- Kim? Kiiim! Acorda logo por favor!
Acordei com esse som, vi através do vidro no teto que os primeiros raios de sol ainda se aproximavam, passei a mão no meu ouvido e vi que estava de fone, olhei para Aaron, que dormia profundamente ao meu lado e me levantei cautelosamente da cama.
- Jeffrey, não é legal ligar para pessoas no meio da madrugada acordando-as deste jeito!- Sussurrei como se estivesse dando uma bronca nele porém com um tom de voz baixo.
- Foi mal, mas eu precisava te ligar.
- Se tiver algo para dizer, diga logo.- Eu disse em tom de voz baixo.
- Você sabe que a Era está puta da vida porque você pegou o soro, não é?
- Está enganado, Era não está puta da vida, ela já é.
Escutei ele rir.
- Tenho que concordar, mas o lance é o seguinte: Estou dando remédios para Era, coloco nas bebidas que ela pede toda a tarde, o efeito do remédio é a perda de memória parcial e a queda da imunidade, logo ela não se lembrará da força que tem nem do soro que criou, essa pode ser a chance de vocês atacarem-na, posso até exagerar na dose para enfraquecê-la se quiserem.
- Parabéns Jeffrey, você pensou em tudo para favorecer os humanos mesmo.
- Mesmo você não sendo mais tão humana assim.
- Se me disser que tenho alguma anormalidade Jeff eu juro que quebro seu pescoço.
- Ei nem me fale em quebrar o pescoço de alguém.
- Foi mal.
- Voltando ao foco principal, vão mesmo atacá-la amanhã?
- Eu não sei Jeffrey, mas isso não é comigo, Cally e Morgie resolvem esses tipos de situação por aqui, e agora tem o Ian, o cara é rígido, velho e absolutamente ridículo! É sério, além do mais seria loucura partir sozinha para Chicago, e eu teria que passar por cima de muita coisa para chegar até aí Jeffrey e acho que sabe muito bem disso, não é?
- Óbvio que sei, eu só estou te dando uma informação, quanto mais Era enfraquecer, melhor será para vocês atacarem e até matarem Era.
- E por que não a envenena?
- Não se acha veneno jogado na rua Kimberly, eu tive que roubar e pesquisar muito para fazer esse remédio que estou fazendo, não é fácil fingir que é "amiguinho" da Era, sério ela é entediante e cínica, além do mais acha que pode mandar na porra toda e isso me deixa frustrado, por isso vocês podiam terminar logo com isto!
- Eu já falei que não é comigo Jeffrey! Acha que se eu pudesse eu não iria para Chicago neste exato momento só para matar a Era?!
- Eu sei lá Kimberly, só sei que a vida aqui é horrível...sinto muito a falta de vocês, de verdade, eu quero voltar.
- Sei que quer, eu também iria querer se estivesse no seu lugar.
- É...como a Lie está? Ela está bem?
- Continua a mesma desde que você partiu, relaxa, ela não vai sair daqui.
- Você não sabe como é ficar longe da pessoa que você ama.
- Não fala o que você não sabe Jeffrey, sei como deve parecer ridículo para você, mas isso vai acabar logo, eu farei o possível para que você e a Lie possam se reencontrar logo e para que Era fique debaixo da terra.
- Muito obrigado Kim, você é uma amiga de verdade, sério.
- De nada Jeff, e tenta ser bem puxa saco da Era agora, quanto mais você bajular ela, mais feliz e provavelmente mais fraca ela ficará.
- Tudo bem, quanto a você, tenta não destruir Lake Town com suas mãos.- Ele disse em tom irônico.
- Jeffrey vai se ferrar.
- Foi mal, eu estava brincando, ok?
- Sei que estava.
- E por que mandou eu ir me ferrar?
- Porque você é um otário.
- Quanta honestidade, valeu hein Kimberly.
- Eu não menti.
- Dane-se, preciso desligar agora, ok?
- Ok, e toma cuidado com a Era.
- Eu vou tomar, não se preocupe, e avisa para a Leslie que estou bem, ok?
- Certo.
- Tchau Kim.
- Tchau Jeff.
Desliguei o fone e olhei para a cama, Aaron ainda dormia, já era de manhãzinha, provavelmente haveria alguém acordado, saí do quarto cautelosamente e andei em busca de alguém acordado, vi Morgie e Garry sentados em uma cadeira, estavam comendo algumas frutas.
- Morgana?
- Kim? O que foi?
- Eu preciso falar com você
- Tudo bem, Garrett pode escutar?
- Pode sim.
- Muito bem, diga...
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Diário de uma sobrevivente_Livro 1
Ficção CientíficaMeu nome é Kimberly Sparks, tenho apenas dezessete anos e sou uma das poucas sobreviventes a uma epidemia mundial que começou há cinco anos atrás e matou mais da metade da população existente na Terra. O nome científico dado a doença foi "morbonervo...