Agora tudo estava bem.

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(Diego narrando)
Quando Malu disse com todas as letras que estava grávida, eu senti minhas vistas escurecendo.
Eu mal estava acreditando que seria avô e agora, novamente, pai!
Eu mal me lembrava de como se cuidava de uma criança e essa fase da minha vida volta com força total.
Olhei para ela, a mesma permanecia com os olhos brilhando. Eu estava com medo, mas sabia que o medo dela conseguia susperar o meu. Fui até ela e a abracei.
Como das últimas vezes, tudo vai ficar bem.

(Laura narrando)
Estava assistindo um filme com o Ju, quando ouço meu celular tocar no quarto. Levanto com toda a preguiça do mundo e vou praticamente me arrastando até lá.
Olho no visor, era um número desconhecido.
Laura: Oi?
xxxxx: Laura Dornelles Sanchez, como você pode ter se esquecido das suas amigas?
Ah aquela voz! Elise, minha amiga de sempre.
Laura: Lise! Céus, como senti falta de ouvir a tua voz.
Alana: Ei, vaca! Estou com saudades também.
Laura: Lana! - eu ri - Também sinto muita falta de vocês!
Elise: Então, temos uma surpresa pra você.
Laura: Surpresa?
Alana: É! Estamos indo para o Rio de Janeiro te ver!
Ops!
Elise: Agora você pode gritar, berrar e dizer que vai mandar um camaro nos buscar
Laura: Vai ser.. ótimo ter vocês aqui.
Alana: Ótimo, os meninos também vão. Quem sabe agora você não consegue dar uns pegas no Michael.
Estalei a língua, isso seria um sonho pra mim, mas agora tudo está tão diferente.
Elise: Nos vemos semana que vem, gatinha.
Laura: Tô ansiosa. - respondi sem ânimo nenhum -
Alana: Beijos, amor! Tchau.
Laura: Tchau.
Desliguei o iPhone e me sentei na cama. Olhei em volta, a humildade daquela casa nunca foi o problema pra mim (só no começo, mas isso já passou a bastante tempo). Mas agora, o que Alana e Elise pensariam de mim? Eu sai de lá super patricinha e dizendo que aqui seria onde eu conquistaria tudo. E olha pra mim! Morando em uma favela, grávida de gêmeos, mãe solteira, lavando louça em um restaurante.
Eu não queria ter que mostrar a elas, o rumo que minha vida tomou. E, os meninos também vem, pensar no Michael aqui me provoca arrepios. Ele sempre foi o meu sonho de consumo, eu sempre fui loucamente apaixonada por ele. Mas, as coisas mudam e se ele não foi meu antes, imagina agora que ele teria que cuidar dos filhos dos outros.
Me joguei na cama, o que eu iria fazer? Ir pra Copa? Mas como eu falaria da gravidez? Eu não posso esconder meus gêmeos por muito tempo, a barriga já está começando a aparecer.
Juliano abriu a porta e se sentou ao meu lado.
Ju: Tá tudo bem?
Eu não sabia se era certo eu dividir isso com ele, mas no momento, eu só tinha ele para desabafar.
Laura: Minhas amigas da Alemanha me ligaram.
Ju: Que bom, Laura! E aí?
Laura: E aí que elas vão vim pra cá, semana que vem.
Ju: Que ótimo! Elas podem ficar aqui, a casa é pequena, mas é igual coração de mãe. Sempre cabe mais um.
Fiquei encarando ele, eu não sabia como dizer que eu não queria que elas soubessem que eu moro em uma favela sem magoá-lo.
Ju: Você não quer trazer elas pra cá? É isso?
Encarei os meus próprios pés, eu não queria ter que assumir isso assim. Ele iria ficar mega decepcionado comigo.
Ju: Laura? - ele levantou meu rosto com delicadeza, fazendo com que eu o olhasse nos olhos - Eu quero te ajudar, mas fica difícil se você não me contar o que está acontecendo.
Laura: Ju, olha. Eu sou muito grata por você me deixar morar aqui, nunca me cobrou nada e... mesmo eu sendo uma idiota com você, isso não impediu que me ajudasse. Mas minhas amigas, ela... elas pensam que eu estou tendo uma vida de princesa. Uma vida de musa, como a da minha mãe... e eu sei que isso é ridículo, mas.. eu não quero que elas...
Ju: Tá, tudo bem. Já entendi. Mas Laura, me perdoa, mas essa é a minha realidade. Eu não posso transformar esse barraco em castelo em uma semana.
Laura: Eu sei. Eu entendo - suspirei -
Ju: O que você quer fazer? Ficar em Copa até elas irem embora?
Laura: Eu pensei nisso. Mas a barriga já está aparecendo e eu não vou conseguir esconder a gravidez por muito tempo. Eu não quero passar por mãe solteira - fiz bico -
Ju: Tá! E qual é o plano?
Laura: O plano?
Ju: É! Eu sei que você já pensou em algo.
Fiz aquela cara de inocente, mas é claro, eu já tinha pensando em tudo.
Laura: Olha, tem uma coisa sim. Mas, eu não sei se você vai querer.
Ele estalou a língua.
Ju: Tá bom, me conte o seu plano maquiavélico.

