40 | família

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Depois de 3 anos, eis o último capítulo de AGENTE 027. Nem sei o que dizer, de verdade! Espero que vocês gostem MUITO, do jeito que eu gostei. Ainda terá o epílogo e os agradecimentos, que serão postados na próxima semana... Então, não é um adeus definitivo. Obrigada. Mesmo.  (O Epílogo só sai se vocês comentarem, ok?)

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A neve ainda caía por Nova Iorque e as pessoas desentocavam do fundo de seus armários casacos de lãs e sobretudos esquecidos devido ao calor intenso da anterior estação. O movimento, apesar do frio intenso, continuava conturbado e as lojas pareciam estar aumentando de volume devido as festas de fim de ano que se aproximavam; o Natal, de fato, despertava o que há de melhor nas pessoas. Inclusive em John Cowen. Há quanto tempo não sentia-se tão... Liberto? Seu coração parecia estar aninhado a um confortável amontoado de plumas, sem mil toneladas de problemas lhe causando preocupações. Mesmo antes de tudo acontecer, as épocas festivas não eram tão intensas e repletas de luzes. Apesar do seu esforço para manter Benjamin incluso num mundo sem melancolia, um leve incomodo ainda se fazia presente quando sentava-se a mesa na companhia do filho; queria ter a oportunidade de uma entrega maior, de presenteá-lo com o melhor dos sentimentos e hoje, certamente, chegara próximo o bastante disso.

Espreguiçou-se como de costume, relaxando todos os músculos e franzindo o cenho devido à pouca claridade que incidia exatamente sobre seu rosto. Maldita cortina aberta. Sentia-se exausto devido à noite intensa que tivera, mas nenhum pouco arrependido; havia esperado tanto para tê-la em seus braços, que poderia amanhecer o dia vendo-a dormir exatamente ao seu lado. Riu com o pensamento. Quando imaginou ter a companhia de Ashley Sullivan em sua cama? Tudo bem, imaginou inúmeras vezes, mas não naquelas circunstancias. Ele havia feito o pedido, o pedido que ela tanto esperava – soube assim que pôs o anel em seu dedo e a mesma aceitara vir morar com ele. Ashley podia se fazer de durona, mas ainda assim seguia tradições de vestidos brancos e igrejas decoradas com flores e mais flores. John ajeitou-se sobre os lençóis e sentiu um desapontamento enorme ao notar que ela não estava mais ao seu lado; deslizou as mãos pelo lugar amarrotado e ergueu o tronco dando uma rápida olhada pelo quarto. No instante em que sentara na cama, um aroma delicioso invadiu suas narinas, causando uma sensação tão prazerosa em seu corpo que ignorou totalmente o fato de ainda estar trajando apenas uma boxer preta. Passou pelo banheiro para jogar uma água no rosto e partiu em direção a cozinha, deparando-se com a cena que o deixou ainda mais apaixonado. Se possível.

Ashley havia roubado uma de suas camisas para dormir e a peça lhe caiu perfeitamente bem, ele não podia negar. Suas pernas pálidas estavam amostra, a mão esquerda posicionada na cintura e a outra ocupada demais revirando o que pareceu ser panquecas na frigideira. Os cabelos louros presos num coque e o som ligado numa melodia que ele pouco se importou em identificar; queria beijá-la ali mesmo. Eliminar todas as barreiras que o impediam de fazer amor mais uma vez. Coçou a barba por fazer e aproximou-se com passos lentos, tentando ao máximo não roubar a atenção da mulher. Da sua mulher. Mais alguns passos e a distância perfeita para que ele depositasse um beijo na nuca alva, causando um pequeno susto na agente.

— Droga! — esbravejou, desvencilhando-se do corpo que ela tanto tinha usufruído na noite passada. — Você quer acabar com nosso café da manhã?

— Eu quero você de café da manhã — John tentou novamente uma aproximação, mas a loira foi mais rápida, se colocando atrás da bancada.

— Você não cansa? — mordeu o lábio inferior, controlando todas as reações que aquele pronunciamento haviam lhe causado. — Vá buscar o Benjamin e depois conversaremos sobre isso.

— Eu nunca imaginei que fosse encontrar Ashley Sullivan preparando panquecas para mim — brincou, enquanto roubava um pedaço das inúmeras que estavam sobre um prato ao lado do fogão.

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