Te vejo amanhã

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(Juliano narrando)
Depois dos conselhos do Lorenzo, eu resolvi mesmo aproveitar mais minha vida. Eu fiz de tudo pela Laura, mas se ela não reconhece isso, o melhor que eu faço é deixar pra lá.
Afinal, até quando eu ficaria atrás de alguém que nunca nem me deu esperança de algo? Agora vai ser assim: só vou gostar de quem gosta de mim.
Depois daquela briga toda, em que Lilian Vitória apareceu (Eu prefiro chamá-la de Lili), nós fomos para uma baladinha top em Ipanema.
E descobri uma garota sem igual, que me fez rir a noite toda, que me fez esquecer os problemas e que tinha um beijo que... nossa! Sem comentários.
Lili: Espero te ver outras vezes - ela corou em frente a "casa da Laura" -
Ju: Pode ter certeza que vai.
Segurei em sua cintura e selei nossos lábios, eu podia sentir o gosto da tequila se misturando com o gosto da caipirinha. Lili: Eu até te convidaria pra entrar, mas..
Ju: É, eu sei. Tudo bem. Amanhã eu te ligo.
Lili: Eu sei que vai esquecer.
Ju: Não vou.
Dei mais um beijo nela e fui pra casa.
No outro dia, acordei na maior ressaca. Estava com o cheiro da Lili em mim ><
Vou tomar um banho e ligar pra ela, marcar de pegar um cinema ou algo do tipo.
Tomo um banho gelado e um café forte, tomo também um remédio.
Quando pego meu celular pra ligar pra princesa, vejo o nome do meu pai na tela. E pro meu azar, lembro que meu pai e meu chefe são a mesma pessoa.
Olho no relógio da cômoda, 12:35.
Sim, Juliano. Você está bem ferrado.
Penso em não atender, mais isso só aumentaria sua fúria.
Ju: Fala chefe
Guaraná: Como tu some assim, moleque? A boca tá uma ZONA! Tu tem dez minutos pra chegar aqui, ou vai ter uma boa conversa com a minha pistola.
E desligou. Ser filho do dono sempre exigiu muito de mim. Sempre tentavam encontrar em mim, algo do tráfico. Sempre esperavam que eu tivesse o mesmo sangue ruim. Mas eu era diferente. Eu era eu, nada do meu pai.
Na verdade, eu sempre fui muito mais a minha mãe. Eu e a Mary.
Cheguei na boca em minutos e recebi aquela bronca do coroa.
O morro estava em guerra, a facção rival estava em busca de qualquer brecha pra acabar com geral e pegar o comando da favela.
E, os dias seguintes se resumiram a ficar lá, de olho em qualquer ameaça.
Lore: Cara, como tu acha que eles eram?
Ju: Eles quem?
Lore: Os mitos.
Ju: A patricinha eu imagino como as de filmes mesmo, sakas? Loirona, corpão, salto rosa e bolsa de grife desfilando pelo morro.
Lore: Acabando com o coração dos vagabundos.
Ju: Mó isso! Tu sabe que vacilão se amarra numa patricinha, né?
Lore: Tô ligado! - ele riu - E o PH?
Ju: O PH eu imagino um cara bem forte, alto, um daqueles caras que consegue impor respeito com o olhar. Lore: Queria ter conhecido. Imagina, tu participar de uma missão com um cara desses do lado?
Ju: Ia ser foda!
No dia seguinte, em mais uma patrulha, eu e o Lore íamos conversando. Sobre a favela, os problemas e sobre o baile que aconteceria naquela noite.
Achei muito estranho meu pai fazer um baile assim do nada, e logo saquei que havia algo ai.
O Lore falou sobre eu convidar alguém e só aí caiu a ficha que eu não havia procurado a Lili.
Me afastei do Lore e disquei o número dela no celular.
Lili: Pra quem ia ligar no outro dia, você está bem atrasado.
Ju: Oi Lili, me perdoa. Eu ia mesmo te ligar, mas... minha vida está uma bagunça e..
Lili: Tudo bem, Juliano. Terminar um casamento não é fácil.
Ju: É, não é mesmo.
Lili: Mas, o que devo a honra da sua ligação?
Ju: Quero de convidar pra um festinha hoje.
Lili: Ah, sério? Onde?
Ju: Um baile super top na favela. Topa?
Lili: Claro que sim!
Ju: Passo aí as 20h
Lili: Espero que não me esqueça.
Ju: Não se preocupe, estarei aí. Um beijo.
Me arrumei, fiquei no estilo. Estava animado, a companhia da Lili era maravilhosa. Ela é uma grande garota.
A Laura veio em minha mente, não saber dela era uma tortura pra mim. Mas, a escolha foi dela e eu não posso fazer nada a respeito.
(...)
Lilian dançava sensualmente em minha frente e eu sentia meu membro pulsar dentro da calça. Meu instinto masculino me informava que eu não resistiria a seus encantos por muito tempo.
Ju: Onde aprendeu a dançar assim? - perguntei em seu ouvido -
Lili: Meu amor, isso é resultado de muitas baladas cariocas. - ela riu - Tô pegando o jeito?
Ju: Você está maravilhosa.
A beijei novamente. Seus beijos eram doces e quentes, exatamente como eu imaginava que os beijos da Laura seriam.
E o resto do baile, foi perfeito. O Lore foi eleito como sub, eu e Lili bebemos, brincamos, dançamos e nos beijamos muito.
Na saída, ofereci gentilmente a minha casa para a princesa dormir, mas ela preferiu voltar pra onde estava. Menina de responsa mesmo.
A levei até lá, e como estava muito escuro, ela pediu que eu entrasse junto. Achei fofo rs
Como já estava bem tarde, achei que não teria problema. Tentei entrar em silêncio, mas Lili tropeçou em algo no chão e eu cai por cima, fazendo um barulho enorme.
Não aguentamos segurar o riso e rimos alto, torcendo para que todos da casa estivessem em um sono bem profundo. Por cima daquele pedaço de mau caminho chamado Lili e tão próximo de seu rosto angelical, não resisti e a beijei mais uma vez.
Eu jamais me cansaria do gosto dos seus lábios.
Ouvimos um barulho na escada e paramos o beijo. Olhamos pra lá, mas não havia ninguém.
Lili: Será que era alguém?
Ju: Provavelmente o resto do meu juízo, me lembrando que eu preciso ir.
Me levantei e a abracei.
Ju: Te vejo amanhã, princesa.
Lili: Espero que não me esqueça dessa vez.
Ju: Não mesmo.
Nos beijamos mais uma vez e eu fui pra casa, dormi com o sorriso dela em minha mente.

Olá minhas vidchênhas @ ! àË Öï LH;

 Uma Patricinha No Morro - Segunda TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora