(Isabela narrando)
Eu estava em casa, jogada na minha cama, ouvindo a música mais deprê que achei. Escrevia mais uma carta, uma carta ao qual um dia, eu mandaria - ou não - para ele.
Definição de "ele": O cara mais lindo, sensual e canalha que eu já tive oportunidade de conhecer. O cara que me quebrou em milhares de pedacinhos e que me deixou sozinha, tentando colar cada um deles.
Ouço meu iPhone tocar, interrompendo assim, minha música do fundo do poço.
No visor: Mary Vaquinha :3
Não vive mesmo sem mim, pqp -.-
Isa: Fala coisa insuportável.
Mary: Aiai, quanto amor por mim!
Isa: Fala logo o que tu quer.
Mary: O que eu quero? Te tirar desse seu quarto! Acho que você nem percebeu, mas há um lindo sol lá fora. Isa: Não quero. Meu quarto é legal.
Depois de uma discussão sem fim e vencida pelo cansaço (e vencida também pela insistência da minha amiga-vaca) eu decido ir.
Coloco um short curto e desfiado e uma blusinha solta, aparecendo uma pequena parte da minha barriga. Nos pés, havaianas mesmo. Só íamos ao shopping, não tinha o porquê de me arrumar. Deixei meus longos cabelos negros soltos, peguei a carteira e fui andando.
Era incrível como tudo parecia relativamente perto de casa.
Em minutos, cheguei no shopping. Mandei mensagem para minha amiga, que ainda estava presa no maldito trânsito da cidade maravilhosa -.-
Suspirei fundo e decidi andar um pouco, ver algumas vitrines, enfim.. evitar o tédio que me consumia até o último fio de cabelo.
Distraída com tantas coisas lindas nas vitrines, sinto meus pés escorregarem no piso úmido e fecho os olhos, já esperando a grande, desastrosa e dolorida queda.
Ainda com os olhos bem fechados, sinto fortes braços me segurando por trás. Evitando que minha pobre bundinha se arrebente no chão frio.
Isa: Desculpe, eu sou o desastre em pessoa. - digo enquanto o ser me coloca novamente de pé -
Me viro para agradecê-lo e novamente, os lindos olhos verdes me deixam com as pernas bambas. Era ele. Novamente. Me fazendo reviver todos os sentimentos de quando ele foi embora.
Senti quentes lágrimas escorrendo pelo o meu rosto e me senti completamente idiota por isso. Mas, eu não conseguia quebrar o contato visual. Seus olhos me hipnotizavam, me prendiam, me deixavam fora de mim.
xxxxx: Isabela?
Sua voz saiu rouca e puta-que-pariu mais sexy do que nunca.
Todas as noites meu pensamento ia de encontro a ele. E eu sempre me perguntava, se algum dia, eu voltaria a encontrá-lo.
Minhas lágrimas não cessavam, minhas pernas estavam travadas e as borboletas voltaram para a minha barriga. Eu não me sentia assim desde que ele se foi.
Por um momento, meu subconsciente me lembrou com que eu estava lidando e tudo voltou para o meu coração. A mágoa, o medo, a culpa. As cicatrizes ainda tão nítidas em minha pele.
Só eu sei quantas vezes tentei encerrar minha vida por causa desse homem. E agora, ele volta. Para acabar com todo o auto controle que eu criei em mim por todos esses anos.
Dei três passos para trás e me virei correndo dali. Por um momento, ele permaneceu estático, mas logo, correu atrás de mim.
Eu corria e sentia ele atrás de mim. Ele não podia me alcançar. Eu não podia ser quebrada mais uma vez, deu muito trabalho me reconstruir e, eu não conseguiria isso mais uma vez.
Senti sua mão me puxar forte, e em instantes, eu estava em seus braços.
Eu permanecia recostada em seu peito, soluçando alto. Ele estava bem abraçado a mim, com o queixo sobre a minha cabeça.
Eu ouvia o som rápido de seu coração batendo, era incrivel e repulsante demais ter o corpo dele junto ao meu novamente.
O afastei bruscamente. Eu não sabia o que estava fazendo, minha mente dava um nó.
xxxx: Precisamos conversar.
Isa: Eu não tenho NADA para conversar com você, Danilo!
Dan: Claro que tem, Isabela! Temos assuntos inacabados.
Isa: Não temos! Você MATOU o nosso assunto, Danilo. VOCÊ MATOU ELE!
Eu gritei com toda a minha força, gritei com todo o ódio que eu guardei dentro de mim por tanto tempo.
Ele me puxou dali e a dor de ter colocado aquilo para fora era tanta, que eu apenas o segui, com o choro mais frequente.
Fomos para um canto mais afastado da praia, e eu me sentei em uma pedra, limpando o rosto com as mãos.
Dan: Eu não queria ter feito nada daquilo, só era difícil e..
Isa: CALA A BOCA! VOCÊ ACHA MESMO QUE FOI FÁCIL PRA MIM? VOCÊ ACHA QUE FOI FÁCIL CONVIVER COM SEU AFASTAMENTO DA MINHA VIDA QUANDO EU MAIS PRECISEI DE VOCÊ? VOCÊ ACHA QUE FOI FÁCIL CONVIVER COM A CULPA DE QUANDO ELE SE FOI?
Dan: Eu só estava com medo.
Isa: EU TAMBÉM SENTI MEDO, DANILO. MAS ENFRENTEI SOZINHA CADA UM DELES.
Dan: Fui eu que.. eu que..?
Isa: FOI, VOCÊ MATOU SEU PRÓPRIO FILHO E EU NUNCA VOU TE PERDOAR POR ISSO.Capítulo meio pequeno, mas foi o que deu pra fazer hoje :(
Alguém gostou?
Precisando muito da opinião de cada um! Beijinhos ç r
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Uma Patricinha No Morro - Segunda Temporada
RandomAlguns anos se passaram desde o nascimento de seu último filho. A vida tranquila e serena em uma pequena cidade na Alemanha, estava completamente agradável. Mas surge uma oportunidade, capaz de mudar toda aquela tranquilidade. Três jovens sedentos...