(Isabela narrando)
Estava jogada no quarto, com vários livros, cadernos, marca-textos e tudo mais em cima da cama. Estava enlouquecendo com tanta informação, mas escolhi seguir a mesma profissão do meu pai e medicina quer dizer muito estudo, muitas noites em claro e muitas festas sem ir.
Ouvi a porta do quarto abrir e bater com uma força sem igual, me fazendo levar a mão ao coração.
Isa: Por Céus, isso é jeito de entrar no quarto?
Laura: O Lorenzo é um idiota! Que raiva deeele!
Isa: E o que ele fez dessa vez?
Laura: O de sempre! Ele quer me empurrar aquele amigo pobre dele. Mas eu não quero um bandido do meu lado! Não quero!
Isa: Você sabe que não devemos generalizar. Não é porque ele mora em uma favela, que é um bandido.
Laura: Ah Isabela, não venha você também defender aquele... aquele.. ARGH!
Isa: Tudo bem, não está mais aqui quem falou.
Voltei a ler meus livros, mas claro, o silêncio naquele quarto nunca dura muito.
Laura: Isa?
Isa: Hum, fala.
Laura: Eu beijei ele. - ela deu uma risadinha - Quer dizer, ele me beijou.
Isa: O JULIANO?
Laura: NÃO, NÉ? CREEDO! Tô falando do Gustavo.
Isa: Não sei por quê, mas acho que isso tá indo rápido demais. Vai com calma, Laura. Você não o conhece.
Laura: Ah Isabela, me poupe. Se fosse aquele marginal, você tava dando maior força.
Isa: Não é isso. - revirei os olhos - Só tome cuidado.
Laura: Sou bem crescida, obrigada.
Revirei os olhos novamente, as vezes ela parecia ter cinco anos.
(Laura narrando)
As vezes eu acho que, as pessoas não são felizes e também não querem que você seja. A Isabela nem namorado tem e quer que eu namore um garoto da favela? Me poupe! Por que ela não fica com ele? Aff.
Senti meu iPhone vibrar e o peguei, sorri em ler o nome do Gustavo nele. Era uma mensagem dele *-*
Gustavo: Sabia que eu já te amo? Você é linda! A garota mais especial que já conheci.
Sorri feito idiota, li e reli aquela mensagem e não sabia o que responder, logo o celular vibra novamente. Outra mensagem.
Gustavo: Acho que podíamos sair hoje, o que você acha?
Sair? Sair com ele? Mas onde? Eu estou horrivel, nem fiz meu cabelo e eu não vou a uma manicure a pelo menos quatro dias. Estou feia demais pra sair com ele.
Gustavo: Ei amor, não quer me responder?
Laura: Oi Gu, também te amo. Onde quer ir? Espero que nenhum lugar muito especial, estou uma bagunça.
Gustavo: Ah Laura, todo lugar se torna especial na sua companhia. E você fica linda, mesmo em uma bagunça. Vamos na praia um pouco? Te ver apenas na faculdade está sendo muito pouco pra mim.
Laura: Vamos sim *-*
Gustavo: Ok. Te busco em uma hora. Beijos
Corri até o meu armário e voltei com três biquines diferentes.
Laura: Qual eu escolho? - disse levantando os três -
Isa: Ué, resolveu falar comigo?
Laura: Vai me ajudar ou não?
Isa: Tá - ela revirou os olhos - Praia ou piscina? Com quem?
Laura: Praia. Com o Gustavo.
Isa: Sério que você vai na praia com ele? Os dois sozinhos? Isso vai dar em coisa.
Laura: Não vai dar em nada, para de ser chata!
Peguei os biquines e coloquei o que eu achei melhor. Isabela está uma velha rabugenta hoje! Prendi o cabelo em um coque alto, coloquei uma canga, peguei minha bolsa de praia e pronto! Estava linda *-*
Desci as escadas correndo e esbarrei em alguém.
Juliano: Uau, Laura. Você tá muito bonita hoje.
Laura: Eu sou linda sempre, agora me erra, ok? Saia do meu caminho!
Ouvi alguém forçando uma falsa tosse para chamar a minha atenção. E, se fosse mesmo quem eu estava pensando, eu estaria ferrada. Me virei lentamente e era a minha mãe. E que comece o discurso de uma hora e meia. E que comecem as dezenas de punições.
Malu: Isso é jeito de falar com as pessoas, Laura Dornelles? Assim nem parece que eu e seu pai te demos educação!
Laura: Mãe, eu só...
Malu: Não quero saber, Laura! Peça desculpas.
Laura: Céus, mãe! Eu não sou mais uma criança! Quantas vezes vou ter que repetir isso pra vocês?
