(Laura narrando)
Um mês se passou, eu comecei os exames de pré-natal e estou me acostumando com a idéia de ter gêmeos. Juliano está me dando todo o apoio do mundo, ele virou o meu melhor amigo.
E mais, agora eu fui promovida a gerente da dona Maria. Consegui levantar o restaurante em um mês!
Fiz página no facebook, divulguei no Instagram, peguei o número de pessoas do morro com a Mary e com o Juliano, e mandei mensagem para todos pelo WhatsApp.
A idéia deu mega certo e estamos radiantes como tudo aconteceu tão rápido. Fizemos uma nova inauguração, todos compareceram e eu conheci o dono do morro, que por mais estranho que pareça, é pai do Juliano.
Todos o chamam de Guaraná, ele parece ter a idade do meu pai. Sempre idealizei aquele homem com cara de criminoso, grosso, cheio de marra. Um daqueles caras ao qual você se sente intimidado ao encarar por alguns segundos.
Mas não, pra minha surpresa, ele era normal. Normal, como qualquer um naquela cidade.
Maria: Filha, já olhou as mercadorias que chegaram?
Dona Maria chegou ali, me tirando da névoa de pensamentos. E então, eu fui fazer meu trabalho.
(...)
O restaurante já estava quase fechando, já tínhamos guardado as comidas. Só faltava acabar de varrer.
Maria: Laura? Chegou alguém no restaurante.
Laura: Mas essa hora? - olhei no meu relógio de pulso - Já vamos fechar.
Maria: Pode cuidar disso pra mim? - ela suspirou cansada, era mesmo muito trabalho para uma senhora de sua idade -
Laura: Claro, dona Maria. Não se preocupe com nada.
Ela sorriu pra mim e eu fui até lá. Uma mulher loira permanecia sentada de costas para mim.
Laura: Boa tarde, senhora. Desculpa, mas o restaurante já fechou.
xxxx: Eu sei que já fechou. Só quero conversar com a gerente.
Aquela voz, eu reconheceria há metros de distância. Senti o pânico se instalando em mim. Oh Céus, agora eu estou ferrada!
Ela se levantou e ficou na minha frente.
xxxx: Não achou que se esconderia para sempre, não é? - ela cruzou os braços, me indicando o quanto estava brava -
Tentei falar alguma coisa, mas minha voz não saia.
xxxx: Diga alguma coisa, Laura Dornelles.
O que eu poderia dizer? Para a minha surpresa e para a dela também, a abracei forte, deixando algumas lágrimas escorrerem suavemente pelo meu rosto.
Laura: Eu senti sua falta, mãe.
Malu: Eu também, meu amor.
Ela passou as mãos nos meus longos cabelos loiros, fazendo um cafuné tão bom que parecia que todos os meus problemas haviam evaporado por algum tempo.
Malu: Precisamos conversar, não acha?
Eu sabia que uma hora, esse momento ia chegar e eu tinha medo dela não me entender. Eu não queria ter que contar o quanto fui idiota.
Pedi a dona Maria para sair um pouco mais cedo, e ela aceitou de imediato. Ela era um amor.
Eu e mamãe fomos andando em silêncio até a casa do Ju, onde poderíamos conversar com mais calma. Ela olhava todo o morro, com um brilho no olhar. Enquanto isso, eu sentia meu coração doer. Eu estava com medo da reação dela.
Chegamos na casa do meu melhor amigo, e ele veio correndo me receber. Sua expressão de felicidade se transformou em espanto ao ver a minha mãe ali.
Juliano: Se-Senhora Saanchez - ele gaguejou - Que prazer recebê-la.
Malu: O prazer é todo meu, querido.
Juliano: Entre, fique a vontade.
Ele deu espaço, e entramos.
Laura: Ju, eu e a mamãe, sabe.. precisamos conversar.
Juliano: Ah, claro! Me deem licença.
Ele foi para o seu quarto e trancou a porta, nos deixando ali, naquele climão.
Um frio na barriga crescia ao ponto de me deixar sufocada.
Malu: Qual é, Laura? - mamãe quebrou o silêncio - Você nunca escondeu nada de mim. Somos amigas, lembra?
Sim, sempre fomos amigas. As lembranças da infância voltaram, quando eu comecei a gostar do Michael, um dos melhores amigos do Lore, mamãe foi a primeira a saber.
Lembro que tudo o que eu fazia, eu contava para a Isa e para a mamãe. Ela parecia muito mais uma irmã mais velha, que me dava conselhos e puxava a orelha quando necessário.
Malu: Laura? Me fala o que está acontecendo!
Laura: Mamãe, eu... eu.. - suspirei alto e fechei os olhos com força, porque aquilo tinha que ser tão difícil? - Eu estou.. hum, grávida.
Continuei com os olhos fechados, eu não queria ter que olhar para a minha mãe naquele momento. Eu não queria ver a decepção transparecer o seu rosto.
Eu estava com tanto medo.
Malu: Laura? Como, como isso aconteceu?
Ah, por favor! Ela não sabe como se faz uma criança? Inspirei uma quantidade considerável de ar para os meus pulmões, e abri os olhos.
Os olhos de mamãe queimavam em mim, sim, ela estava decepcionada, era evidente.
Malu: Quem é o pai?
Mordi o lábio, ser mãe nessa idade já é ruim o bastante, ser mãe solteira e de gêmeos, consegue superar qualquer coisa.
Laura: Eles não tem pai.
Malu: ELES?
Só quando ela gritou, eu percebi a expressão. Droga Laura, você sempre estraga tudo. Como você dá a notícia a ela assim? Agora que já foi, melhor eu assumir.
Laura: Sim mamãe, são gêmeos!Seguuuurem a Malu, ela vai pirar!
Próximo cap da maratona: só quando a história chegar a vinte estrelinhas. Pois preciso saber se tem alguém lendo e gostando!
Beijinhos
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Uma Patricinha No Morro - Segunda Temporada
Ngẫu nhiênAlguns anos se passaram desde o nascimento de seu último filho. A vida tranquila e serena em uma pequena cidade na Alemanha, estava completamente agradável. Mas surge uma oportunidade, capaz de mudar toda aquela tranquilidade. Três jovens sedentos...