Quando todas as aulas acabaram senti certo nervosismo. Era meu primeiro dia de trabalho, não era nada difícil de se fazer mas ainda assim...
─ Vamos? - perguntou Ian, passando o braço pela minha cintura. Eu o olhei sem entender. ─ Quem vai te levar no primeiro dia de trabalho sou eu. - falou.
─ Tá bom. - falei e fingir que ia dar um beijo na bochecha dele, mas ao invés disso dei uma pequena mordida.
─ Ai. - protestou e eu ri.
─ Vou ficar com diabetes. - falou Amora fazendo uma careta e saiu. Vic foi atrás dela rindo, e a gente fez o mesmo.Saímos da sala e lá estavam, todos nos olhando de novo, e Ian dessa vez não segurou minha mão. Tava prestes a entrar em combustão com todos aqueles olhares queimando em cima de mim. E o pior não era nem isso, era o que falavam.
" ─ O que ela tem que eu não tenho?" A resposta seria "Deus".
" ─ Duvido ele aguentar essa nerd por muito tempo."
" ─ O que ele viu nela?" A resposta para isso também estou procurando.
" ─ Quero só ver o que a Megan vai aprontar para essa daí."Se eu dissesse que isso não me machucou seria mentira, mas eu não estava nem aí para o que essas pessoas falam.
Fomos o caminho inteiro em silêncio. Eu não fazia a minina idéia sobre o que Ian estava pensando, mas pela cara dele, nem queriasaber.
─ Tá tudo bem? - perguntei, quebrando o silêncio.
─ Tá. - foi tudo o que falou. O silêncio reinava entre nós, e ele estava mais do que desconfortável, mas eu não iria quebrar o silêncio de novo.
─ Por que você tem de ir trabalhar? - perguntou.
─ Porque eu moro num apartamento sozinha e não posso depender dos meus pais para sempre. - falei e ele se calou de novo.Deixou o carro na garagem do prédio e subimos. Ele não me olhou momento nenhum, nem mesmo de canto de olho, e aquilo estava me incomodando.
─ Ian, o que foi? - perguntei exasperada enquanto saía do elevador. Abri a porta enquanto ele se decidia se iria me responder ou não.
─ Não quero que você vá trabalhar. - falou parecendo uma criança mimada que estava recebendo um não dos pais.
─ Quantas vezes vou te dizer que preciso me sustentar Ian? Ou você vai me bancar agora? - perguntei, irônica.
─ Posso? - perguntou esperançoso.Só eu que acho que ele parece uma criança?
─ Não Ian, não pode. - falei e ele fez cara de cachorro sem dono. ─ E nem me olhe assim, já aceitei até demais, o carro, e ainda por cima com o motorista da sua mãe.
─ Tudo bem. - falou petulante.
─ Você está agindo igual a Susan. - falei e dei um risinho. Ele fez careta. Sabia o quanto Susan era insistente no que queria e nem ele mesmo gostava daquilo, e estava agindo da mesma maneira.Ian foi assistir e eu fui fazer o almoço. Deixei no fogo e fui tomar meu banho.
O bom de tomar ducha é que a água escorrendo faz você pensar com mais clareza.
Imaginei eu casada com Ian ─ nem fui longe ─ eu fazendo a comida para ir trabalhar, enquanto ele insistia para ficar em casa com ele. Ri do meu pensamento e sai do banho.
Me arrumei e fui falar com meu Senhor, para tirar aquele nervosismo.
Voltei rápido para cozinha, mais um minuto de atraso e tinha queimado. Arrumei a mesa inteira.
─ Ian, vem comer. - o chamei.
─ Agora. - falou e quando vi ele já estava colocando a comida, comecei a rir.Eu jurava que ia sobrar para mim comer a noite, mas estava redondamente enganada. O cara por quem eu me apaixonei come por quatro e não deixou nada. Sério, fiquei impressionada.
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No Tempo de Deus
SpiritualHistórias de amor é o que resume a vida de Katherine Adams. Ela começa com o primeiro amor onde o Salvador deu a Sua vida por ela e por toda a humanidade. Esse gesto à ganhou, por inteiro. Até que surge o amor que traz decepções e dores. Ian Hunter...