Capítulo 20

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No caminho de volta pra casa, Aidan não parava de perguntar por Chrissy.
─ Aonde ela mora?
─ Aqui.
─ Eu sei que é aqui. Quero saber o lugar daqui. - falou, insistindo.
─ Não sei Aidan. - disse, impaciente.
─ Quantos anos ela tem? Qual o sobrenome dela?
─ Aidan, ora primeiro, pra saber se realmente ela é pra você. Porque se você não souber de Deus primeiro, pode acabar se machucando. - falei, quase exasperada.
─ Tá bom. Obrigado.
Dei um sorriso singelo pra ele.
Ao chegar em casa vesti um blusão, orei e fui dormir.

Acordei 5min antes do alarme tocar. Tomei banho, coloquei uma saia jeans um pouco desfiada, com uma blusa azul de manga até o cotovelo, e uma sapatilha.
Quando saí do quarto minha mãe e meu pai já estavam na mesa me esperando pro café.
─ Bom dia. - falei.
─ Bom dia. - falaram uníssono.
─ Bênção pai, bênção mãe. Ah, e a paz.
─ Paz do Senhor meu amor. E que Deus te abençoe.
─ Deus te ilumine filha. Paz do Senhor. - falou meu pai. ─ Vamos orar? - continuou ele.
─ Claro. - respondi.
─ Oremos. Deus todo poderoso, estamos aqui diante da Tua santa presença, Te agradecendo pela noite de paz, e por esta refeição da manhã, obrigado Pai, pelo pão de cada dia, que tenhamos um dia abençoado e cheio da Tua presença, Te apresento cada um dos teus servos, desde já te agradeço. Amém.

Tomamos café conversando sobre Bellevue.
Antes de sair da mesa Amora já tinha chegado em casa pra gente ir pra faculdade.

─ Cadê a Hellen? - perguntei.
─ Ela não vai hoje, porque disse que queria ver se conseguia ver a Vic.
Fui escovar meus dentes e Amora ficou me esperando no quarto.
─ Porque você nunca levou seu violão pra faculdade?
─ Não sabia que podia.
─ Claro que pode. Você nunca almoçou lá não? Alguém sempre leva algum instrumento e canta, só que é cada um com o seu grupo. - falou.
─ Não, nunca almocei lá não. Vou almoçar hoje, para recuperar algumas coisas dos dias que faltei.
─ Então eu fico com você.
─ Okay.

Fomos pra universidade, chegamos um pouco atrasadas.
Como sempre meus olhos de encontraram com os de Ian.
Ignorei.
─ O que foi isso? - perguntou Amora.
─ Isso o que? - perguntei me fazendo de desentendida.
─ Você e Ian?
─ Eu e quem?
─ Ian. Eu vi como vocês se olharam.
─ Não nos olhamos de jeito nenhum. - disse, insinuando que aquilo que ela estava falando era um nada a ver.

O professor chamou nossa atenção e paramos de conversar. Às aulas correram bem, eu estava um pouco atrasada, mas nada que fosse difícil compreender. E cada vez mais me sentia apaixonada pela medicina.

Tocou para o almoço e como estava com meu violão, levei ele. Quando terminamos de almoçar, fomos para o jardim da universidade, tinha algumas pessoas lendo, outras namorando. Enfim, ninguém adorando a Deus. Peguei meu violão e comecei a dedilhar algumas notas.
─ Toca uma. - falou Amora.
─ Conhece a música You never let go?
─ De quem é essa música?
─ Não sei exatamente de quem é, mas vi Amanda Michalka cantando ela.
─ Aj da 78violet?
─ Sim.
─ Não sei que música é, mas canta o refrão aí.

Oh no, you never let go
Through the calm and through storm
Oh no, you never let go
In every high and every low
Oh no, you never let go
Lord, you never let go of me yeah.

─ Ah, é bonita. - falou Amora.
─ Acho ela linda.
─ Mas por que você só canta músicas que falam de Deus?
─ Porque só Ele merece louvor.
─ E como é sua relação com Deus? - perguntou, curiosa.
─ Perfeita. Ele é o meu melhor amigo Amora, Ele cuida de mim mesmo quando não mereço, e eu simplesmente amo Ele, e como não tenho nada pra dar em troca do que Ele fez e faz por mim, eu entreguei meu coração e minha alma para Ele, e tudo que eu faço é para glória d'Ele.

Ela ficou calada, e eu comecei a tocar a música do começo.

Ainda que eu ande
Pelo vale da sombra da morte
O teu amor lança fora o medo
Ainda que eu me encontre
Bem no meio das tempestades da vida
Não voltarei pois perto estás
Eu não temerei o mal
Pois o meu Deus comigo está
E se o meu Deus comigo está
A quem eu temerei?
A quem eu temerei?

Oh não! Nunca me deixou
Na tempestade ou na paz
Oh não! Nunca me deixou
Quando bem ou quando mal
Oh não! Nunca me deixou
Oh, o Senhor nunca me deixou

Eu posso ver a luz
Que está vindo ao coração que espera
Incomparável, gloriosa luz
E haverá um fim aos problemas
Mas até este dia
Viverei sabendo que estás aqui
Eu não temerei o mal
Pois o meu Deus comigo está
E se o meu Deus comigo está
A quem eu temerei?
A quem eu temerei?

Eu estava tão concentrada na música que não tinha visto o tanto de gente que estava ao nosso redor. Fizeram uma rodinha e estavam todos sentados, tinha até algumas pessoas cantando a música comigo, outros de longe olhando, até que avistei Ian. Estava encostado numa árvore, me olhando de longe.

─ Agora só o refrão, quem souber ou já aprendeu canta comigo!

Oh não! Nunca me deixou
Na tempestade ou na paz
Oh não! Nunca me deixou
Quando bem ou quando mal
Oh não! Nunca me deixou
Oh, o Senhor nunca me deixou

Todos que estavam ali cantou, até Amora. E ficou muito alto por causa de todas às vozes juntas, e quem passava parava para nos observar. E Ian estava naquele meio, ele se aproximou e até mesmo cantou e quando o refrão acabou todo mundo bateu palmas.

Não sei porque fiquei tão feliz por Ian ter somente cantado o refrão, mas já é um começo. O começo do começo, e preciso mais que urgente falar com meu Pai todo poderoso.
Algumas pessoas começaram a sair, outras vieram falar comigo dizendo que eu cantava bem, todas saíram, até restar só eu e Amora, até a pessoa que eu menos esperava vir falar comigo.
─ Você canta muito. Parabéns. - falou Ian.
─ Obrigada.
Ele saiu e até que ficou só eu e Amora.
─ Aquilo. Foi. Lindoo. - falei saltitante.
─ Você e Ian?
─ Não né. To falando de todos cantando junto comigo.
─ Foi mesmo. Você arrasou.

Meu sorriso estava enorme estampado na minha cara.

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Muita paz têm os que amam a tua lei, e para eles não há tropeço. - Salmos 169:165.

***

No Tempo de DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora