A tarde iniciou com poucas nuvens do céu, o sol irradiava forte pelas ruas da cidade e o movimento havia crescido consideravelmente já que todas as pessoas retornavam para seus respectivos trabalhos; Garrett estacionou seu carro sedan numa vaga próximo ao Café que estava acostumado frequentar. Não havia contatado Ashley ainda, ela parecia estar numa luta árdua para não atender suas ligações ou responder suas mensagens. Ultimamente, ele vinha sofrendo bastante com suas repentinas mudanças de humor e se ele fosse um jogador assíduo, apostaria todos os seus bens que aquele comportamento tinha um motivo: John Cowen. Mas, para que questionar? Não gostaria de levar uma bala em seu rosto bem afeiçoado por causa disso. Travou as portas do automóvel e partiu em direção ao estabelecimento, já podia sentir o cheiro do seu cappuccino favorito invadindo suas narinas.
Mas, antes que pudesse atravessar a rua, percebeu um rosto conhecido caminhando no lado oposto ao seu. Os cabelos castanhos desgrenhados como se há muito não visse um bom corte e uma barba por fazer que lhe dava um aspecto muito mais velho; Harry caminhava com uma expressão perturbada, os olhos sempre em alerta, temendo que algum conhecido o pudesse pegar em flagrante. Garrett voltou imediatamente para dentro do carro, sem tirar um segundo se quer os olhos de cima do rapaz. Seu coração palpitava, pelo o que sabia, Ashley e John haviam ido averiguar o apartamento daquele homem e nada puderam encontrar, a não ser moveis e objetos quebrados. Girou a chave na ignição e o veículo começou a se movimentar, sempre devagar e seguindo com cautela os passos que Harry dava.
Alcançou o celular com a mão direita e discou com pressa os números da agente Sullivan. Atende. Atende. Atende.
— O que houve, Garrett? Já estou farta das suas cinquenta ligações — a voz feminina ecoou irritada.
— É por uma boa causa, eu garanto — afirmou sem retirar os olhos do corpo que se movia com rapidez na calçada. — Adivinha quem eu acabo de encontrar?
— Não estou com tempo para adivinhações — pelo tom que ela usara, soube que revirava os olhos.
— Harry McLynn — disse vitorioso.
— O que?! — Ashley deixou um grito surpreso escapar pelos lábios. — Tem certeza?
— Absoluta — confirmou enquanto aumentava a velocidade. — Ele está com uma péssima aparência, um pouco assustado, como se não quisesse ser reconhecido.
— Merda — ouviu ela murmurar. — Não o perca de vista. Ele vai nos levar a algum lugar, não tenho como ir até você.
— Certo e por favor, não ignore minhas ligações — ironizou.
Ouviu Ashley esbravejar alguns palavrões e jogou novamente o aparelho sobre o banco carona. Já estavam afastados o bastante do centro de Nova Iorque, não sabia exatamente o nome daquele bairro, mas sua intuição lhe informou que não seria necessário. Não se esqueceria tão fácil daquele lugar, as casas que eram dispostas uma ao lado da outra estavam tão velhas que ele sentiu pena das pessoas que residiam ali; havia pouco movimento e poucos carros estacionados. Observou Harry levando o capuz do moletom até a cabeça e entrando num dos muitos becos que havia. Garrett estacionou o carro há alguns metros da entrada em que Harry desapareceu e sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Qual o motivo daquele mistério? Por que ele tinha a sensação que algo surpreendente ainda aconteceria?
Notou um táxi parando exatamente aonde o rapaz havia entrado e observou atentamente o corpo esguio que saía do veículo amarelo.
Foi aí que ele sentiu medo e tudo o que Ashley vinha dizendo desde que a mulher de John havia voltado, fez sentido. Sarah estava ali. Indo encontrar Harry, certamente. Mas, por qual razão? Por que o quebra-cabeça parecia ter ficado mais confuso? Despertou do seu estado de torpor e disparou para longe do local, precisava o quanto antes conversar com a agente. Precisavam achar as respostas para todas essas perguntas.
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AGENTE 027
Romance[book one] Dono de casos bem-sucedidos e medalhas de honraria, o agente especial do FBI, John Cowen, carrega consigo uma lista de qualidades - e outra de defeitos. Precisa administrar sua vida secreta com a responsabilidade de criar um filho sozinh...