(Malu narrando)
Quase não tenho parado em casa. Voltei a minha vida de modelo e isso fez com que eu me sentisse melhor. Mais bonita. Aliás, que mulher não gosta de se sentir assim? No auge dos meus trinta e sete e minha carreira volta a crescer! Tô feliz e realizada.
Por outro lado, tenho percebido que as crianças estão brigadas. Laura como sempre, a rainha da confusão, estava de cara virada para os irmãos. Mas eu sabia que não adiantava eu me meter, eles não me contavam nada e em semanas, já estavam novamente de mil amores. Irmãos sempre são assim, os mestres em brigar e em seguida perdoar, voltar a brincar sem nem sequer lembra o porquê da briga.
Por um momento, senti falta do Pedro. Ele permanecia a promessa que não ia casar e já estava passando da hora de eu ser titia.
Lembrei de nossa infância, onde ele me protegia e até fazia o imenso sacrifício de brincar de Barbie comigo, enquanto os amigos riam de sua cara. Eu sempre soube que era para me fazer sorrir. E eu sempre soube, que sempre que eu precisasse, ele faria a mesma coisa.
Como foi com o bope, ele jogou fora sua carreira por mim. Jogou fora seus projetos e tudo que ele achava certo, apenas para ver o sorriso de uma patricinha bem inconsequente.
Decidi então, sair mais cedo da agência e fui até a casa dele. Antes, avisei aos meus filhos e marido, e passei em um supermercado. Comprando muito bolo de chocolate e guaraná.
Cheguei em sua casa e deixei meu carro estacionado na frente da mesma. Peguei as sacolas e desci. Estava bem ansiosa, desde que cheguei no Brasil, ele ainda não tinha ido me ver. E levaria um belo puchão de orelha por isso!
Toquei a campainha e ele veio abrir a porta.
Pedro: Maria? Maria, é você?
Malu: Não tonto, sou a Ana Maria Braga. -pulo nele e o abraço forte, como senti falta daquele moleque - Por que não foi me ver?
Pedro: Tô estudando muito. A faculdade já está no final e.. bom, entre! Não quero te contar a minha vida na porta de casa. Rio e entro.
Pedro: E o que são essas sacolas?
Malu: Uma coisinha pra gente.
Me sento no chão e tiro tudo das sacolas. Pedro: Isso é?
Malu: Sim! Bolo de chocolate e guaraná! Pegue uma faca e dois copos, por favor.
(...)
Estávamos sentados no chão, com a boca totalmente suja de chocolate e não, não estávamos nos importando com isso. Me sentia uma adolescente ao lado do seu melhor amigo. Me sentia tão feliz, eu havia esquecido como era boa e doce a sua companhia.
Pedro: Lembra que quando estávamos tristes ou felizes demais, tudo o que fazíamos era comer isso?
Malu: Lembro! Bolo de chocolate sempre foi especial pra gente.
Pedro: Eu lembro que quando conheceu minha primeira namorada, você fez a "Greve do bolo de chocolate". Falou que não comeria bolo nenhum, até eu me separar daquela.. daquela... Como era mesmo que você a chamava?
Malu: Dente de cavalo.
Rimos muito.
Pedro: Eu sempre achei muita graça, ela tinha mesmo dente de cavalo!
Malu: Com certeza tinha! Não sei nem como você conseguia beijá-la.
Rimos mais.
Malu: Sabia que tudo o que eu fazia com as suas namoradas, agora eu faço com as namoradas do Lorenzo?
Pedro: Sério? Coitada das meninas! Você não muda.
Malu: Não mesmo.
Ficamos em silêncio. Mas não era aquele silêncio que te dava pânico, sabe? Era um silêncio bom, aconchegante. Meu irmão sempre foi assim, era bom estar perto dele. Ponto. Não importa onde, não importa em que situação. Sua presença sempre foi algo confortante demais.
Malu: E já que o assunto eram suas namoradas, como anda esse coraçãozinho?
Vi ele se endireitar no chão, como se minha pergunta tivesse vindo acabar com aquele clima agradável entre nós.
Pedro: Não tem ninguém!
Malu: Ah para, Pedro. Você nunca soube mentir pra mim. Sempre foi péssimo nisso.
Pedro: Tudo bem, eu estou namorando.
Imagina uma adolescente histérica recebendo a melhor notícia da vida? Então, eu estava me comportando assim. Malu: Quem é a sortuda?
Pedro: Pra que eu vou falar? Para você colocar um milhão de defeitos na coitada?
Malu: Até parece! Eu tenho uma nova vítima, que é o seu sobrinho. E do jeito que você está demorando para casar, eu só vou achar muitas qualidades na garota.
Pedro: Tudo bem, tudo bem. Vou ligar para ela, para ela vim aqui e vocês se conhecerem.
Malu: Só espero que ela não tenha dentes de cavalo!
Pedro: Maria Luiza!
Malu: Ah, qual é?
(...)
Eu estava ansiosa, confesso. Não estava aguentando esperar para conhecer a sortuda que havia fisgado o coração do gato do meu irmão.
Ele já havia ligado e a alguns minutos, ela enviou uma mensagem dizendo que estava chegando.
Pedro: Malu, espere ok? Não vá pra cima da menina.
Malu: Eu não tenho mais quinze anos, por favor.
A campainha toca.
Malu: Oh Céus, é ela. - eu levanto em um pulo -
Pedro: O que eu te falei?
Malu: Tudo bem, tudo bem!
Pedro: Vai pra cozinha e eu te chamo.
Malu: Ok! - revirei os olhos -
Fiquei encostada na porta, bem atenta, eu não podia correr o risco de perder o que eles estavam falando.
Pedro: Oi meu amor.
Meu amor? Já estava assim? Huuuum :3
Eles estão em silêncio. Droga, espero que ele se lembre que eu estou aqui e não fique a agarrando no meio da sala.
Pedro: Então, hoje a minha irmã veio me visitar e ela está bem ansiosa para te conhecer. Tudo bem pra você?
Era a minha hora, ajeitei o cabelo.
Pedro: MARIA?
Sai da cozinha sorridente e quando a namorada dele se virou para mim, meu sorriso se desfez, junto com o dela.
Eu preferia mil vezes que ela fosse um cavalo, do que isso. Isso não! Só pode ser um pesadelo!
Aquele rosto, permanecia o mesmo e enquanto eu a olhava, todos aqueles sentimentos ruins que ela me fez passar, vieram como um furacão.
xxxxx: Maria Luiza?
Malu: Da-Daniela?Daniela? Eita, deu ruim! :x
Laura desmaiada, Malu e Dani, Lorenzo bravo... É muita treta!
Na foto, nosso Malu e nosso Pepo.
Alguém aí curioso (a)?
Comentem o que estão achando.
Aahh, antes que eu esqueça: obrigada por tanto carinho! Coração chega a doer! Amo vocês, apenas!
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Uma Patricinha No Morro - Segunda Temporada
RandomAlguns anos se passaram desde o nascimento de seu último filho. A vida tranquila e serena em uma pequena cidade na Alemanha, estava completamente agradável. Mas surge uma oportunidade, capaz de mudar toda aquela tranquilidade. Três jovens sedentos...