Capítulo 51

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─ É... - eu ia falar, mas as palavras fugiram da minha mente. Vasculhei meu cérebro a procura de alguma coisa, enquanto Ian meu olhava impacientemente.

Acho que essa palavra não existe...

Espera. O impaciente mente.

─ O impaciente mente. - falei sorrindo.
─ Hein?
─ Esquece. - falei dando de ombros. ─ Ele veio me dizer que não preciso ir trabalhar hoje.
─ Para isso existe celular. - falou, incrédulo.
─ Bom... Ele falou que estava perto daqui, aí achou melhor fazer uma visita.
─ Aquele cara tá pedindo para ver a morte. - falou andando de um lado para o outro. ─ Se ele encostar o dedo em você, juro que não respondo por mim. - disse e eu ignorei o que ele disse.
─ Vamos? - perguntei e ele apenas assentiu. Ele vinha em silêncio no elevador, mas tinha uma coisa martelando em minha cabeça.
─ Por que você não gosta dele? - perguntei e Ian meu olhou.
─ Quem em nome de Deus vai gostar de um cara como ele e que tá louco por uma mulher que é sua? - perguntou.
─ Deus. - falei e revirou os olhos. ─ Só você que acha que Benjamin me quer, isso deve ser paranóia sua. - falei e ele riu. ─ E Benjamin é apenas meu amigo, ele sabe muito bem disso.
─ Saber ele sabe, só que isso não impede dele tentar te conquistar. - falou quando saímos do elevador, e fomos para o estacionamento.
─ Ian, o que eu sinto por você é irrevogável. - falei e ele encostou no carro e me encarou.
─ Você é solteira independente do que sinta por mim. - disse engolindo em seco. ─ E só de pensar em você perto dele, me da nos nervos. Aquilo é um monstro em forma de homem.

Isso me afetou. Não importa quem é Benjamin ou o que ele fez, ele é meu amigo e tão falho quanto qualquer outro.

─ Você errou tanto quanto ele. E todas aquelas meninas que você usou como se fossem lixos? - falei antes de meu cérebro bloquear. O semblante dele mudou e eu desejei retirar aquelas palavras, mas era tarde demais.

A minha boca e cérebro não estavam de acordo.

─ Ah, e é?! - perguntou irônico. ─ Eu pelo menos deixei bem claro quem sempre fui, diferente dele que só quer a sua... - disse, deixando a frase no ar.
─ Quer a minha o que? - perguntei, gritando. Ele olhou pro carro e depois abaixou o olhar.
─ Entre no carro. - foi a única coisa que falou, sem emoção.
─ Eu não vou entrar até você me dizer! - exclamei. ─ Se você não gosta dele pelo que ele fez, porque não me diz para acabar com isso logo? - perguntei, gritando.
─ Que merda Kate! - falou exasperado. Ele me colocou dentes do carro e apertou muito o cinto, como se eu fosse sair correndo.

Antes que eu realmente fizesse isso, ele já estava dentro do carro, indo em direção a faculdade.

─ Pare esse carro agora, ou eu saio assim mesmo. - falei, tentando tirar o cinto. Ele não falou nada, apenas trancou a porta. Estávamos em alta velocidade, coisa que eu nunca gostei.

Virei a cara emburrada. Cinco minutos depois chegamos e eu sai do carro sem olhar para trás e pisando fundo, tava com tanta raiva que quase esbarrei em Vic.

─ Calma ai furacão. Para onde vai assim? - perguntou ela me olhando.
─ Para sala, ué. - falei, como se não fosse óbvio.
─ O que aconteceu? - perguntou.
─ Ian, que é um idiota. - falei e ela deu um risinho.
─ Vamos para a biblioteca. - disse me arrastando.
─ Fazer o que lá? - perguntei confusa.
─ Se você for para a sala assim, vai jogar Ian pela janela, e eu vou te ajudar. - falou e eu ri.

Quando ia entrando na biblioteca, vi de longe, Ian discutindo com Ethan, e lembrei do sonho.

─ Você conhece a flor Louro-da- Montanha? - perguntei e ela seguiu meu olhar.
─ É o símbolo de Co... - falou mas foi interrompida pelo grito de Ethan.

No Tempo de DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora