Capítulo 30

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Eu coloquei dentro da cesta tudo o que eu tinha direito. E que por sinal está pesada demais.
─ Ian, você veio de quê? - perguntei.
─ De carro. Já está na hora de ir né? Tem meia hora que você tá colocando comida aí dentro. - ele falou e eu ignorei seu comentário.
─ E vamos pra onde?
─ Quando chegar lá você vai saber. Curiosa.
─ Haha. - falei com ironia.

Ele sorriu, pegou a cesta e me olhou assustado.

─ Você vai levando tudo que tem nesses armários aqui dentro é?
─ Deixa de ser besta. É claro que não. Isso só é o suficiente para mim e você. E olha o teu tamanho.

Ele não disse nada enquanto pegamos o elevador. Chegamos no estacionamento do prédio e ele foi até um SUV. Colocou a cesta no porta-malas e abriu a porta do carona pra mim. Ele saiu com perfeição do estacionamento e seguiu por uma parte de Seattle que eu ainda não conhecia.

─ Você não vai me dizer? - perguntei sem aguentar minha curiosidade.
─ Não. - ele falou com os olhos na estrada.
─ Curto e grosso. - falei rindo da a cara de sério dele.

Ele riu também, mas não falou nada.

─ É sério. Fala. - eu implorei.
─ Não insista. Eu não vou falar. - ele falou ainda de olho na estrada.
─ Odeio quando me deixam na curiosidade. - resmunguei baixinho. Mas não foi baixo o suficiente para ele não ouvir, o que o fez rir.

Meia hora depois eu já conseguia ver as árvores de um parque.
Ele colocou o carro num estacionamento enquanto eu tirava o cinto Ian desceu e abriu a porta pra mim.

─ Você é até cavalheiro pra quem trata mulher como objeto. - falei ríspida.

Ian me olhou nos olhos e como sempre, não consegui ver nada em sua expressão.

─ Eu não trato mulher como objeto. Elas sabem como eu sou e mesmo assim me querem.
─ Mas você usa sua beleza física, e isso é errado. E sua popularidade ajuda ainda mais. Quem não ia querer pegar Ian Hunter? O cara mais popular da faculdade de Washington. - eu falei e vi um sorriso brotar em seu rosto.
─ Humm. Quer dizer que tem alguém aqui que me acha bonito?
─ Você fala como se nunca tivesse se olhado no espelho. - falei ignorando seu comentário sujo.

Ele ficou calado. Pegou a cesta e fomos para o parque. E meu Deus, que lugar era aquele. Esplêndido. Simplesmente maravilhoso. Estou apaixonada por esse lugar. Andamos um pouco e chegamos a uma ponte. Eu me encostei em uma das paredes e fiquei olhando o meu reflexo na água e logo o de Ian, que ficou ao meu lado.
─ Esse lugar é lindo demais Ian. Você vem sempre aqui?
─ Quase todos os dias.
─ E por que você me trouxe aqui?
─ É um lugar calmo, que eu gosto muito. E com certeza vai entra alguma coisa na minha cabeça. - ele falou e eu ri.

Voltamos a caminhar pela ponte, quando saímos Ian colocou a toalha xadrez no chão, bem perto do lago. Sentou e eu o acompanhei. Fui até a cesta e peguei uma maçã. Abri o caderno da universidade.

─ Tudo menos Patologia. - Ian falou.
─ Então vamos começar com Patologia. - eu disse e dei uma mordida na maçã. E ele não conteve o riso.

Estudamos, comemos e vice-versa.

─ Entendeu? - perguntei quando tinha terminado de explicar a ele.
─ Não. - ele falou com um sorriso ridículo na cara. Bom, ridículo, mas lindo.
─ Nem brinca. - falei séria.
─ Você explica muito bem, quase impossível não entender. - ele falou e novamente eu sorri.

Não sei o que acontece, mas parece que minha boca ganha vida própria quando ele fala.

─ Você gosta muito de maçã não é? - ele perguntou olhando a cesta.
─ Não.
─ Como não? Você comeu cinco maçãs enquanto explicava.
─ Eu não gosto muito de maçã. Eu amo muito maçã. - falei e caí na gargalhada da cara de pateta que ele fez.

