"True Alpha" - Just a Fairy Tale.

Pirraça.

Era sexta-feira. Véspera da festa de aniversário de Mark, um dos garotos do time de basquete e ele havia me convidado. Pessoalmente. Isso porque eu sou amiga do Johnny, graças a Deus. Mas eu não poderia ir, simplesmente porque não.

- Mas, mãe! - Comecei. Ouvindo meu irmão debochando de mim. E dissemos ao mesmo tempo. - Todo mundo vai!

Suspirei, tentando ignora-lo e parecer madura diante de minha mae.

- Você não é todo mundo! - Afirmou com um sorriso travesso. Ela parecia estar se divertindo.

- A Brenda também vai! - Argumentei. Ela torceu o nariz diante da referência.

- Isso é um problema dela e da família dela. - Ela deu de ombros. - Eu não vou correr o risco de sermos expostos.

- Eu posso me controlar! - Insisti.

- Numa noite de super lua? - Ela contornou a bancada e se dirigiu até a geladeira. - Acho que não!

- E o Noah pode? - Eu apontei para o garoto descabelado comendo cereal.

- Ele é mais velho e já provou que pode lidar muito bem com esse tipo de situação. - Ela pegou uma caixa de leite e abriu. Depois passou por mim e foi em direção ao seu filhote favorito.

- Ele pode cuidar de mim! - Sugeri, observando-a reabastecer a tigela com o leite e acariciar os cabelos de Noah, que havia acabado de enfiar a maior colher de cereal do mundo na boca e me direcionou um olhar de revolta.

- Nem fodendo! - Disse de boca cheia. E minha mãe acertou sua cabeça com um tapa.

- Modos. - Ele lhe disse num tom de reprovação. Volatando para guardar o leite.

- Desculpe. - Ele disse quando sua boca estava livre. - Mas você não pode me deixar de babá amanhã!

- E por que não? - Ela estava realmente pensando no assunto!

- Porque... porque eu... - Ele olhava ao redor procurando uma desculpa.

- Está tramando alguma coisa, mocinho? - Ela franziu a testa eu pude ouvir seus batimentos cardíacos se acelerarem quando respondeu.

- Claro que não! - Era mentira.

- Noah! - Minha mãe brigou. E virando-se para mim disse. - Está certo, você vai a festa para vigiar seu irmão. Vão tomar conta um do outro.

Eu sorri vitoriosa. E foi a vez de Noah dizer:

- Mas, mãe! - Ela ergueu um dedo o interrompendo.

- Se preferirem, podem ficar em casa! - Sentenciou.

- Ótimo. - Ele disse empurrando a tigela de cereal.

- O que você quer dizer com ótimo? - Perguntei.

- Quero dizer que se você vai acabar com a minha noite, também vou acabar com a sua. - Explicou. - Vamos ficar em casa.

- Que bom que decidiram isso voluntariamente! - Mamãe sorriu, deixando a cozinha.

Eu me virei para Noah, morrendo de raiva.
- Não adianta brilhar esses olhinhos pra mim! - Bufou. - Não vou mudar de ideia.

- Veremos. - Eu peguei minha mochila e fui até a garagem. Afinal, se eu tinha um carro podia usa-lo de vez em quando.

Passei a manhã seguindo Noah e conversando com seus amigos. Precisava saber o que ele queria tanto fazer naquela festa que eu iria atrapalhar. Mas a resposta estava onde eu menos eaperava: em baixo da arquibancada.

Era dia de treino da equipe de natação, da qual eu faço parte. Estávamos prestes a selecionar a capitã e eu estava bem otimista aquele ano. O caminho mais rápido até o refeitório era pelo ginásio. E, apesar de saber que Brenda estaria lá com o resto do time de handebol, não estava nem um pouco disposta a dar a volta na escola para comprar um salgadinho.

Felizmente acabei demorando demais no vestiário e quando saí, o ginásio estava vazio. Estava passando pela lateral da quadra quando ouvi um ruído em baixo da arquibancada. Duas pessoas. Pelo cheiro... Não podia ser, mas era: Noah. Estava beijando alguém. Esperei um pouco. O sinal bateu assustando a mim e ao casal. Ela deu uma risadinha antes de falar.

- Vai na festa do Mark amanhã, certo? - Perguntou.

- Acho que não vai dar... - Ele vacilou.

- Pensei que passaríamos a noite juntos. - Ela disse um tanto frustrada.

- Eu queria muito... - Ele hesitou. Suspirou e voltou a falar. - Olha, vou fazer de tudo para estar lá amanhã. Te mando uma mensagem.

- Ok. - Ela não parecia muito convecida, mas lhe deu um último beijo antes de partir.

Era isso.