Minha possível morte.

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(Laura narrando)
Eu estava em casa, tinha acabado de tirar da geladeira uma travessa imensa de pavê. Desde que engravidei, eu não consigo parar de comer, sei que vou sofrer as consequências de tanto açúcar depois. Mas como as consequências não vem agora mesmo, depois eu penso nisso. Peguei duas colheres e sentei na cama com a Joyce. Ela deixava minhas tardes mais alegres.
Joy: E então, me deixe por dentro dos últimos acontecimentos.
Desde que Isa foi internada, eu e Juliano ficávamos mais no hospital. Então, consequentemente, as minhas tardes cheias de risos, comidas e conversas ficaram um pouco de lado. E consequentemente, Joyce ficou por fora de tudo que aconteceu nesses últimos meses.
Joy: Você e o Juliano já estão juntos?
Laura: Sempre estamos juntos, ué. - dei de ombros enquanto enfiava uma colher de pavê imensa na boca - Esqueceu que somos amigos?
Joy: Não, não esqueci. E parece que nem você esqueceu essa viagem.
Laura: Viagem? Joyce! Eu fui para copacabana. Nem é tão longe assim.
Vi minha amiga rolar os olhos.
Joy: Mas é loira mesmo! - ela bufou - Não é esse tipo de viagem, ô anta!
Laura: Viagem de que tipo então?
Joy: Ah Laura, não sou dicionário não! Depois cê pergunta pro Juliano. Eu só quero saber o que aconteceu nesse tempo todo!
Laura: Tá, tá! - comi mais daquela sobremesa maravilhosa - Meu pai já sabe sobre os bebês.
Joyce arregalou os olhos e lambeu a colher.
Joy: O.que.ele.disse? - perguntou de uma vez-
Laura: Ele surtou!
Joy: Surtinho ou surtão? Laura, minha filha. Eu espero os detalhes, os mínimos detalhes.
Laura: Estávamos em casa. E minha mãe começou chegando de mansinho, agradando ele e tudo mais. Depois contou que eu tinha algo bem importante para dividir com ele.
Joy: E aí?
Laura: Eu sorri e mandei um lindo: "Pai, eu estou grávida!".
Joy: Que droga, garota! Não funcionou, né?
Laura: Nem um pouco! - bufei -
Joy: Imaginei! Agora continue com a história.
Laura: Meu pai se levantou, mega exaltado. Começou a falar alto, perguntando como eu podia ser tão irresponsável. Perguntando se eu não sabia o que era camisinha e essas coisas do tipo.
Joy: Típico! Tá, mas e ai?
Laura: E ai o Juliano apareceu na sala. No exato momento da fúria do papai.
Joy: E?
Laura: E ele foi levantado pela camisa! Eu entrei em pânico. Papai começou a perguntar coisas do tipo: "Como você leva a minha garotinha pra cama assim?" e "você não tem medo de perder seu pinto"?
Fiz biquinho ao perceber que a amiga da onça ria de toda a minha desgraça.
Joy: Coitado! Você nem dá condição pra ele. E ele paga o pato!
Laura: Não tinha pato nessa história, Joy! Você está muito confusa hoje.
Joy: Cala a boca e continua a contar.
Laura: Depois disso, as coisas pioraram!
Joy: E tem como isso?
Laura: Sempre tem! Eu entrei em desespero. Morrendo de medo de papai fazer algo com o Ju. Comecei a gritar que meu bebê não tinha pai. E então, papai ficou ainda mais bravo. Dizendo coisas como: "Você fez e não quer assumir, é isso?"
Joy: Coitadinho!
Laura: Deu trabalho para tirar daquela cabeça oca que o Juliano era só meu amigo.
Joy: E como ele soube que seriam gêmeos?
Laura: Quando as coisas melhoraram, eu falei que eu ainda precisava contar outra coisa. E ele quase morreu, fez um drama enorme. Mas no final, ele acabou aceitando. Perguntou se eu não queria voltar para casa.
Joy: E você não quis?
Laura: Não!
Joy: Por que?
Laura: Porque eu agora vou ser mãe, de duas crianças e eu quero dar o meu melhor por elas. Eu fiz, não é? Agora tenho que ralar para dar o que eu puder para o conforto deles.
Joy: Isso não quer dizer que seus pais não podem te ajudar.
Laura: Eu não precisei de ajuda para fazer essas crianças. Agora, eu quero poder cuidar delas sozinha.
Joy me abraçou forte.
Joy: Mesmo isso parecendo orgulhinho bobo, eu estou orgulhosa de você.
A porta se abre e eu vejo aquele sorriso mega maravilhoso que só o Ju tem.
Ju: Pavê de novo? - ele rolou os olhos, pegando a colher da minha mão e comendo também -
Laura: Foram os gêmeos! Eles gostam bastante disso.
Ju: Só eles, né? - ele sorriu de lado -
Laura: Mudando totalmente o rumo da conversa.. Ju, o que é viagem?

(Lorenzo narrando)
Agora eu podia dizer que tudo estava finalmente bem. Ver que a Isa havia acordado e já estava fora de perigo, fez com que meu coração voltasse ao ritmo normal.
Hoje era dia de ver a Carol. Nosso encontro, como sempre, seria no lago. Lá era o nosso lugar especial, onde nos encontrávamos todas as tardes.
Me arrumei e fui caminhando até o nosso lugar. Como de costume, cheguei primeiro que ela.
Me sentei na grama verdinha, e aspirei aquele ar puro. Fico extremamente feliz quando há algo além da poluição e caos diário em uma cidade como o Rio. É como se ainda houvesse esperança para o nosso mundo.
Sorrio ao perceber a presença da minha garota se aproximando. Fiquei a fitando e pensando em como eu tinha sorte por tê-la. Ela se sentou ao meu lado e passou seus braços pelo o meu pescoço, me inclinei delicadamente e selei os nossos lábios. Seu gosto, sua pele em contato com a minha, seus olhos quando se encontravam com os meus.. ah! Era pra mim o paraíso. Era como se nada mais importasse, ela me trazia paz.
Paramos o beijo com alguns selinhos e ela olhou em meus olhos.
Carol: Eu amo você.
Lore: Eu também te amo. Muito.
A abracei com todas as minhas forças. Nosso primeiro beijo havia acontecido ali naquele lago. Eu estava chateado por uma piora da Laura e ela mais uma vez estava me consolando.
Comecei a me abrir para ela, dizendo que se ela não estivesse comigo, eu já teria desistido. Eu a falava o quanto ela era especial e o quanto eu não precisava de mais nada quando ela chegava.
Eu a dizia o quanto sua beleza enfeitava o meu mundo e como minha vida começou a ter sentido depois que a conheci.
Depois da minha declaração, pedindo para ela ficar comigo para sempre, rolou nosso beijo. Foi algo natural, que me fez sentir tantas coisas as quais eu jamais havia sentido antes.
Eu não sabia ao certo se estávamos ficando, namorando ou a ponto de casar. Eu só precisava da presença dela comigo e tudo já estava bem. E meu status de relacionamento não importava, porque o meu coração já era dela e eu já estava preparado para o que ela quisesse, eu só estava esperando o momento dela. O momento certo.
Carol: Lore?
Lore: Oi, amor.
Carol: Eu queria te levar para conhecer os meus pais.
Tá, tá bom. Esse era o momento. Senti um frio crescente se instalando em meu estômago. Puxei e soltei o ar por algumas vezes.
Eu nunca havia feito isso, eram sempre garotas sem valor nenhum, coisas de uma noite apenas.
Mas a Carol era diferente eu precisava fazer diferente com ela.
Respondi que seria ótimo e ela disse que marcaria um jantar para aquela noite. Tentei perguntar se não seria melhor marcar para outro dia, mas segundo ela, quando antes melhor.
Então, voltei pra casa, pra me arrumar do melhor jeito que eu consegui e me preparar para a minha possível morte.

Oioi meus amores *-*
Cap maiorzinho, porque sim u.u
Eu sempre preciso fazer um comentáriozinho, porque tornei isso de lei, né?
É!
O que acharam da reação do Diego? Cara, eu morri de pena do nosso Ju! </3
E o Lore? Vai oficializar o namoro com a Carol!
Maas, o que vocês não sabem é que esse vai ser o começo de muitos problemas entre eles e o nosso menino vai se meter em uma treta super gigante por causa dos novos sogros.
Alguém curioso (a) aí? Que ótimo! Sou má e gosto de ver vocês assim. Muahahaha
Até o próximo cap, minhas vidas.
Não esqueçam da linda estrelinha e dos coments para dar uma ajudinha na história! Obrigada!
Beijos de glitter da tia Lu

 Uma Patricinha No Morro - Segunda TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora