Ataque de Lobo

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Nós colocamos Brenda no carro e arrastamos o corpo do alfa até o rio, enquanto eu falava sobre como aquilo não seria necessário se Brenda não tivesse sido tão gananciosa e tivesse fugido ao invés de tentar mata-lo. Assim eu não precisaria mata-lo e não precisaríamos carregar o corpo. Johnny surtava a cada detalhe que eu dava da história. Mas quando eu terminei, ele se colocou em silêncio mortal.

- Aonde vamos? - Perguntei dentro do carro.

- Não tenho ideia! - Foi sua resposta.

- Por que demorou tanto? - Perguntei.

- Eu estava vindo pelo subúrbio ao invés de pegar o caminho do centro, imaginei que teria menos transito. Mas o caminho estava fechado na altura da rua 12. Um acidente, parece! - Explicou. - Tive que retornar e pegar um pequeno engarrafamento.

- Espera. Na altura da 12? - Ele fez que sim. - É mais ou menos a direção na qual ele começou a nos seguir. Precisamos ir lá agora!

- Tá louca, garota? - Perguntou. Negando firmemente com a cabeça. - Lá está cheio de policiais e você vai chegar assim? Coberta de sangue?

- Tudo bem. - Suspirei. - Então passe na escola antes.

- A escola está trancada a essa hora... - Começou.

- É. - Concordei. - Mas tem uma maldita janela quebrada no vestiário e eu tenho roupas lá.

Juro que nunca me troquei tão rápido. Tranquei as roupas ensanguentadas no meu armário voltei para o carro. Seguimos até o encontro da Header com a 12, onde a rua havia sido fechada.

- Você não pode se aproximar, filha! - O policial disse, apontando para a fita amarela. - É uma área restrita.

- Desculpe. - Respondi me afastando um pouco. Eu não precisava ver nada, só ouvir.

- Ela disse que era um lobo. - Alguém relatava. - É típico da região.

- Especialmente tão perto da reserva! - Outra pessoa concordou.

- Lobos não arrancam pessoas de carros. - Cocluiu uma terceira voz, mais imponente. - Vamos torcer para que esse pobre infeliz esteja vivo na floresta. Levem a senhora Stewart para casa. Os paramédicos já disseram que ela está bem.

- Sim, senhor! Pode deixar. - As outras vozes concordaram.

Vi dois policiais andarem em direção a ambulância que estava de frente pra mim e logo depois o xerife saiu de trás do muro de carros de polícia. Ali deveria estar a cena do crime, protegida de olhos curiosos como os meus.

Voltei para o carro.

- Satisfeita? - Johnny perguntou.

- Ahn? - Eu franzi a testa. Ele revirou os olhos. - Enfim, conhece algum Stewart?

- Na cidade, não! - Numa cidade do tamanho da nossa, isso era como afirmar que eles não eram de fora.

- Eles foram atacados pelo Alfa? - Johnny perguntou. - Os Stewart?

- Parece que sim. - Respondi. - Um alfa sozinho? Ainda não faz sentido pra mim.

- Nem tudo na vida foi feito para ser entendido! - Concluiu um pouco alterado.

- Johnny, pense um pouco. Um alfa, en geral tem um bando, um alfa psicótico deve ter um bando psicótico. - Expliquei enquanto ele manobrava. - Se ele veio reconhecer a área, abrir caminho? Os outros podem estar vindo atrás.

- Olha, atacar um casal no meio do subúrbio não é o que eu chamaria de reconhecimento de área! - Rebateu.

- Nisso você tem razão. - Fiz que sim com a cabeça, a testa encostada na janela, observando os postes passando por nós. - Mas isso pode significar que os outros já estão aqui.

- Faz sentido. - Ele suspirou. - Espero mesmo que você esteja errada.

- Eu também. - Confessei. - Para onde vamos?

- Bem, vou te deixar na casa de Mark e levar a bela adormecida para casa. - Respondeu.

- Não estou dormindo! - Disse uma voz vinda do banco de trás.

- Desde quando? - Perguntou Johnny, assustado.

- Desde que essa louca bateu a porta do carro pela segunda ves! - Respondeu a garota. Levando a mão a cabeça e fazendo uma careta de dor.

- Como sabe que era a segunda vez?- Johnny riu

- Como conseguiu ficar quieta por tanto tempo? - Acrescentei. - Você deve estar realmente muito mal.

- Vá a merda, Rockgroove. - Murmurou. - Não quero nem pensar no que aconteceu hoje. Vou largar essa história na mão dos meus pais.

Meus pais! Caralho! Meus pais iam me matar.

"True Alpha" - Just a Fairy Tale.Onde histórias criam vida. Descubra agora