Eu me levantei e fui até o lago, sentei no chão e coloquei as pontinhas dos dedos na água.
Eu vi uma pedrinha sendo jogada na água, olhei pra trás e vi Ian.
Ele sentou ao meu lado e voltou a jogar pedras na água.

Eu roubei uma pedrinha da mão dele e joguei também. Ele me olhou pelo canto dos olhos e vi um sorriso em seu rosto. O que também eu fiz.

Eu fiquei olhando para o lago e apreciei a calma daquele lugar, e senti uma brisa suave mexendo meus cabelos.

─ Olha pro céu. - Ian falou olhando para ele. ─ Seus olhos são da mesma cor que ele. Só que o azul do céu é infinito, quanto mais você olha, mais você ver. Enquanto o seu não, o seu é um pequeno céu, embora, quanto mais se olha, mas se vê. - ele falou sorrindo. - olhou pra mim e voltou a olhar o céu.
─ Eu considero o seu como um infinito oceano. - falei depois de algum tempo que ficamos em silêncio.
─ Infinito? Por que?
─ Um dia, quem sabe, você saberá.

Ficamos em silêncio mais uma vez e vi Deus me provar a cada instante o quanto Ele é maravilhoso. Não porque Ian estava ao meu lado mas sim, por simplesmente, me deixar viver esse momento. Por me mostrar que a gente nunca passa por algo ruim na vida. Como alguém pode dizer que chegou ao ponto de não aguentar mais se tem um um Deus que tudo pode ao seu lado? Não importa se ele vai te socorrer ou não, ele está com você dando-lhe o prazer da sua presença e isso é o suficiente para não temer nada quando supostamente passamos por um momento ruim na vida.

─ Daria tudo pra saber seus pensamentos.
─ Só estou pensando no quanto Deus é maravilhoso.
─ Por que você fala tanto de Deus Katherine?
─ Me chame de Kate. Só Kate. - eu falei. ─ Porque ele é tudo que precisamos Ian. Ele tem um amor infinito por nós, Ele só quer o melhor para todos. E eu falo tanto desse amor, que Deus é amor em sua mais pura forma, para que outras pessoas participem dessa felicidade que eu sinto, para que tenham um sentido na vida. A maioria das pessoas que não serve a Deus, ficam procurando o sentido da vida, mas não encontram, não há sentido sem Deus. Você simplesmente veio ao mundo e depois vai morrer. Só isso. Mas na verdade não, um Deus todo poderoso te criou para que você o adore com todo o seu coração, para que você viva firme nas suas promessas nesse mundo. E quando ele acabar, vamos viver numa mansão celestial para sempre e eternamente, vamos viver a mais pura alegria.
─ Pensando assim, faz até sentido. Mas dizer que todas as coisas acontecem por causa de um Deus, é como dizer que a ciência nada vale, é como não acreditar nela.
─ Eu acredito na ciência e em Deus. Deus deixou a ciência para o homem estudá-la, não para dizer que Ele não existe, sendo que a ciência prova que Deus existe.
─ Então, o sentido da vida, é... Adorar a Deus?
─ Sim. O sentido da vida, é adorar, e amar a Deus sobre todas as coisas!

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Que pratiquem o bem, se enriqueçam de boas obras, que sejam liberais e generosos. I Timóteo 6:18

Pois é, né? Mais uma vez não postei no dia certo. Calma gente, calma. Eu estava na casa da minha avó, e como bem típico da casa de uma avó, não tem internet, nem nada desse século.

Me perdoem pelos erros ortográficos.

Vocês terão que se contentar com isso aí, até quarta. Ou terça. Talvez eu poste antes.
Bom gente, eu amo cada um de vocês. Tá. Eu não conheço mais amo, to nem aí. E vocês não sabem como me deixam feliz com estrelinhas e comentários.

Fiquem com a gloriosa paz do Senhor Jesus.
PS: Não sei quando o livro vai acabar, mas não está perto.

E parabéns a todos os pais que lêem meu livro. E também, ao meu *-* apesar dos muitos pesares. Feliz dia dos pais.

No Tempo de DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora