04 | um tiro ou uma carona?

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O longo percurso que traçaram até chegar ao primeiro local do assassinato fora tedioso em alguns momentos e insuportável em outros. John havia conseguido encontrar o ponto fraco de Ashley, cantar músicas em alto e bom som para que todos da rua pudessem escutá-lo. Mas, a mulher manteve-se em sua sobriedade durante todo aquele caminho e não dirigiu nenhuma palavra ao individuo que guiava aquele automóvel. Em determinados minutos, arrependia-se amargamente por ter aceitado trabalhar naquele caso... Se fosse avisada previamente que teria um companheiro tão... Tão... Santo Deus, ela nem sabia expressar a sua aversão aquele tipo de ser humano.

O homem estacionou o carro a uma distância não muito grande do galpão abandonado. O ponto em que o assassinato havia sido feito estava protegido por fitas amarelas e uma placa ao lado levava gravada a palavra "AFASTE-SE". Puderam perceber um movimento de outros setores do FBI que aparentavam está recolhendo materiais o suficiente para que posteriormente uma analise fosse realizada. Ashley tomou as rédeas da situação e caminhou a frente de seu parceiro, que riu ao perceber o quão ela estava irritada devido ao passeio que fizeram até chegar ali.

Pelas aparências do galpão, concluiu-se que servia para o carregamento de grandes caminhões de combustível. Ashley observava as manchas de sangue ao chão e encaminhou-se em direção a um rapaz de vestes brancas que colocava alguns objetos dentro de um pequeno saco transparente. Antes que ele pudesse questionar a respeito da repentina curiosidade daquela mulher, a mesma ergueu o seu distintivo cromado deixando-o claramente avisado de que ela era uma agente da CIA.

— O que foi encontrado aqui? — questionou inserindo luvas brancas em suas mãos. John aproximou-se observando atentamente a conversa. 

— Encontramos uma bala... — prosseguiu digitando algumas palavras em um micro computador que havia ao fundo da Van. — E uma caixa de lápis de cor.

— Lápis de cor? — John questionou incrédulo.

— Sim, senhor Cowen... Lápis de cor. Serve para fazer desenhos, pintar ou qualquer coisa do gênero — ela o atiçou soltando um pequeno riso após seu comentário.

— Você consegue ser menos irritante por um minuto? — ele enfiou as mãos em duas luvas, acompanhando sua parceira. Tomou o saquinho transparente das mãos do homem e retirou uma bala dourada de lá. — É uma bala de calibre doze.

— Não mesmo — Ashley tomou o objeto das mãos de John que se controlou para não esganá-la ali mesmo. — É um calibre vinte e dois.

Entreolharam-se por um bom tempo. O rapaz de vestes brancas observava atentamente aquela discussão que estava sendo formada a sua frente, soltou um riso discreto e começou a baixar uma sequencia de arquivos na tela de seu computador. Logo após visualizar alguns relatórios, se pôs entre os dois agentes que se fuzilavam com os olhos.

— Desculpe, mas o senhor John está correto — sentiu um medo lhe aflorar quando Ashley o olhou repleta de sentimentos desagradáveis. 

— Pelo visto minha companheira está enganada — John sorriu sarcasticamente enquanto depositava seu braço nos ombros da mulher. — Mas não se preocupe, lindinha... O presidente não deveria ter conhecimento sobre seus estudos a respeito de munição.

Ela bufou dando de ombros e caminhou para bem longe dos rapazes que ainda continham-se para não rir em frente à Ashley, seria um tanto constrangedor. John a acompanhou com os olhos e imaginou o quanto aquela cena iria se repetir em sua mente durante algum tempo, afinal, momentos como aqueles serviriam como um modo de defesa caso ela voltasse a lhe atacar com algumas palavras ácidas. Voltando sua atenção para a bala, pediu para que o rapaz a sua frente enviasse para o laboratório do Departamento nove, juntamente a caixa de lápis de cor.

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