Ian me deixou no apartamento, na verdade, ele decidiu entrar comigo.
─ Anjo? - perguntou.
─ Sim? - respondi e me virei para olhá-lo.
─ Você pode tocar piano para mim? - perguntou, se esforçando o máximo para soar carente, e funcionou direitinho.
─ Não posso hoje Ian, vou atrás de Vic, agora. - falei, enquanto terminava de colocar a comida de Pudim.
─ Você está me dispensando? - perguntou, incrédulo.Eu apenas dei de ombros.
─ Preciso falar com ela. - disse, fazendo beicinho.
─ Certo. - falou, insatisfeito. Pegou a chave do carro e descemos em silêncio, coisa que estava muito comum entre a gente, mas que nem sempre era desconfortável.
─ Coitado de Moke, vive solitário naquele AP. - disse Ian.
─ Ele tem que se acostumar. - falei.Fomos o caminho inteiro em silêncio. Ele estacionou em frente a universidade.
─ Você pode ir ficar com Pudim, se quiser. - falei antes de sair. Quando abri a porta ele segurou meu braço e me puxou para ele, que fui direito para seus braços. Ele beijou meu pescoço e me deixou sair.
Os corredores da universidade estavam vazios, já que estavam todos em suas salas. Quando cheguei na minha a professora me olhou com a cara:
Você falta e ainda quer influenciar os outros?
─ Por que em nome de Deus você está aqui? - perguntou Vic quando saiu da sala.
─ A flor. - falei. ─ Você disse que era o símbolo de algo, antes de ser interrompida pelo grito de Ethan.
─ Ah. - falou, como se lembrasse. ─ Vem. - disse me puxando. Saímos da faculdade e ela parou ao lado de um carro.
─ De quem você roubou? - perguntei e ela me mostrou a língua.
─ Ganhei. - falou dando uma piscadela.
─ Vamos para onde? - perguntei quando entrei.
─ Shopping, é claro! - disse e eu revirei os olhos. ─ Sim, o Louro-da-Montanha é o símbolo de Connecticut. Mas porque quer tanto saber dessa flor? - perguntou, não disfarçando sua curiosidade.Falei a ela do sonho, que estava ouvindo atenta.
─ Até agora estou procurando um significado, mas nada é muito concreto. - falei.
─ Bom, pode ter diversos significados, pode ser pessoas também. Tenho certeza que o oceano é Ian, mas aquele campo ameno... - falou e começou a pensar. ─ Por que não foi trabalhar hoje?
─ Ben falou que não era preciso. - falei.
─ Isso, sua anta! - falou dando um tapa na cabeça dela e eu ri ─ O campo ameno deve ser Benjamin. Hum, só confirma minhas dúvidas.
─ Quais? - perguntei confusa.
─ Se ele é realmente esse bom moço que finge ser. Mas tu, raciocina mais lento do que eu! - falou e eu ri. ─ Benjamin é aquelas flores Kate, lindas, sim, mas altamente letais. Nunca fui com a cara dele mesmo. - disse, dando de ombros.
─ Você também sabe sobre Benjamin? - perguntei, cada vez mais confusa.
─ Eu não sei nada sobre ele! Apenas não gosto e pronto. - falou e começou a buzinar igual uma louca, por causa do trânsito parado.
─ Ainda não entendo porque aquele campo é Benjamin. - pensei em voz alta, forçando meu cérebro a funcionar, mas não obtia resultados.
─ Não sou uma anta sozinha. - falou, sarcástica. ─ Só falta dizer que nunca percebeu o jeito como ele te olha. É como se você fosse uma sobremesa, que ele está doido para devorar. - falou e eu neguei com a cabeça, e ela me olhou sarcástica.
─ Vamos dizer que eu estava muito ocupada percebendo os olhos de Ian. - disse e ela riu.
─ Quero mesmo arrumar e ser madrinha de casamento. - falou, animada. Eu fiz uma careta.
─ E Scott, já foi preso? - perguntei.
─ Já. Pegou 15 anos de prisão. - falou e olhou para o lado, suspirando. ─ Pelo menos agora sei que ele não vai mais fazer mau a ninguém.
─ Você deveria era falar do amor de Deus para ele.
─ Na prisão? Mas aquele lugar é horrível. - falou, fazendo cara de nojinho.
─ É exatamente nesses lugares que devemos falar sobre Cristo. - falei e ela estacionou. Descemos do carro e fomos para o shopping, entramos em cada loja que víamos algo bonito.
─ Amiga, você acha que devo aceitar o pedido de Adam para sair comigo? - perguntou enquanto estávamos olhando alguns vestidos. Eu arregalei os olhos e abri a boca em um O.
─ O QUE? COMO VOCÊ NÃO ME DISSE ISSO ANTES? - perguntei quase gritando. Era muita emoção.
─ Calma aí. Eu não sei como agir quando estou perto dele, ainda mas agora que sou cristã. - falou, e sentou-se segurando um vestido.
─ Seja você mesma, só que com a nova versão, como a nova criatura que você realmente é. - falei e ela sorriu.
─ A imagem de quando éramos criança, da primeira vez que ele falou comigo, não me sai da cabeça. - falou em um suspiro.
─ Compartilhe isso com ele, assim vai sair. Mas outra imagem com certeza vai ficar. - falei e dei um risinho, ela me olhou de soslaio e fez careta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
No Tempo de Deus
EspiritualHistórias de amor é o que resume a vida de Katherine Adams. Ela começa com o primeiro amor onde o Salvador deu a Sua vida por ela e por toda a humanidade. Esse gesto à ganhou, por inteiro. Até que surge o amor que traz decepções e dores. Ian Hunter...