Malu: Você pode repetir isso quantas vezes quiser, mas suas atitudes são de uma criança mimada. E eu quero ouvir as desculpas para o amigo do seu irmão AGORA.
Laura: Eu não..
Malu: Então está proibida de sair, principalmente para a praia.
Laura: Tá bom, que saaaaaco! - me virei para o Juliano - Desculpa!
Malu: Desculpa? É só isso, Laura Dornelles Sanchez? Na hora de ser mau educada, você soube. Agora quero ver você pedir desculpas direito.
Revirei os olhos, aff! Essa favelado me coloca em cada uma. A cada dia eu odeio mais esse garoto!
Laura: Desculpa, eu não queria ter sido indelicada com você.
Malu: Hum, está melhor. E isso vai voltar a acontecer?
Fiquei fitando o chão, ah eu vou ter que ser legal com ele agora? Será que mamãe sabe que ele é de favela?
Malu: Laura?
Laura: Não!
Malu: Muito bem, então diga isso a ele.
Laura: Mamãe!
Juliano: Não precisa, senhora Sanchez.
Malu: Precisa sim, querido. Anda, Laura. Ou vai ser um mês sem celular!
Laura: Okkk! Isso não vai mais acontecer. - disse olhando pro Juliano -
Malu: Ela está perdoada, querido?
Como se eu precisasse do perdão ou de qualquer coisa vindo dele. Eu nunca vou precisar de nada que venha de uma pessoa que more no morro.
Juliano: Claro que está! Me deem licença?
Claro animal, sai logo!
Malu: Não antes de um abraço.
Laura: QUE?
Sério, minha mãe força muito a barra.
Laura: Isso não é necessário!
Malu: Eu digo o que é necessário ou não! Um abraço, Laura! De pelo menos um minuto e meio!
Aff, que ódio da minha mãe! Que ódio! Fui até ele e encostei a cabeça em seu peito, passando os braços pela sua cintura. Eu o xingava dos piores nomes mentalmente. Senti seus braços envolvendo a minha cintura e senti meu estômago dar saltos quando senti nossas peles se tocando. Eu estava encostada em seu peito e ouvia suas batidas cada vez mais fortes, eu permanecia quieta, em seus braços, me sentindo tão.. não sei explicar. Não sei se existiriam palavras para descrever isso. Seus dedos começaram a fazer um carinho em minhas costas nuas, e eu me arrepiava com seu toque. Sentia que ia me quebrar em um milhão de pedacinhos, ia virar pó. Olhei para ele e seus olhos cor de mel permaneciam me fitando. Olhei para a boca dele e ela parecia extremamente convidativa naquele momento. Ele se inclinou até mim e me deu um beijo na bochecha.
Ouvi a campainha tocar e me soltei dos braços de Juliano. Afinal, o que Gustavo pensaria de mim, não é?
Laura: Mamãe, é meu amigo. Posso ir?
Malu: Juliano vai decidir isso.
O olhei e ele parecia longe, senti uma pontada de tristeza em seu olhar. Mas, apesar de me sentir tão fora de mim em seus braços, não podia esquecer de quem ele era.
Juliano: Tudo bem, pode ir.
Eu sorri fraco pra ele, ele se virou e saiu dali.
Malu: Juízo, garota!
Laura: Pode deixar, mamãe!
Sai correndo até a porta da frente e olhei para trás, ele estava bem distante mas permanecia com os olhos em mim.
Gustavo: Laura?
Me virei e vi o olhei. Cara, que lindo, que perfeito. Ele usava uma regata vermelha, e uma bermuda estampada, um óculos de sol que lhe caiu muito bem.
Gustavo: Você está linda!
Laura: Obrigada!
Gustavo: Vamos pra praia?
Laura: Claro!
Entramos em seu conversível vermelho, super lindo. Mas minha mente permanecia no favelado dos olhos cor de mel.Oiie leitores(as) lindos(as) do meu coração! *-*
O que estão achando da história? Comentem pra mim? Por favooor :3
E se estiverem gostando, não se esqueçam das lindas estrelinhas que me deixam muito feliz *-*
Hoje acordei inspirada e TALVEZ, se os trabalhos da facul não tomarem todo o meu tempo, eu posto mais! Beijinhos, amo cada um!
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Uma Patricinha No Morro - Segunda Temporada
RandomAlguns anos se passaram desde o nascimento de seu último filho. A vida tranquila e serena em uma pequena cidade na Alemanha, estava completamente agradável. Mas surge uma oportunidade, capaz de mudar toda aquela tranquilidade. Três jovens sedentos...