Capítulo 44

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To arrumando minhas malas com Gregg tagalerando coisas que eu não estava ouvindo.

Imagino que você queira saber como eu estou viva depois que Maureen nos pegou... Simples, ela não fez nada, ela sabia que não conseguiria fazer nada com nós, afinal... dois contra um. Era só coisa de gente muito pequena.

Não passou exatamente duas semanas, mas preciso ir para casa antes das aulas começarem.

─ Quando é que você vai começar a fazer uma faculdade? - perguntei para Gregg.
─ Talvez o ano que vem.
─ Não sei porque você não começou a fazer esse ano. - falei e ele deu de ombros.
─ Eu já vou Kate, está tarde. Antes de você ir amanhã eu passo aqui para te ver. - falou, beijou minha testa e saiu.

De fato estava tarde, já era 23:38 PM. Quando Gregg soube que eu ia embora passou o dia todo comigo, até agora. Sempre fui mais apegada a Gregg do que a Maureen, já que ela é mais velha e sempre teve muitos amigos, aí eu passava muito tempo com Gregg, quando éramos pequenos.

Li a bíblia e fui falar com meu Pai... meu Amado Pai.

Quando terminei de falar com Ele, me deitei e fitei o teto. Eu estava sem sono, mesmo que fosse acordar cedo amanhã. Meus pensamentos iam e vinham. Falando nisso, estou numa saudade enorme de Ian. Fazia apenas alguns dias que eu não o via, mas mesmo assim a saudade estava grande, e a gente se fala todo dia pelo celular, mas não é a mesma coisa.

Peguei meu iPod e coloquei uma música de Third Day "Soul On Fire", para ver se conseguia pegar no sono. Cantei um trechinho em um sussurro.

God, I'm running for your heart
I'm running for your heart
Till I am a soul on fire

Acordei com meu despertador gritando no meu ouvido. Obriguei meu corpo a levantar, fiz uma oração e tomei um banho.

Deixei meus cabelos soltos, vesti uma saia rodada que ia até joelho de cor preta, com uma blusa florida. Calcei uma sapatilha e desci.

Meu pais já estavam me esperando.

─ Por que você não fica mais alguns dias? - perguntou minha mãe chorosa.
─ Eu vou procurar um emprego mamãe.
─ O que mandamos não é o suficiente?
─ É claro que sim, mas eu não posso depender de vocês para sempre.
─ Essa é a minha garota. - falou meu pai. ─ Mas é claro que ela puxou a mim. - disse e eu ri.
─ Mãe, por que eu tenho um pai tão convencido? - perguntei e ele fingiu uma cara de indignado.
─ Isso é porque você não conheceu ele mais novo.
─ Também amo vocês, mulheres da minha vida. - disse nos espremendo nos seus braços grandes.
─ Tenho que ir. - falei.
─ Vamos levar você. - disse mamãe e pegou a bolsa.

Chegamos e vovó estava lá, me esperando.
─ Oi vó. - falei e a abracei.
─ Oi minha flor. Vou sentir saudades.
─ Eu também, a senhora e o vovô precisam ir me visitar. E como ele esta, melhor? - perguntei.

Meu avô tava com uma gripe forte, e por isso vovó não deixa ele colocar nem os pés fora da cama.

─ Ele tá melhor sim minha flor. E claro que vamos, tenho que conhecer onde a minha neta mais linda do mundo mora. - falou e eu beijei sua bochecha. Abracei meu pai e minha mãe, e fui caminhando para o ônibus.

─ KATEEE... - uma voz gritou e eu olhei para trás para ver quem era, é Gregg. Ele vinha correndo até mim. Parou ao meu lado ofegante e me abraçou.
─ Não acredito que você ia embora sem se despedir de mim. - falou quando me soltou.
─ Achei que você não fosse acordar. - falei rindo.
─ Engraçadinha. Agora você já pode ir. - disse e beijou minha testa.
─ Manda um beijo pra Mau. - falei.
─ Claro. Amo você, nojenta. - falou rindo.
─ Também amo você, Gregguinho. - falei e fui para o ônibus.
─ O pior apelido que você já me deu em todos os tempos. - gritou antes de entrar no ônibus, sorri.

No Tempo de DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora