- Você se tornou uma ameaça e sabe disso não é Kimberly?- Ian disse batendo os dedos na mesa.
- Aí cara, cala a sua boca, ela não é uma ameaça a ninguém!- Aaron disse apontando o dedo indicador para Ian.
- Concordo plenamente com o garoto Ian, Kimberly não é e nunca foi uma ameaça.
- Talvez Ian tenha razão gente...e a culpa não é de ninguém, eu escolhi injetar o soro em mim mesma.
- Kim, a Era ia te jogar pela janela, fez isso para se defender!
- E se fosse melhor se ela me jogasse mesmo?!
- Kim...não fala besteira...você sabe que eu te amo.
- Sem sentimentalismo exagerado na minha sala ok?- Ian disse cruzando os braços.
- Cala a porra da boca Ian!- Elliot disse.
- Acalme-se, velho amigo.
Começei a ficar com raiva e a medida que minha raiva crescia meu medo de machucar alguém aumentava.
- Chega de palhaçada, quero que me digam exatamente o que vai acontecer, se não eu mesmo digo!
- Diz então!- Aaron disse e percebi que ele estava perdendo a paciência.
- A solução para Kimberly Sparks é isolamento de Lake Town, vamos leva-la para uma cela aonde ela ficará sozinha.
- O que?!- Perguntei aumentando o tom de voz.
- Eu comando Lake Town! Tenho que fazer o melhor para o bem da cidade!
- O que você sabe sobre comandar alguma coisa seu velho hipócrita?!
- Bem mais do que você garota!
Bati a mão na mesa com força quebrando-a.
- Eu não vou para a droga da cela nem amarrada! Prefiro que me mate aqui e agora!
- Merda, o que você tem na cabeça garota?!
- Treinamento...- Aaron sussurrou.
- O que disse garoto?
- Kim tem uma força descomunal para uma humana, não pode extinguí-la mas pode tentar controlá-la.
- Como?
- Treinamento, ela pode treinar, assim aprende a controlar a força que tem e não precisa ser afastada de ninguém.
Ele pegou a minha mão.
- Assim seja garoto, mas se ela causar algum problema, a sentença dela é a morte.
- Só por cima do meu cadáver!- Aaron gritou.
- Aaron, fica calmo por favor.
- Você não se cansa não é Ian? O mesmo coração de pedra de sempre! Pensa em mim e no garoto, sabe como ficaríamos se ela morrese?!
- Não seria problema meu, não é?
- Vai pro inferno Ian!
- Vou chamar a mais qualificada para o treinamento de Kimberly, Bethany West, minha filha mais nova.
Ele apertou um botão e em menos de cinco minutos uma garota de cabelos castanhos e longos apareceu na sala, ela usava roupas completamente pretas, e a maquiagem era forte também.
- Pai o que houve?
- Antes de tudo Beth, conheça esta garota, Kimberly Sparks, ela foi a primeira a injetar um soro nela mesma, esse soro deu a ela uma força quase sobrenatural, então, acha que consegue treiná-la?
- Consigo treinar qualquer um pai e você sabe melhor do que ninguém.
- Treine-a então.
- Tudo bem, siga-me Kimberly Sparks.
- Ok.
Acenei para Aaron e Elliot, eles fizeram o mesmo.
Nós duas saímos da sala.
- Primeiramente Kimberly, o meu nome é Bethany West, treino todas as pessoas que precisam de uma ajudinha para lutar...
- Eu não quero lutar, quero apenas controlar a força que ganhei com aquele soro.
- Tenho a impressão de que isto será fácil, entendo muito sobre a mente humana.
- Se você achar que consegue...
- Não se preocupe, você está em boas mãos.- Ela sorriu e abriu uma porta no fim do corredor pelo qual passávamos, era um lugar cheio de armas, alvos, e era bem grande.
- Ok, este lugar é aonde treinará.
- Tá.
- Primeiro passo...- Ela pegou uma pistola e me deu, logo depois apontou o dedo indicador para o alvo.
- Mire no ponto principal do alvo, mas antes de atirar, quero que pense nas pessoas que você mais ama.
Obviamente aquilo me distraiu, quase não acertei o alvo pensando neles.
- Muito bem, agora pense em quem mais odeia e repita o ato.
Respirei fundo, me concentrei e olhei para o alvo, só havia uma criatura nesse mundo que merecia todo o meu ódio, Erika Sanderson, a "nova Era".
Disparei três vezes, duas balas atingiram o ponto principal do alvo.
- Certo, você definitivamente age melhor quando está com raiva, então tente evitar esse sentimento perto das pessoas que gosta.
- Está me dizendo para não sentir raiva?
- Não, estou lhe dizendo para ficar tranquila e tentar manter a felicidade como sentimento predominante em sua mente.
- É a mesma coisa.
- Quem sabe.- Ela sorriu e pegou a arma de minha mão, ambas percebemos que estava um pouco amassada.- Caramba, você precisa pegar leve mesmo.
- Eu sei, é para isto que estou aqui.
- Ok, próximo passo: Me bate.
Ela estendeu uma das mãos, dei um soco mas utilizando o mínimo de força possível.
- Você poderia ter me matado se quisesse.
- E isso é bom?
- No seu caso, é, você não machuca alguém quando não quer machucar mesmo, é um princípio básico que precisa colocar na sua cabeça.
- Ok, não ficar com raiva; não machucar alguém quando não quero mesmo machucar essa pessoa.
Mais alguma coisa?
Ela levantou as sobrancelhas e percebi que tinha algo mais, resultado: Ficamos o resto do dia inteiro treinando, ao final de cada exercício ela me dizia algo que segundo ela, poderia me ajudar a controlar melhor a força que tenho.
Saí do lugar suada, com minha respiração ofegante, ela ainda havia me pedido para lutar, e eu estava definitivamente exausta.
Fui até o meu quarto e peguei roupas novas, fui até um toalete e tomei um banho gelado e refrescante, vesti as roupas limpas, voltei para o meu quarto, vi que Aaron estava na porta, assim que me viu deu um sorriso.
- Como foi?
- Bem...obrigada Aaron.
- Eu não deixaria que fosse para o isolamento de jeito nenhum.- Coloquei as duas mãos em seu rosto.- Está mais delicada agora, é bem mais sutil.
- Eu não era sutil?- Perguntei rindo.
- Não, antes você era grossa e as vezes guerreira demais...agora você continua uma guerreira, mas parece mais com um anjo...você sempre foi um anjo.
Eu sorri e o beijei suavemente.
- Eu amo você Aaron Rogers.
- Eu também te amo Kimberly Sparks, além do infinito, lembra?
Ambos sorrimos e nos beijamos mais uma vez...
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Diário de uma sobrevivente_Livro 1
Ficção CientíficaMeu nome é Kimberly Sparks, tenho apenas dezessete anos e sou uma das poucas sobreviventes a uma epidemia mundial que começou há cinco anos atrás e matou mais da metade da população existente na Terra. O nome científico dado a doença foi "morbonervo...