A noite se aproximava e o céu já se encontrava com tonalidades escuras, algumas estrelas apontavam e a lua já se encontrava parcialmente a mostra. Sarah encontrava-se ainda no quarto de John, mas agora organizava todas as coisas que havia retirado de seu devido lugar; a qualquer momento seu marido chegaria e ainda não tinha arquitetado nenhuma desculpa para caso ele a encontrasse naquele estado. Finalizou os últimos detalhes e partiu em direção a cozinha, iria preparar um belo jantar para o seu amor e nada do que havia acontecido nas últimas horas se aproximaria da mente do homem. Teriam uma noite inesquecível, sem problemas para incomodar.
{...}
Benjamin mantinha-se sentado no banco da praça. Havia conseguido chegar até sua escola seguindo alguns garotos maiores, mas assim que o sinal ecoou anunciando o término daquele dia letivo não visualizou ninguém que tivesse ido buscá-lo; as horas passaram enquanto aguardava alguma pessoa no portão principal, mas infelizmente não notou a presença de ninguém conhecido por ali. Por iniciativa própria e desviando-se da atenção dos professores, conseguiu tomar seu rumo sozinho novamente... Mas, agora estava na praça. Sentado. Porque não havia conseguido se lembrar do caminho que havia feito mais cedo. As pessoas olhavam com curiosidade para o pequeno ser que se encontrava totalmente alheio ao que lhe acontecia, apenas observava atentamente algum ponto qualquer naquela calçada. Sua mente trabalhava numa espécie de recuperação: por mais que tentasse, os passos que havia dado na manhã daquele mesmo dia não vinham para que ele pudesse voltar até sua casa.
Ashley estava numa pequena confeitaria, à mesma que havia encontrado o pequeno Benjamin numa situação passada, enquanto ela fazia sua corrida matinal de todo sábado. Trazia consigo um delicioso cappuccino e alguns cookies de chocolate, seu horário no Departamento já havia se esgotado e nada melhor do que delícias calóricas para completar um dia um tanto conturbado. Ainda precisava conversar com Garrett a respeito de suas ações, como começariam a investigar a vida de Sarah Linoy, como se daria a execução do plano e pior... Eles mal tinham um plano. Digitou uma rápida mensagem para seu companheiro pedindo que o mesmo a encontrasse em seu apartamento e logo depois se retirou do estabelecimento, indo em direção ao seu carro.
Foi então que o viu e teve que unir as sobrancelhas para ter certeza da imagem angelical sentada naquele banco. Com passos lentos e cuidadosos foi aproximando-se do pequeno que parecia estar perdido em qualquer outra dimensão, menos aquela o qual eles viviam de fato. A mulher sentou-se analisando com certa graça os traços inocentes que Benjamin trazia em seu rosto.
— Está acompanhado senhor? — questionou rindo assim que o garoto despertou de seu transe com um pequeno susto. — Ei, calma...
— Tia Ashley! — um sorriso sincero e extremamente alegre surgiu nos lábios do garoto que se jogou nos braços da loura. — Estava com saudades.
— Eu também estava meu amor — Ashley pôde sentir um calor envolver seu coração. Um sentimento bom que a fazia querê-lo por perto sempre. — Então, quer me dizer o que faz sozinho aqui? Já está tarde.
— Ninguém veio me buscar na escola — desvencilhou-se do abraço demonstrando uma careta triste.
— O que? Seu pai não veio lhe buscar? — havia perplexidade em sua voz.
— Na verdade era para aquela mulher ter vindo me buscar — disse com cautela e Ashley percebeu imediatamente de quem se tratava. — Acho que ela me esqueceu.
— Que novidade — a agente murmurou revirando os olhos. — Posso te levar para casa, se quiser. O que acha?
— Posso ir para sua casa?
A pergunta fez com que Ashley recuasse o tronco na defensiva. Não esperava por aquela reação; pelo que conhecia das expressões humanas, Ben não aparentava a alegria de sempre, mas jamais iria tocar nesse assunto com uma criança. Inspirou pensando nas consequências que isso lhe traria: Alguma discussão bem séria com John Cowen. Ele não aprovaria tal ato e nem ao menos perdoaria a mulher por ter sequestrado seu filho; afinal, não estava em seus planos avisar ao homem. Uniu as sobrancelhas ignorando totalmente o que havia passado em segundos em sua cabeça, desde quando devia satisfações ao agente? Os próprios pais haviam esquecido o filho na escola, por que ela seria a crucificada da vez? Retribuiu o sorriso que havia no rosto do pequeno e o pegou pela mão.
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AGENTE 027
Romance[book one] Dono de casos bem-sucedidos e medalhas de honraria, o agente especial do FBI, John Cowen, carrega consigo uma lista de qualidades - e outra de defeitos. Precisa administrar sua vida secreta com a responsabilidade de criar um filho sozinh...