Libertação

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- Jeff?
- Que foi?
- Tem uma surpresa pra você na janela menor dos fundos do primeiro andar do prédio principal.
- Entendi o recado, estou descendo.
Não demorou muito para que Jeffrey abrisse a janela.
- Escolheu o ponto mais escondido do prédio e a única janela que não é filmada estrategicamente?
- Não babaca, eu queria entrar pela porta na frente dos criados de Era.
- Sei que queria.- Ele fechou a janela.
- Era ainda está dormindo?
- Sim.
- Ok, ótimo, aonde ela mantém os prisioneiros?
- Subsolo.
- Pode me levar até lá?
- As câmeras nos filmariam...- Ele pegou um pé de cabra e quebrou a janela, jogou o pé de cabra do lado de fora.-...Não se preocupe, não vai dar errado.- Ele pegou uma faca e cravou na própria perna, mas pareceu não esboçar reação.
- Jeffrey o que você está fazendo?
- Não se preocupe, vai lá.- Ele se sentou no chão.
- Jeff...você...como conseguiu a droga daquele soro?
- Eu fiz outro, escondido, Era não sabe de nada.
- Seu grande filho da mãe.
- Vai logo!
- Ok, cuidado aí.
Eu segui as instruções de Jeff e fui até o subsolo, a porta de acesso aos corredores estava trancada, dei um soco na porta e ela foi quebrada em pedaços, vi várias celas, quase todas vazias, haviam dez celas ocupadas com pessoas, ao me verem se assustaram.
- Quem é você?- Um garoto me perguntou.
- Sou a libertação de vocês.- Abaixei o capuz e chutei a porta da cela dele.
- Muito obrigado moça! Te agradeço eternamente!
- Fica frio aí, não quer que sejamos descobertos não é?
- Ok, sou Soren Thompson.
- Sou Kimberly Sparks.
Fui abrindo as celas e perguntando os nomes de cada um deles, só restava uma mulher de cabelos castanhos, os olhos verdes dela eram um pouco mais claros do que o de Jazmine, eu estranhei mas obviamente não fiz nada a respeito.
- Você é Helena Peterson? Esposa de Brian Peterson e mãe de Jazmine Peterson?
- Sim...como sabe disto?
- Sei aonde estão, você tem que me seguir e precisa confiar em mim se quiser reencontrá-los.
- Mas e se você não for o que está dizendo?
- Se eu não for o que estou dizendo eu mesma passarei a não confiar em mim, agora venha, por favor.
Fomos andando junto com o resto dos prisioneiros libertados um alarme começou a ecoar pelo prédio, com certeza Era já sabia que estávamos ali, coloquei a máscara e algo agarrou meu braço olhei para trás rapidamente e vi Patrick.
- Pat, o que você está fazendo aqui?!
- Eu e Isabelle somos escravos de Era agora, nem preciso mais das lentes.
- Fuja conosco então, você e Isabelle precisam vir.
- Não é tão fácil assim, se eu for embora, Era mata Belle...Kimberly eu não posso deixá-la aqui.
- Patrick, aonde Isabelle está?
- Belle é uma das escravas mais íntimas de Era, ela está no último andar.
Olhei para a o resto das pessoas e para as escadas.
- Pat...eu não posso ir para lá.
- Tudo bem, já tenho um plano de fuga, não se preocupe.
- Certo, se cuida.
Saí correndo até a janela, vi os maníacos saírem correndo, Helena saia lentamente e olhava ao seu redor como se estivesse vendo a luz do sol pela primeira vez, ela correu e caiu no chão como uma criança.
- Helena, o que foi?
- O mundo...ele machuca.
- Eu sei.
Ajudei ela a se levantar.
- Mas se você não levantar vai machucar mais ainda.
Fomos andando até o abrigo, ela olhou para o lugar e começou a piscar sem parar, provavelmente é esquizofrênica assim como Jazzy.
Eu abri a porta, Aaron estava acordado e parecia bravo, Jazmine e Brian vieram correndo até a porta e abraçaram Helena.
Fui em direção à Aaron, ele me olhava como se estivesse nervoso e com raiva.
- Eles te contaram?- Perguntei desviando o olhar.
- Não.- Ele me levou até um quarto aonde havia uma televisão ligada.
- Uma garota de cabelos azuis invadiu há alguns minutos o prédio principal, o centro aonde Era, a nossa soberana descansava, a garota mascarada feriu o namorado da imperatriz Era e libertou os prisioneiros rebeldes do calabouço subterrâneo do prédio.
As questões são: Quem é esta garota? Por que ela cometeu tamanho ato de rebeldia? Como ela sabia tanto sobre o prédio?
Ficamos agora com o recado oficial da nossa amada imperatriz Era para os rebeldes que cometeram a invasão.
Era apareceu na tela da televisão de repente.
- É lástimavel...a ingratidão de vocês, tudo o que faço é para que os maníacos se tornem a raça dominante, para que consígamos exterminar aquela praga chamada humanidade...e é assim que vocês me agradecem? Saibam, vocês serão caçados e aniquilados se for preciso, e com certeza será.
Qualquer um que tiver informações sobre a rebelde que invadiu o prédio principal deve se dirigir à minha sala e me contar tudo o que sabe, se vocês souberem de alguma coisa e não revelarem, a sentença é a morte! Sejam extremamente bem-vindos à "Nova Era"!- Ela pegou uma arma e deu um tiro na câmera que a filmava, Aaron desligou a televisão.
- Pelo visto conseguiram energia elétrica.- Eu disse revirando os olhos.
- Por acaso você enlouqueceu Kim?
- Eu só fiz a coisa certa a se fazer.
- Agora Chicago inteira está atrás de você, colocou sua identidade e segurança em risco! Tem noção do que pode te acontecer, você ouviu pelo menos uma parte do que Era disse na televisão?
- Eu já falei uma vez e não vou repetir Aaron, eu não tenho medo do que Era pode fazer comigo, nem um pouquinho.
- Mas eu tenho! Kim se eu te perder, eu perco a minha vida! Você é a minha vida Kimberly! Eu não posso arriscar te perder, não para Era, não assim, não agora.
- Aaron, você não vai me perder, eu não faria isso se não tivesse certeza absoluta de que não fracassaria.
- Como tinha tanta certeza?
- Chama-se esperança, é o que nos faz ter a certeza de que conseguiremos alcançar coisas quase impossíveis.
- Eu não quero esta esperança, você é a minha esperança Kimberly, não entende, eu te amo demais pra não me preocupar tanto com você.
- Eu sei, é por isso que precisa ter confiança também.
Ele deu um suspiro.
- Você é da resistência?- Helena perguntou.
- Não...existe uma resistência?
- Sim, eu vim de lá, por isso fui a única da família que ficou presa no calabouço daquela tirana.
Eu e Aaron nos entreolhamos.
- Era sabe aonde é essa resistência?- Aaron perguntou.
- Felizmente, não.
- Então é para lá que vamos...- Eu disse.-...É para lá que nós precisamos ir...

Diário de uma sobrevivente_Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora