O que, Malu?

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(Isabela narrando)
Durante a tarde de visitas, eu percebi uma aproximidade de Lorenzo com a garota bonitona. Percebi um brilho diferente nos olhos da mamãe.
Papai estava com um expressão estranha de "eu estou feliz, mas se alguém te perguntar, eu estou bem bravo". Mary tinha a mesma cara de minha biscate preferida e a barriguinha da Laura já fazia uma descreta curvinha.
Afinal, por quanto tempo eu dormi?
Mary se ofereceu para passar a noite comigo, mas eu educadamente recusei. Eu tinha muitos assuntos a tratar com o Danilo e eu definitivamente não precisava de ninguém para me atrapalhar. Eu já sabia muito bem como me atrapalhar sozinha.
Quando o médico chegou ali para contar que todos os meus exames comprovavam que eu estava fora de risco e mostrar cada um deles ao meu pai, fazendo comentários técnicos entre si, o doutor pediu que deixassem sua paciente finalmente descansar.
Era tudo o que eu queria! Não que eu não estivesse feliz com a visitinha de todos, eu só queria poder conversar com Danilo novamente.
Após muitos abraços, eles finalmente nos deixaram a sós. E eu entrei em pânico, me odiei por não ter deixado a vaca da Mary dormir comigo. Eu não tinha o que dizer e evitava até olhá-lo.
Eu limpei a garganta, impaciente. Aquele silêncio estava me deixando louca.
Dan: Se sente bem?
Não era o que eu esperava. Mas já era alguma coisa.
Isa: Estou.. e você?
Dan: Bem também. - ele sorriu de lado -
E voltamos ao ponto de partida. Um silêncio sem fim.
Isa: Quando eu acordei, você me disse que sabia que eu acordaria. - eu estalei a língua - Mas parecia que você sabia que aquele era o momento certo. Minha pergunta é: como?
Ele sorriu e limpou a garganta, se inclinou um pouco e levantou alguns lençóis, tirando de lá as minhas cartas. Quer dizer, as cartas dele. As cartas que eu escrevia para ele, as cartas do sonho.
Mas como? Como ele tinha aquilo? Ninguém sabia! Eu nunca contei a ninguém.
Dan: Eu sinto muito.
Um nó crescente se formava em minha garganta. Eu não queria e não podia chorar, não agora.
Afinal, ele sentia muito por ter lido as cartas ou por tudo o que me fez sentir? Mas, a minha pergunta, ainda não havia sido respondida.
Isa: Como você sabia? - insisti -
Dan: Você provavelmente vai rir de mim, mas - ele mordeu o lábio - Desde que eu comecei a ler cada carta, seu estado ia melhorando. Não me chame de lunático, porque é como estou me sentindo. Mas, eu não sei explicar. Na última carta, você acordou.
Olhei para a janela, tentando ganhar tempo enquanto todas aquelas informações iam sendo processadas pela a minha mente.
Dan: Está brava?
Eu olhei para ele, mas não respondi nada. Eram tantos sentimentos juntos que eu não podia mais dizer o que exatamente eu estava sentindo.
Suspirei e dei de ombros. Ele não insistiu. Pelo menos não por um tempo.

(Diego narrando)
Cheguei do hospital me sentindo mais leve. Depois de meses esperando, é bom saber que minha princesinha está bem.
Me joguei na cama e fechei os olhos por alguns segundos. Minha mente precisava de um pouco de folga, foram muitos sustos em pouco tempo. Não tenho mais idade para isso.
Ouço a porta se abrir e se fechar, e só pelo perfume eu já sabia que era a minha patroa.
Malu levou um certo tempo para se aproximar, como se estivesse sondando o terreno antes de atacá-lo.
Diego: Algum problema, querida?
Assim que perguntei, ouço ela suspirar alto. Ah não! Não mais problemas. Decidi abrir logo os olhos para ver se conseguia identificar algo em sua expressão facial. Ela estava insegura, disso eu tinha certeza.
Diego: Algum problema? - perguntei mais um vez, mas agora a preocupação ficou bem mais evidente -
Ela levou as mãos aos cabelos e mordeu o lábio. Algo estava errado, algo estava muito errado!
Diego: Maria Luiza Dornelles, por favor. Da última vez que te vi com expressão foi para contar que eu seria avô de gêmeos. - suspirei, aquilo ainda me gerava certo desconforto - Qual é a bomba dessa vez?
Ela caminhou pelo quarto, de um lado para o outro, estalando os dedos.
Diego: Eu vou ser avô de novo? É isso? Caramba, sabia que o garoto não ia dar o rim sem nada em troca!
Malu: Diego! Que horror! Pare já com isso. Sua filha acabou de acordar de um coma e até onde eu sei, ela não está grávida.
Diego: Até onde você sabe? Me deixou bem mais confiante agora! - ironizei revirando os olhos - Então é o Lorenzo não é? Garoto burro! Quantas vezes eu disse para ele para usar a droga da camisinha?
Malu: Não é nada disso!
Diego: Então eu não vou ser avô?
Malu: Não!
Soltei todo o ar que estava preso em meus pulmões. Mas eu sabia que o terreno ainda não estava totalmente seguro.
Diego: E então?
Malu: Você vai ser pai!
Pulei da cama, em um salto. Com o peito acelerado e o coração a ponto de sair pela boca.
Diego: O que, Malu?
Ela suspirou.
Malu: É isso mesmo, Diego. Eu estou grávida!

Quem shippa Dan e Isa aí?
É Danilo, não vai ser tão fácil assim reconquistar essa morena! E acho que ela ficou meio chateada por ele ter lido as cartas. Será?
Diego agora além de receber a notícia que será avô de gêmeos, ainda recebe a notícia que vai ser pai! Alguém tem dúvidas de que ele vai pirar?
Ah, e pra quem tá curioso (a) para saber como ele ficou sabendo da gravidez da Laura e como ele reagiu, ela vai relatar tudo no próximo cap!
Alguém curtindo a história?
Comentem pra mim! Obrigada por tanto carinho e me perdoem por não conseguir responder todas as mensagens!
P.S: Pra quem vivia me cobrando uma foto do Diego agora, tá aí :3
Na minha opinião tá cada vez mais gato. E vocês, o que acharam? O pegariam mesmo com quatro filhos? Hahaha
Um beijão, até o próximo
o l o g y I n c

 Uma Patricinha No Morro - Segunda TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora