(Lorenzo narrando)
Mais um dia se inicia, acordo na casa do Juliano, havia uma linda mulher completamente nua ao meu lado. As mulheres brasileiras são diferentes de qualquer outra, elas sabem provocar, elas sabem ser sensuais de um jeito do qual eu nunca vi.
Lorenzo: Gatinha, tá na hora de ir. - a balancei e a vi bocejar -
xxxxx: Já amor? Não podemos nem ir para um segundo round?
Lorenzo: Adoraria, mas tenho muitas coisas para resolver. Quem sabe da próxima.
xxxxx: Tudo bem.
Vi ela vestir sua roupa, ela me deu um selinho e saiu dali. Assim que ela saiu, Juliano aparece na porta, se encostando na mesma.
Juliano: Playboy, tá atrasado. - ele disse já devidamente vestido -
Lorenzo: Cara, eu nem trouxe roupa.
Juliano: Isso não é problema. - Ele me jogou uma calça branca e uma blusa da mesma cor, exatamente como ele se vestia. -
Lorenzo: Valeu.
Corri até o banheiro, joguei uma água rápida no corpo, fiz minhas higienes e me arrumei. É, eu era um enfermeiro bem gato. Fui até a sala e Juliano tomava calmamente o seu café. Me sentei junto a ele.
Juliano: A noite foi boa pra tu, heim? Quase não dormi com aquela mulher gemendo tão alto.
Lorenzo: Fazer o que, né? Eu sou bom no que eu faço - eu ri - Mas, velho, tu tá virando viado? Não te vejo mais comendo ninguém, nem ficando direito cê tá.
Juliano: Você não entenderia, Lorenzo.
Lorenzo: Por que?
Juliano: Porque tú só pensa em sexo e nunca se sentiu amarrado em ninguém. - ele se encostou na cadeira e suspirou - E eu me sinto mesmo um viado.
Lorenzo: Ahhhhh não, para! Juliano piru de mel está apaixonadinho? Ahhhh que lindo, que emoção! Já escolheu seu vestido de noiva, querida? - revirei os olhos - Para de viadagem.
Juliano: Espero que um dia você sinta a mesma coisa que eu, e aí parceiro, vai ser a minha hora de te zoar.
Lorenzo: Relaxa que desse mal eu não morro. - peguei minha mochila na sala - Vamos?
Fomos em uma Kawasaki verde dele, era muito linda. Queria saber como ele tinha tanto dinheiro sem trabalhar, será que ele era envolvido com o tráfico? Mas como se nunca o vi com drogas ou armas?
Laura morreria se visse essa moto. Acho ridículo o preconceito dela com o Juliano, só porque o cara mora no morro. E ela realmente acha que todo mundo aqui é muito pobre ou muito bandido. E eu tava mesmo colocando fé nesses dois. Ei, pera, será que o Juliano tá se amarrando na minha irmã? Por isso toda essa mudança repentina? Eu ia tirar isso a limpo assim que chegasse na faculdade.
Assim que chegamos na faculdade, fui logo mandando o papo. Mandando o papo? Preciso parar de andar com o Juliano. Aff
Lorenzo: Ei, deixa eu te perguntar uma parada.
Juliano: Fala ae
Lorenzo: Tu tá mesmo amarradão na Laura, né?
Vi ele ficar sem jeito, coçou a nuca e riu encarando o chão. Ele não precisava dizer mais nada. Eu já sabia.
Juliano: É, então, eu... Quer dizer ela... - ele coçou a nuca - Que diferença faz, não é? Ela me odeia.
Lorenzo: Odiar é uma palavra muito forte.
Juliano: Tem razão, ela apenas acha inaceitável o fato de eu ser um favelado.
Lorenzo: Se ela te conhecesse de verdade, talvez ela mudaria de opinião.
Juliano: Mesmo se ela mudasse de opinião, ela não ficaria comigo. Sabe por quê? Porque conheço sua irmã tempo o suficiente para dizer: seu orgulho jamais permitiria que ela voltasse atrás de sua palavra.
Lorenzo: Odeio admitir. Mas você está ferrado, meu amigo.
Juliano: Disso eu já sei, e odeio estar ferrado por causa dela. A patricinha mais chata, linda, preconceituosa, meiga e irritante do mundo.
[...]
Cheguei em casa e encontro Isabela, jogado no sofá.
Isabela: Quero meu dinheiro agora.
Lorenzo: Esse não podia ser um daqueles favores que irmãs fazem pelos irmãos?
Isabela: Não mesmo.
Resmunguei um pouco e tirei uma nota de cem da carteira. Preço cobrado pela minha querida irmã para me cobrir e eu não receber mais castigos da mamãe.
Isabela: Ótimo poder fazer negócios com você. - ela me deu um beijo na bochecha e subiu as escadas correndo -
Fui até a cozinha tomar algo, e vi Laura lá, com um sorriso mais que idiota no rosto.
Lorenzo: Ih, Laulau, que cara de bestona é essa? Viu um passarinho verde pelo caminho?
Laura: Pare de me chamar de Laulau.
Lorenzo: Tudo bem. - me sentei de frente pra ela - Hum, queria falar algo com você.
Laura: Se for sobre o seu amiguinho favelado, saiba, que eu não faço questão nenhuma de saber sobre ele.
Lorenzo: Na hora de cê dar um beijão desintupidor de pia nele, cê não se importou dele ser da favela, né?
Laura: Foi apenas um beijo. Mas que saco!
Lorenzo: Mas Laura, o cara tá gostando mesmo de tu, papo firmeza.
Laura: Isso aí não é problema meu. Dama e vagabundo só ficam juntos em filmes da Disney ou em músicas de Rap.
Lorenzo: Tá feio esse seu preconceito.
Laura: Isso não é preconceito. Eu só estou sendo realista. Uma Dornelles não pode ficar com um favelado qualquer.
Lorenzo: Seu sobrenome não diz na real quem você é.
Laura: É aí que você se engana. Se quer continuar andando com esse trombadinha, ótimo. Espero que ele roube a sua carteira. Só não venha falar mais dele pra mim!
Lorenzo: Laura?
Vi ela se levantar e subir as escadas correndo. É meu amigo Juliano, tu tá mais ferrado do que imagina.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma Patricinha No Morro - Segunda Temporada
RandomAlguns anos se passaram desde o nascimento de seu último filho. A vida tranquila e serena em uma pequena cidade na Alemanha, estava completamente agradável. Mas surge uma oportunidade, capaz de mudar toda aquela tranquilidade. Três jovens sedentos...