Foi apenas um beijo. Nada além disso!

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(Isabela narrando)
Sabe quando você acorda e tem que fazer uma enorme força para lembrar da noite anterior? Pois é!
Levantei com a cabeça doendo, olhei em volta e vi a Laura praticamente desmaiada em sua cama. Suspirei alto, ainda usávamos as roupas do baile de ontem. Mas como eu cheguei em casa, eu realmente não sei.
Lembrei-me de mamãe, ela surtaria se nos encontrasse nessa situação.
Isa: Laura, ei, acorda! - a balancei com cuidado -
Laura: Uma dose de vodka e cinco de tequila! - pediu ainda de olhos fechados -
Isa: Laura, mamãe está subindo. E vai nos deixar um mês trancadas se nos encontrar bêbadas!
Ela no mesmo instante se sentou, nada melhor pra curar a ressaca do que uma mãe brava. Uma mãe brava que adora nos aplicar castigos.
Laura: Você me trouxe pra casa? - ela perguntou baixo, com a mão na cabeça, provavelmente sofrendo da mesma dor infernal -
Isa: Não. Não sei como chegamos. Vou tomar um banho e.. por favor, pegue nosso kit ressaca!
Peguei uma toalha e fui para o banho, banho bem frio. Aproveitei para lavar os cabelos. Saindo do banheiro, vejo que Laura esfrega o chão com cara de nojo.
Laura: Muito obrigada por não abrir a porta, eu deveria colocar você pra limpar todo o meu vômito.
Isa: Perdão, eu não ouvi.
Após limpar o chão, ela vai tomar um banho e eu tomei um remédio, torcendo para que ele faça efeito mais rápido do que o esperado.
Enquanto esperava minha irmã tomar seu banho, comecei a forçar a minha mente. Céus, que raios aconteceu ontem naquele baile? Parece que alguém tinha feito uma limpa na minha memória.
Logo, Laura aparece na porta.
Laura: Vamos aos tópicos, ok?
Isa: Ok! - me coloquei em pé -
Laura: Sem cheiro de álcool?
Isa: Completamente sem!
Laura: Conseguindo disfarçar a ressaca?
Isa: Ah, por favor. Já virei uma espécie de ninja nisso.
Laura: Sem cara de bêbada?
Isa: Uhuum! Acho que podemos descer e fingir que está tudo bem e passamos a noite em casa.
Laura: Você pareceu muito discimulada agora, sério.
Isa: Acho que é de família.
Abrimos a porta do nosso quarto e saímos. Eu e Laura, desde pequenas dividimos o mesmo quarto. E por escolha nossa, já havíamos nos acostumado uma com a outra, conversando sobre coisas banais antes de dormir e eu não me imaginava isso de outro forma.
Descemos e chegamos na sala de jantar, papai e mamãe estavam lá, tomando seu café.
Diego: Por que demoraram pra descer?
Isa: Nós assistimos filmes até tarde ontem e acabamos perdendo a hora.
Malu: Seu pai tem que trabalhar e eu vou voltar na agência, eles tem uma proposta para me fazer. Então, juízo.
Laura: Pode deixar, mamãe. Nosso segundo nome é juízo!
Malu: Ótimo! - mamãe arrastou a cadeira e eu e Laura tivemos que fazer uma enorme força para não levarmos as mãos aos ouvidos -
Aquele barulho irritante parecia fazer um eco em meus ouvidos.
Logo que ouvimos o carro saindo de casa, corremos até o quarto do Lorenzo. Ele tinha que ter uma resposta, ele tinha que saber como chegamos em casa.
Abri a porta com tudo e vejo um garoto totalmente desconhecido dormindo no chão do quarto dele. E meu querido irmão, em sua cama. Ele não tem juízo!
Laura: Aaaaaargh! O que essa garoto faz aqui?
Acho que Laura reclamou mais alto que deveria, pois vimos os dois se mexendo.
xxxxxx: Nossa, acho que ainda tô sonhando. Dar de cara com essa loira com esse short a essa hora da manhã!
Vi as bochechas da Laura corarem. Ela tentou mostrar que não se importava, mas nunca foi boa para essas coisas. Saiu pisando fundo e bufando e eu, como a boa irmã que eu sou, fui atrás dela.
Laura: Esse idiota! Eu vou matá-lo! ACABAAAAR COM ELE! - ela colocou a almofada na cara e gritou -
Isa: Calma Laura. Deve ser só mais um colega do Lô e..
Laura: Esse idiota ficou me seguindo durante todo o baile ontem!
Isa: Tá ferrada!
Laura: Obrigada por me informar algo QUE EU JÁ SEI!
(Laura narrando)
Horas se passaram e lá estava eu, nos braços dele, dentro da piscina de casa. Eu sentia sua respiração no meu rosto e seu coração pulsar junto com o meu,
sentia os olhares curiosos dos meus irmãos sobre mim, mas no momento, aquilo era o que menos importava.
Os braços dele me seguravam tão forte ao ponto de me fazer pensar que a qualquer momento, ele nos tornaria apenas um. Senti ele inclinar seu rosto para ainda mais perto de mim e senti o ar faltar. Senti seus lábios tão quentes e doces tocando os meus e uma corrente elétrica percorrer cada milímetro do meu corpo. Sua lingua pediu passagem, e eu deixei que ela passasse e dançasse em perfeita sincronia com a minha.
Paramos o beijo quando sentimos faltar ar nos pulmões e mais uma vez encarei aqueles lindos olhos cor-de-mel que me levavam a um universo paralelo. Os olhos que deixavam minhas pernas bambas e me faziam me sentir especial quando eles me olhavam de uma forma tão intensa.
Margareth: CRIANÇAS, O SENHOR DIEGO ESTÁ CHEGANDO! CORRAAAAM!
Ao ouvir aqueles gritos da nossa cúmplice, por puro reflexo, sai dos braços dele. Vi Lorenzo pular na piscina e tirar o amigo de lá, que mesmo sendo arrastado até a borda pelo amigo, não tirava os olhos dos meus.
Isa: Rápido, Lorenzo! - ouvi a voz aflita da minha irmã -
Me virei para olhá-la, ela balançava as mãos freneticamente, e quando olhei de novo para onde o garoto dos olhos de mel estavam, não o vi mais lá. Nem sinal dele.
Diego: Olá, família!
Isa: Papai! - ela foi abraça-lo e eu apenas olhava tudo de longe, enquanto minha mente processava tantos acontecimentos repentinos -
[...]
Eu saia do banho, secando meus longos cabelos loiros com uma toalha.
Isa: Sei lá, acho que você e o amigo do Lô fazem um casal bem bonito.
Laura: Não viaja, Isabela - revirei os olhos -
Isa: Ah, o que tem?
Laura: Não daria certo, nunca.
Isa: E posso saber o motivo?
Laura: Não é óbvio? - dei de ombros - ele mora no morro!
Isa: Ridículo esse seu preconceito.
Laura: Não é preconceito, Isabela!
Isa: Ah, claro. Isso mudou de nome agora?
Laura: Não vou discutir com você. Só digo que: eu e ele, não dá pra ser. Nunca.

 Uma Patricinha No Morro - Segunda TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora