Anjo da morte

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Até onde eu tinha entendido, Lydia era uma espécie de anjo da morte. Ela sentia quando as pessoas morriam e sentia que elas iriam morrer. Sentia alguma outra coisas também, mas seu ponto forte era a morte. Eles chamavam ela de Banshee.

Eu tentei fingir que não tinha percebido que todos - Exceto Noah que estava olhando para Lydia - me encaravam como se eu tivesse acabado de ser diagnosticada com uma doença letal e tivesse pouco mais que algumas horas de vida. Eles me encaravam como se eu já estivesse morta.

- Tudo bem! - Suspirei, derrotada. - O que mais elas dizem?

- Nada! - Lydia estremeceu novamente. Aquilo estava me irritando, parecia fazer realmente mal à ela. - Só seu nome...

Eu olhei para a água novamente. Mais uma vez uma gotinha caiu da corrente. E eu quase mudo ouvir as dezenas de mini ondinhas sussurrando meu nome caoticamente. Nina, Nina, Nina, Nina, Nina, Nina.

- Nina! - Scott chamou. Eu o olhei. Devia estar pálida como uma folha de papel.- Fique tranquila... isso não é tão ruim! Vamos dar um jeito!

Eu queria dizer que apostava que ele dizia isso para todas, mas humor não parecia adequado para a situação.

- Sim. Vamos. - Eu não sooei nem um pouco convincente. - É... tem uma corrente, presa na escada... Pode ser uma prova. E está provocando Lydia.

- Vou avisar ao meu pai. - Stiles se levantou e foi até o xerife.

Logo eles foram até a corrente. Com luvas, pregaram-na e colocaram em um saquinho. Depois voltaram até nós.

Eu assisti a cena pensando em vomo eu morreria e em como jamais entraria na água apenas com aquelas três como companhia. Estava completamente distraida quando o xerife Stilinski se aproximou. Acho que era a terceira ves que ele perguntava aquilo, mas eu só tinha ouvido agora.

- Conhece essa corrente? - Eu olhei para ele com a mente distante e depois para a corrente. A pergunta não parecia fazer sentido. Nada parecia fazer sentido! - Pense com cuidado, já viu alguma amiga usando?

Eu continuava encarando a corrente. Tentando fazer com que meus neurônios se conectassem. Nada. Apenas uma espécie de coceira mental, como se eu estivesse tentando acessar uma informação que não tinha registro no meu cérebro. Mas que estava lá.

- Não! - Disse por fim. - Nunca vi.

Stiles me encarava decepcionado. Acho que ele esperava que eu dissesse algo como: Nossa é o colar da Lila/Amanda/Beth! É a prova de que elas são vampiras que gostam de afogar suas vítimas depois de drenar o seu sangue do corpo porque esse é o tipo de colar ideal para usar na situação!

Mas eu não sabia de quem era. Tinha a leve impressão de que talvez tivesse visto, mas eu não lembrava.

- Pai, Lydia pode tocar na corrente? - Perguntou Stiles.

- Ahn... - O xerife parecia cansado e preocupado. Olhou em volta, nervoso. Naquele momento ele encelheceu uns cinco anos. - Ah! Tudo bem!

Virou o saquinho na mão da ruiva. Ela apertou a corrente, fechando as mãos em punho. Fechou os olhos. Acho que nenhum de nós respirava naquele momento. Ficamos imóveis. Observando.

- Nada! - Ela abriu a mão revirando os olhos. - Nada além de uma bijouteria de lata vagabunda!

O xerife pegou a corrente de volta, prometendo que ia descobrir de quem era. Ele se afastou e Stiles foi atrás insistindo para ver as imagens da câmera de segurança. Voltou com um largo sorriso no rosto.

- Meu pai vai recolher as gravações! Disse para encontrarmos com ele na delegacia as 18h! - Droga! Era a hora do karatê.

- Certo! - Scott concordou.

- Por mim tudo bem! - Disse Lydia e voltou-se para Noah, explicando que ele não precisava ir.

- Estarei lá! - Stiles olhou para mim surpreso como se não esperasse que eu respondesse. Como se eu se quer pudesse ter ouvido. - Isso é sobre mim também! Por algum motivo! Então vou participar!

- Está certo! - Ele relaxou de uma maneira estranhamente amigável.

As seis eu e Noah estávamos diante da linda casa dos Martin. Eu fiquei no banco de trás pra poder segurar a vela melhor. A ruiva acenou da janela de seu quarto e meu irmão sorriu como um bebê pra um chocalho. Logo ela apareceu na porta e correu para o carro. Ela entrou e eles trocaram um rápido selinho. As coisas pareciam serias.

Na minha cabeça uma voz gritava:
COMO VOCÊS PODEM FICAR ASSIM SE EU ESTOU CONDENADA A MORTE?

"True Alpha" - Just a Fairy Tale.Onde histórias criam vida. Descubra agora