(Lorenzo narrando)
Estalei os meus dedos, em sinal de nervoso. Eu sentia o meu fim bem próximo.
Caminhei até a porta da mansão de sua família e toquei a campainha com os meus dedos trêmulos.
Engoli em seco quando a porta se abriu, um senhor de meia idade, muito bem vestido apareceu ali.
xxxx: O senhor deve ser o Lorenzo. Madame avisou de sua chegada. Elas estão te esperando na sala de estar.
Madame. Esperando. Foram as primeiras palavras que meu cérebro conseguiu registrar. E por si só, fizeram um arrepio percorrer minha espinha.
Lore: Ãh - limpei a garganta - Obrigado.
Ele me levou até lá, e os três me esperavam de pé. Entreguei um buquê a mãe da Carol (isso foi idéia da dona Malu) e apertei a mão do pai dela.
Eles me olhavam como eu fosse um réu, eu me sentia em um tribunal, próximo a ser condenado a prisão perpétua.
A mãe de Carol fez um gesto rápido para que eu me sentasse, e eu assim fiz.
PaiCarol: Então rapaz, eu sou o Leandro, pai da Ana Caroline. E não, não pense que eu confiarei em você tão fácil assim
MãeCarol: Leandro! Por favor, não assuste o garoto assim. Eu sou a Bianca. Lore: É um prazer conhecê-los. - sorri amarelo -
Leandro: Vamos para as perguntas, ok?
Lore: Ah, claro. Tudo bem.
Leandro: Quantos anos?
Lore: 18..
Leandro: Soube que está no Rio a pouco tempo.
Lore: Sim, senhor. Eu morava na Alemanha.
Leandro: Veio para cá, por quê?
Lore: Meu pai é médico, recebeu uma boa oferta de trabalho aqui.
Leandro: E você, quer seguir os passos do seu pai e ser médico?
Lore: Na verdade eu me identifico melhor com enfermagem. Já estou cursando e gostando cada vez mais da profissão que escolhi.
Leandro: Trabalha?
Lore: Não.
Ele fez uma cara de reprovação, como se todas as chances de eu namorar a sua filha tivessem acabado ali.
Lore: Quer dizer, não ainda. Recebi uma proposta, e se tudo der certo, começo na próxima semana.
Eu sei, eu menti na cara dura na frente do pai do Carol. Mas o que eu podia fazer?
O interrogatório permaneceu por mais algum tempo. Ele me perguntava desde tatuagens a tipo sanguíneo.
Perguntou sobre os meus pais, sobre minhas irmãs, até sobre as minhas amizades ele quis saber.
Perguntou se eu bebia ou fumava e a resposta foi não. Eu não bebia desde que comecei a conhecer a Carol e isso conta. E muito.
Por fim, ele aprovou o nosso namoro. Mas disse que ficaria de olho em mim.
Depois fomos jantar e o mesmo ocorreu de um jeito bem mais leve.
Agora tudo estava bem.
Quer dizer, quase bem.
Eu agora só precisava de um emprego!

Aêêêê, Lore! Até que enfim tomou jeito!
Finalmente Carol e Lô são um casal @ Ð i PÇ: PÇ: . @ Ð i S¨8 úK9 § @ Ð i gD è ( @ Ð i 7 ª©7 Õ @ Ð i ¶¨ ( @ Ð i aQ8 õ8 Û @ " è

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 Uma Patricinha No Morro - Segunda TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora