Diário de uma sobrevivente_Livro 1

O começo do Novo Mundo

Aquele dia que vivenciamos a morte de Era marcou históricamente o começo do Novo Mundo, duas semanas de minha vida se resumiram apenas em injetar antídotos da morbo em maníacos, mas eu me sentia muito bem fazendo isso, eu sabia que estava ajudando o planeta a se recuperar de toda a destruição causada pela epidemia, o fato era prazeroso.
Leslie e Jeffrey começaram a namorar, Jazmine e Helena não são mais esquizofrênicas, Kurtis virou humano e Zara o perdoou pela traição ao grupo, Patrick e Isabelle estão mais unidos do que nunca (e confesso que os dois são até fofinhos juntos), cada um já vive em uma casa e estabelecimentos comerciais foram reabertos e por mais incrível que pareça, conseguimos fazer contato com alguns canadenses e mexicanos por rádio e eles estão vindo para a América para que a população aumente consideravelmente em um lugar só.
A energia elétrica voltou ao normal, as casas, os prédios tudo completamente perfeito, a paz voltou a reinar no planeta terra e eu achava que não podia ser verdade, eu finalmente presenciei o fim da epidemia e o fim do Pós-mundo.
Em seis meses, a situação já havia se regularizado, em Chicago, parecia que a epidemia nunca havia existido por lá...em dois anos a palavra morbonervosi era apenas uma questão de história, o mundo voltou ao normal em questão de saúde, alimentação e habitação, a única que não conseguiu se regularizar mesmo foi a política, os habitantes do Novo Mundo não tinham a mínima idéia de como a política no futuro, mas nós nem ligávamos...finalmente o planeta Terra voltou a ser o planeta que eu conhecia, naves circulando as cidades ficaram mais modernas, a tecnologia avançou um pouco mais...tudo incrivelmente perfeito...
- Kim?- Aaron me chamou, enquanto olhávamos as estrelas em um gramado, na praça, era de madrugada e eles costumam apagar as luzes da cidade, a nossa única iluminação eram algumas pequenas lâmpadas em forma de flores presas à algumas árvores.
- O que foi Aaron.
Eu me levantei do chão e ele fez o mesmo.
- Tem algo que quero lhe pedir.
- Pode falar.- Eu disse sorrindo.
- Ok...Há três anos atrás eu conheci uma garota, foi de repente, por acaso, mas imediatamente senti algo muito forte por esta garota, nós ficamos separados por um tempo mas isso não foi o suficiente para acabar com o que sentíamos um pelo outro, ela é uma guerreira e consegue ser um anjo ao mesmo tempo, eu lutei ao seu lado, chorei ao seu lado, sonhei com um futuro que parecia estar completamente perdido ao seu lado...esses dias eu andei refletindo muito sobre tudo o que já passamos...e cheguei a uma conclusão...
- Aaron o que está dizendo?- Perguntei ainda sorrindo.
-...Eu amo você Kimberly Sparks, além do infinito, e eu estou disposto a passar cada dia da minha vida ao seu lado...
- Aaron...
- ...Kim...-Ele pegou uma caixinha e abriu ela, lá dentro havia um anel e o símbolo do infinito desenhado na caixinha, eu começei a chorar e ele se ajoelhou no chão, ele colocou o anel em um de meus dedos.- ...Você aceita se casar comigo?
- Aceito, meu Deus, Aaron Rogers como eu amo você!- Eu o beijei intensamente, parecia que a cidade inteira, tudo havia se apagado, que tinha sido levado pelo tempo quando paramos ele sorriu.
- Eu prometo, com tudo o que sou que vou tentar fazer com que seja a garota mais feliz deste mundo Kim.
- Você não entendeu? Eu já sou.
- Meu anjo...você sabe ser perfeita mesmo quando não pretende ser.
- Aaron, você é perfeito...Além do infinito?
- Além do infinito.
Nos beijamos mais uma vez, percebemos que havia começado a nevar, nós nem ligávamos para o frio, para a neve, para cada floco em nossos cabelos, nós corríamos e brincávamos como duas crianças.
Eu o amava do fundo de meu coração, e tinha certeza absoluta do que eu queria, eu queria ficar com ele para todo o sempre, enquanto eu existir, enquanto a pequena eternidade de "Kimberly Sparks" existir, é ele que eu amo, somos duas pessoas incríveis, cada um tem seus defeitos, talvez seja por isso que nós somos tão perfeitos um para outro, acho que finalmente entendi a razão de ter escrito esse diário, eu procurei detalhar aqui a minha vida durante a epidemia, isso são fatos, são momentos que vivi e que provavelmente nunca esquecerei, quem sabe um dia eu abra este diário de novo e me lembre de alguns bons momentos que vivi...só o tempo poderá dizer...