Fica comigo?

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(Isabela narrando)
Faz apenas alguns dias que eu e o Dan recebemos alta. Confesso que quando o médico me liberou, eu quase surtei.
Fiquei pensando como seria a minha vida sem ele ao lado.
Eu sei que isso parece o absurdo dos absurdos, mas eu preferia ficar em uma cama de hospital do que sem ele por perto. Eu faria qualquer coisa se tivesse ele segurando a minha mão.
Quando o médico nos deixou a sós, uma sensação muito ruim de solidão foi se apoderando de mim. Eu sentia meu estômago dançando lambada com meu fígado.
Arrumei minhas coisas com a ajuda dele, e eu queria mais que tudo congelar aqueles últimos momentos. Talvez agora fosse mesmo a nossa despedida. Eu queria perguntar se nos veríamos novamente, mas o medo de receber um "não" era assustador. Eu preferia a dúvida, preferia a incerteza. Pelo menos assim, eu ainda teria uma pontinha de esperança.
Tomei um banho e deixei que algumas lágrimas rolassem. Toquei na cicatriz e sorri, mesmo em meio as lágrimas, eu teria algo dele pra sempre comigo. Ele podia não viver comigo, mas vivia em mim.
Coloquei uma roupa solta e ele me ajudou a prender o cabelo. Depois, foi a vez dele ir pro banho e eu fiquei esperando. Pensando em todas as conversas, nos risos... parece que amadurecemos tanto em tão pouco tempo. Agora eu o conhecia muito mais que antes. Eu sabia dos seus medos, das suas falhas, das suas vitórias e conquistas.
Assim que Dan saiu do banho, ele me lançou um lindo sorriso. Um daqueles sorrisos que florescem a alma, um daqueles sorrisos que te fazem esquecer de tudo.
Sorri também, era incrível me sentir assim. Só ele podia me fazer sentir essas coisas.
Quando ele move os lábios para dizer algo, o quarto é invadido pela vaca gorda da Mary. E em seguida, por meus pais.
(...)
Eu estava em pé em meio ao jardim de casa, Dan estava a dois passos de mim. Seu olhar sustentava o meu e nossas respirações estavam no mesmo ritmo naquele momento. Sentia de longe o seu hálito trident-de-canela e a leve brisa daquela tarde, bagunçava lindamente alguns fios de seu cabelo.
Era a nossa despedida. Oficialmente.
Isa: Você vai mesmo voltar pra Alemanha?
Dan suspirou alto e colocou as mãos nos bolsos da calça.
Dan: É o melhor a fazer no momento.
Eu desviei o olhar dele, ignorando a enorme vontade de chorar.
Eu queria pedir pra ele ficar comigo, queria pedir que ele não fosse, mas eu não tinha nenhum poder sobre a sua vida.
Isa: Não consigo perceber como isso pode ser bom.
Dan: Um dia você vai entender.
Ele quebrou a distância entre nós e depositou um longo beijo no topo de minha cabeça. Não pude evitar que duas teimosas lágrimas quentes escorressem pela minha bochecha.
Dan se afastou e limpou as lágrimas com as pontas dos polegares.
Dan: Eu amo você.
E assim, se virou e em passos lentos foi saindo dali. Assim que percebi que ele estava mesmo indo, meu mundo desabou. Ele não podia me deixar. Não depois de tudo.
Isa: DANILO!
Ele se virou lentamente pra mim
Isa: Não me deixa sozinha de novo. Por favor, eu preciso de você.
Mas antes que ele pudesse responder qualquer coisa, corri até ele e envolvi meus braços em seu pescoço. O abracei forte e chorei alto.
Não me importo em estar parecendo fraca demais, eu só não posso perdê-lo.
Dan: Pequena, você não entende agora, mas também é muito difícil pra mim. Eu quero o melhor pra você.
Isa: O melhor pra mim é ter você ao meu lado.
Dan: Bela, eu vou estar sempre com você. Vou te ligar todos os dias.
Isa: Você sabe que não é a mesma coisa.
Ele me abraçou mais forte.
Dan: Algumas coisas, por mais difíceis que sejam, precisam ser feitas. Eu sinto muito, Bela.
E, selando a última vez os nossos lábios, ele saiu dali. Fui atrás dele.
Isa: Só me fala quando, que horas seu vôo sai?
Ele mordeu o lábio.
Dan: Isa, você não precisa..
Isa: Dan, eu QUERO saber.
Ele suspirou alto.
Dan: Amanhã, 14h.
O olhei por alguns segundos e corri para o meu quarto. Isso não estava acontecendo.
(...)
Olhei no meu relógio novamente. 13:45 Droga, eu só tinha quinze minutos para mudar tudo. Ontem em meio há muitas lágrimas eu decidi que não deixaria que ele se afastasse novamente de mim. Então, aqui estou eu, em um aeroporto lotado, correndo contra o tempo para achá-lo.
No meio de tantos rostos, eu o vejo. Ele brinca com a passagem entre os dedos.
Corro até ele.
Dan: Isa? O que está fazendo aqui?
Isa: Lembra quando nos reencontramos na ONG? Você me disse que não queria que eu me afastasse novamente de você, e olha o que você está fazendo.
Dan: Bela, eu não posso ficar.
Isa: Dan, eu não posso ficar longe de você. Por favor. - comecei a chorar - Eu te perdoei, lembra? Por que você tem que complicar as coisas assim?
Dan: Eu só não quero acabar com sua vida de novo.
Isa: Você só vai acabar com ela, se sair assim. Fica comigo, Dan.
Ele brincou com as passagens entre os dedos, olhou pra mim e sorriu de lado.
Dan: Eu fico, eu namoro, caso ou enrolo. Tudo que você quiser.
Rasgou a passagem logo em seguida, me pegou no colo e me beijou.
Isa: Eu te amo.
Dan: Eu te amo muito mais.

Que capítulo mais docinho, gente :3
Cuidado com as formigas por aí kk
Morro de amores por esse casal.
Só vão com calma aí, porque já tem muita criança nessa história e tal. Haha
O que estão achando, amores?
Se alguém gostou não esqueça do seu lindo votinho e se possível do comentário.
Obrigada a todas (os) que me mandaram lindos textinhos de aniversário. Eu amo vocês :3
E a todos que me mandaram coisas no direct do insta: me perdoem, mas tem MUITA mensagem lá e eu não consigo responder todas (tô tentando).
Próximo cap: Vamos ver como está as coisas na "casa" da Laulau.
Spoilers só no grupo porque sim u.u hahahaha
Um beijão, até a próxima Â, ­e- @¡«

 Uma Patricinha No Morro - Segunda TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora