Capítulo 37

24.1K 2.3K 349
                                    

Dedicado a @keilaPriscilaSantos

Ian

O dia que eu ia fazer a prova era o mesmo em que Victória receberia alta, achei melhor não falar com Kate, para dar mais espaço a ela. Acordei cedo para fazer a prova, tomei banho, me arrumei e fui para a universidade, havia muita gente que iria fazer aquelas provas.

A professora me entregou as provas e eu as folheei, mais da metade eu sabia, Kate tinha me ensinado tudo.
Obrigado Deus.
Eu nunca pensei muito nele, mais foi inevitável não agradecer a Ele, mas era a primeira vez que eu agradecia e que dirigia a palavra a Ele.

Depois que o aceitei me senti diferente, era estranho, algo que eu nunca tinha sentido. Um sentimento de culpa e gratidão. Eu me sentia culpado por tudo que fiz a ele, não me achava digno de tê-lo, nunca achei. Mas havia também o sentimento de gratidão, eu não sabia bem o porque, porém, era bom. Eu não sabia exatamente porque era grato a ele, mas agora eu tinha um motivo para agradecer a Ele e quando pensei aquilo, meus pelos do braço arrepiaram. Voltei-me para a prova e dei o melhor de mim, não queria decepcionar Kate.

Voltei para casa, eu queria muito ir ver Kate, mas me contive.

Fui para o porão, onde estava os instrumentos da banda. Peguei minha guitarra e cantei um pouco. Por mais que eu quisesse, Kate não saía dos meus pensamentos, mas eu não poderia estar com ela o tempo todo, ela deve estar com a amiga mal sentindo falta de mim.

Voltei para o meu quarto, deitei e fitei o teto. Eu podia ir bem cedo a casa dela e fazer o que ela fez comigo a primeira vez que veio aqui. Seria ótimo ver a carinha dela de sono. Depois a gente ia ver minhas notas e eu a levaria para um lugar legal, aqui em Seattle pode ser bem atrativo. Existe vários lugares lindos por aqui, que poucos conhecem, então eu a levo nesses lugares.

Não acho que estou apaixonado, de jeito nenhum. Só gosto um pouco mais dela do que qualquer outra garota que já conheci. O que mais me intriga é que nunca encostei nela para gostar tanto assim dela e ainda por cima ela me faz querer ser melhor. Eu me sinto um imundo perto dela.

Eu faço de tudo para vê-la sorrir, Deus que me perdoe pelo que vou dizer, mas acho que o paraíso não chega nem perto daquele sorriso. É maravilhoso ver ela sorrir, o som da risada dela é gostoso, eu poderia ouvir ela sorrir e nunca me enjoaria daquele som. E quando sorri seus olhos brilham feito uma grande estrela no céu escuro, a maior estrela que há no céu e a que mais brilha, a que chega a dar inveja no sol.

Para mim não há mais céu no mundo, o único céu que existe são os olhos dela. Eu me perdo naquela imensidão de azul que há várias coisas a oferecer.

Não ria de mim, mas vou confessar.

Os olhos dela é o meu céu, o brilho do seu olhar são as estrelas da noite escura, seu sorriso é o motivo para mim sorrir também, e ela, é o meu sol. O que clareia minha vida é ela.

Não posso mais deixar ela ir embora, gosto dela demais para permitir isso. Ainda acho que paixão ou amor seja maior que isso, não que eu já tenha sentido pra saber, mas é, não é? Eu apenas gosto, isso é certo.

É, amanhã mesmo vou vê-la, pensei e o sono me dominou.

Me acordei as 5:30 da manhã, fiz o melhor que pude em mim, tomei café e as 6 horas estava em frente ao prédio em que ela mora.

─ Bom dia senhor, o que deseja? - falou a recepcionista quando cheguei. Ela nunca fez isso, porque agora?
─ Bom dia. Preciso ir ao apartamento 234 para falar com a garota que mora lá.
─ Preciso avisar que o senhor está subindo, e se tem permissão. - disse e eu assenti. Ela pegou o telefone e ligou.
─ Ninguém atende senhor.
─ Deve estar dormindo. - falei e ela tentou outra vez, só que mudou de recepcionista e eu tive que explicar outra vez.
─ É o apartamento da srta. Philips, porém outra pessoa está morando... - falou ela sem lembrar o nome de Kate.
─ Katherine Adams. - falei.
─ Isso mesmo. - ela falou e olhou para mim. Olhei seu nome no crachá, Isabella. Ela pegou o telefone e ligou de novo.
─ Martin? - disse.
─ A srta. Katherine Adams, do 234. Tem como me informar se ela está em casa?
─ Certo. - ela falou e esperou alguns instantes, escutou alguma coisa e depois desligou.
─ Sinto muito, mas ela não está.
─ Como não? E para onde ela foi?
─ Não podemos dar informação.
─ Mas me diga, que horas ela saiu?
─ As 5:30 da manhã.

No Tempo de DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora