Diário de uma sobrevivente_Livro 1

A "nova Era"

No outro dia fomos para a cidade, fomos de carro.
- O que acha que vai ser Aaron?
- Do que?
- A cidade, e se conseguirmos mesmo?
- Já pensou como pode ser importante Kim? O mundo pode voltar ao normal, temos que fazer isso pelo mundo.
- Um medo do futuro me aflige neste exato momento e eu realmente não sei o que faço.
- Tenta relaxar ok? Se não for chata assim talvez não pense tanto sobre o futuro.- Ele disse em tom irônico.
- Se eu sou chata você é o que?
- Um cara comum tentando sobreviver, tá bom pra você?
- Razoável.- Eu disse rindo.
O carro freou bruscamente.
- Garrett mas que merda, você tem mesmo o costume de frear assim?
- Desculpe Kim, chegamos.
Desci do carro rapidamente, e olhei para frente, lá estava ela...a grande e assustadora cidade.
- Eu não gosto nem um pouco desse lugar.
- Não me traz boas lembranças, só isso.- Aaron disse pegando um revólver.
Zack apareceu e nos deu fones de ouvido.
- Muito bem gente, Noah e Jeffrey ficarão aqui cuidando da cura enquanto vamos verificar a situação da cidade, se alguma coisa der errado todos voltam para cá, não estão autorizados a deixar ninguém para trás.- Callyssa disse.
Fui andando com Aaron para a cidade, andamos bastante, e sem dúvida eu odiava aquele cenário, tive que aprender a andar sempre com um canivete em meu bolso.
Prosseguimos até que me assustei com uma gargalhada, era uma voz feminina, fina e estridente, olhei para cima e vi um megafone na cidade.
- Olá humanos, peço que venham até o prédio principal, não se preocupem, eu vou tentar não machucar vocês...
Ela gargalhou mais uma vez.
- ...O meu nome é Erika Sanderson, mas podem me chamar de "Era", sejam muito bem vindos à "nova Era".
Liguei para Cally quase imediatamente.
- Devemos ir? Pode ser uma armadilha.
- Kim, não sabemos quem ela é, devemos ter consciência de quem estamos lutando.
- Cally isso é loucura.
- Confie em mim Kimberly, sei o que estou fazendo.
- Espero que esteja ciente mesmo.
Ouvi ela suspirar e desligar o fone.
- Aaron, temos que ir para o prédio principal.
- Isso é quase suicídio Kimberly.
- Callyssa disse que precisamos ir.
- E se a gente não voltar vivo.
- Tem que parar de se preocupar com você mesmo assim.
- Não é comigo mesmo que estou preocupado.- Ele franziu as sobrancelhas.- Não posso arriscar perder você mais uma vez Kim.
- Aaron, nós vamos ficar bem ok?
- Tudo bem.
Ele colocou uma das mãos na minha nuca e me beijou, retribuí o beijo e ambos sorrimos, fomos para o prédio principal e fomos até o último andar, estava completamente escuro.
- Olá?- Perguntei.
- Kim? É você?- Escutei a voz de Callyssa.
- Sim, cadê você Cally?
- Eu não sei Kim.
As luzes se acenderam e as cortinas foram abertas imediatamente.
- Olá humanos.- Aquela mesma voz estridente e fina disse.
Uma cadeira se virou e vimos uma maníaca, loira com roupas e maquiagem preta.
De repente fomos amarrados pelas costas.
- Senti falta do meu irmão esses dias, vocês viram ele?
- Que irmão?- Morgie perguntou.
- O antigo líder de nossa espécie.
- Eu sinto muito em lhe informar de que ele está morto.- Morgana disse fria, Era deu uma gargalhada.
- Aquele verme imprestável.
- Você queria mesmo assumir o poder não é?- Callyssa perguntou.
- Acho que sim, é tão interessante.- Ela riu.
- Você é completamente pirada, o que tem na cabeça?- Zack perguntou.
- Eu? Pirada?- Ela fez uma cara triste falsa.- Que pena.- Ela pegou uma corda e amarrou no pescoço de Zack.
- Siga-me como o cachorro que é!
Ela puxou a corda para que ele andasse, ela o colocou na frente da janela e empurrou um armário para cima da ponta da corda para que ele ficasse preso.
- Olhem para a janela...o dia está bonito não?- Ela deu um beijo na bochecha de Zack e logo depois foi para trás dele.- Senhoras e senhores, preparem-se para o show.- Ela deu uma gargalhada cínica e o chutou com força, a janela quebrou, ele caiu e ficou pendurado no prédio...morto...como um enfeite.
- Você é uma vaca cínica e completamente desequilibrada.- Eu disse.
- Muito bem, sua vez "olhinhos de mel"- Ela sorriu cinicamente, amarrou a corda em meu pescoço.
- Não!!! Não machuca ela!!!- Aaron gritou, Patrick baixou o olhar e o resto me olhava com desespero.
- Por que? Acha que ela é especial? Vocês são todos iguais, humanos, todos morrem!
Ela me colocou em cima de um banquinho e pendurou a ponta da corda em um ventilador.
- Você se lembra daquele altarzinho fofo com a forca na mansão?
Eu assenti.
- Fui eu que fiz.
Ela foi até o interruptor que ligaria o ventilador, vi Aaron fazer força e se soltar das cordas que o prendiam, ele correu até a maníaca e a jogou no chão.
Peguei meu canivete e cortei a corda rapidamente.
Ela jogou Aaron no chão e começou a rir.
- Cadê os amigos de vocês? Os que estavam vigiando a cura nos carros? Acham que não sei que estavam naquele laboratório de pesquisas?
Todos ficamos surpresos.- Se eu fosse vocês correria para salvar meus amigos.- Era gargalhou, fomos desamarrados e descemos correndo.
Fomos até os carros e vimos que Noah e Jeffrey estavam amarrados em árvores, ainda estavam vivos mas estavam feridos, os remédios haviam sido roubados.
Recebi ordens de Morgana e Callyssa para ir para o laboratório.
Eu, Aaron e Garrett entramos no carro e fomos para o laboratório, desci do carro correndo e fui para a sala principal do laboratório.
- Elliot?!
- O que foi garota?
- Eles atacaram a gente...roubaram os antídotos e sabem que estamos aqui.
- Previ que isso podia acontecer, tem um abrigo subterrâneo aqui, além disso fabriquei mais remédios.
- Como você...?
- Quando você se torna um maníaco você aprende a raciocinar como um.
Ele me levou até uma sala, apertou um botão e uma parede se moveu, mostrando um lugar completamente branco que possuia uma escada para que descessemos.
- Tá...eu vou avisar a Callyssa...