Cidade da morte: Parte dois

3.7K 251 8
                                    

Andei pela cidade e fiquei em um antigo supermercado, achei esparadrapos e água e tratei do meu ferimento.
- Kim?!- Patrick veio correndo em minha direção.
Ele olhou para o meu ferimento e franziu as sobrancelhas.
- Ah, merda, Kim me perdoa.
- Tá tudo bem...só fala baixo, ok?
- Me desculpa mesmo Kim, eu não queria fazer isso mas...
- Patrick você fez a coisa certa, se não o fizesse todos lá iriam morrer e a missão seria feita em vão.
- Não...Kim olha o seu braço.
- Não doeu tanto, foi só um arranhão, vai passar logo.
Ele balançou a cabeça e levantou rapidamente a manga da camisa.
- Corta o meu braço.
- Pat não faz isso, sério, eu juro que não foi nada ok?
- Machuquei você agora tem o direito de me machucar.
- Para com isso Pat eu não vou...
- Kim...
- Não.
Ele suspirou.
- Se acalma Pat, é sério.
- Tudo bem.
Sorri e beijei ele.
- É só uma missão.
- Ok.
- Agora vamos, precisamos descobrir mais coisas sobre esta cidade.
- Kim, acabou de enfaixar seu braço, tem certeza que quer ir?
- Absoluta.
- Muito bem...então vamos.
Saímos do supermercado e fomos andando pela cidade, se tornava mais sombrio e silenciosa a cada passo que dávamos.
Vimos um maníaco arrastando um homem amarrado pelas ruas, ele olhou para nós furiosamente.
- Ei vocês dois!
- O que você quer?
- Me ajudem com esse palhaço, vou torturá-lo um pouco.
Ele deu uma faca para cada um.
Seguimos o maníaco enquanto ele arrastava o homem para uma casa.
Entramos na casa, que estava cheia de poeira e tinha um odor de mofo e alguma coisa queimada, era nojento e não deixava de ser horrível.
Ele amarrou o homem em uma cadeira e pegou uma faca.
- Pode fazer as honras garota.
- Tudo bem.
Eu segurei firmemente o canivete e dei um passo para frente, o maníaco estava logo atrás de mim, o homem me olhava assustado e com um nojo que me incomodou muito.
- Pode contar até três por favor? Será mais divertido vê-lo sangrar assim.-Eu disse mentindo.
- Tudo bem...um...dois...- Não deixei ele terminar de contar, me virei rapidamente e cravei o canivete na garganta dele.
- Três.- Eu disse fria e empurrei ele, que caiu no chão.
- Kim, o que você fez? Vão descobrir a gente!- Pat disse.
- Não, só relaxa, eu tenho um plano.
Eu começei a desamarrar o homem lentamente.
- Você está bem?
- Por que está me ajudando?- O homem perguntou.
- Não somos o que você está pensando.- Tirei uma das lentes de meus olhos para que ele visse a verdadeira cor.- Somos humanos.
- E por que estão fingindo estar no grupo deles?
- Informação confidencial.- Coloquei a lente de novo e terminei de desamarrá-lo.- Está vendo a porta dos fundos?- Apontei para a porta.
- Sim.
- Abra ela e corra o mais rápido que puder.- Dei um canivete para ele, que saiu em disparada pela porta.
Peguei um canivete e fiz um corte em minha própria perna.
- Por que fez isto Kimberly?!- Patrick perguntou parecendo nervoso.
- Aprenda uma coisa, se vai mentir para alguém, minta direito. Lembre-se de que ele consegue ver a cidade inteira por aquela droga de janela.
- Ótimo raciocínio lógico Kim.
- Obrigada.
Saímos da casa e ficamos andando por aquele lugar, víamos cartazes e panfletos antigos espalhados pelas ruas, antigas vitrines despedaças, rachadas e quebradas, construções caindo aos pedaços e completamente abandonados.
- Miranda...aonde você está?- Perguntei sussurrando.
- Perto do prédio principal.
- Ok, eu e Patrick estamos indo para aí.
- Certo, espero vocês dois.
Peguei mais água e esparadrapos e tratei do meu ferimento na perna, depois eu e Patrick fomos até a localização de Miranda.
Ela estava encostada em um poste de luz inclinado.
- Oi Mira- Sussurrei.
- Oi.
Percebi que estava anoitecendo.
- Precisamos ir rápido se quisermos descobrir alguma coisa por hoje.
- Ok...

Diário de uma sobrevivente_Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora