimos uma explosão, em uma floresta perto dali.
- Isto responde a sua pergunta?
- Talvez.- Ela riu.
- Kim?- Olhei para trás e Patrick olhou para mim, Morgana olhou para ele como se estivesse com raiva.
- O que foi?
- Eu preciso falar com você.
Morgana levantou as sobrancelhas e saiu andando.
- Fala logo o que você quer.
- Olha...sei que hoje pode ser o fim de tudo...que podemos morrer, eu só quero que você saiba que eu sou loucamente apaixonado por você desde o momento em que te vi o quanto era forte, você me encantou Kimberly, me perdoa por tudo o que eu te fiz, eu sou um babaca, ok?
- Patrick não força a barra, já te perdoei mas não seria a mesma coisa.
- O que está dizendo?
- Que acabou, eu queria um tempo para pensar e usei esse tempo, sinto muito Patrick mas no momento eu tenho coisas mais importantes, tenho que proteger esse grupo com a minha vida, e é isso que eu farei hoje.
- Não pode dar sua vida por alguém Kimberly, você tem que pensar em si mesma primeiro.
- Você é tão egoísta assim?
- Não estou sendo egoísta, estou sendo realista.
- Patrick, meu Deus...é incrível como você conhece uma pessoa ou acha que conhece, e ela muda de uma hora para outra.
- Kim eu continuo o mesmo, quem mudou foi você.
- Eu não mudei, eu amadureci.
Eu peguei uma arma para colocar na minha mochila e ele colocou uma das mãos no meu ombro.
- Kim, você sempre sobreviveu a tudo o que te fizeram mas e se hoje for diferente? E se hoje você falhar?
- Se eu falhar, falharei com honra.
- Eu não creio que esteja mesmo disposta a morrer pelas pessoas que estão aqui.
- Acredite.
- Kim você não pode...
- Não tem o direito de me dizer o que posso ou não posso fazer, eu vou e ponto final!
- Ok, me desculpe.
- Kim, precisamos ir.- Garrett disse, parecia que a cada vez que ele olhava para Patrick iria dar uma surra nele.
- Tudo bem...vamos.
Nós andamos até a floresta que havia sido incendiada as árvores queimadas e o cheiro de fogo davam uma impressão esquisita de a qualquer momento haveria alguma explosão ali.
Continuamos andando até que achamos o líder, ele estava sozinho.
- Muito bem, vocês vieram, que maravilha.
- Acha mesmo que vai conseguir matar todos nós?- Morgana perguntou irônicamente.
Ele deu uma gargalhada.
- Não...eu tenho certeza.-Houve uma explosão atrás do grupo.- Posso poupar a vida de vocês se saírem daqui rápido ou se renderem.
Todos ficaram quietos.
- Muito bem...é guerra que vocês querem? É guerra que vocês terão...
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Diário de uma sobrevivente_Livro 1
Ficção CientíficaMeu nome é Kimberly Sparks, tenho apenas dezessete anos e sou uma das poucas sobreviventes a uma epidemia mundial que começou há cinco anos atrás e matou mais da metade da população existente na Terra. O nome científico dado a doença foi "morbonervo...