Interrogatório Impossível.

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Parrish. Esse era o nome do policial que o xerife escolheu para interroga-las. Ele era jovem, bonito, tipo pra caralhor, de doer os olhos, derreter os corações e acender o fogo na alma de meninas e meninos, que queriam muito ser meninas para ter uma chance com ele. Fogo era a palavra para descreve-lo. Em toda a sua beleza, intensidade e ferocidade.

Ele olhava para Lydia com aquela expressão de bons amigos. Bons amigos que já tiveram um caso, mas um caso amigável que não gerou magoas. Noah pareceu não perceber. Eu me perguntei se ele era retardado ou se tentava muito ser. Não importa. Era melhor mesmo que ele não notasse. Seja lá o que havia acontecido alí parecia muito bem superado.

Ele passou por nós com um sorriso gentil no rosto, mas fechou a cara antes de entrar na sala onde as três garotas estavam. Não era um depoimento oficial, então ele era o único profissional lá dentro.

Eu não entendido motivo de estarmos todos na delegacia. Esse povo não tem mais o que fazer? Mas imaginei que todos tinham o mesmo direito que eu de estarem morrendo de curiosidade. Será que elas iriam confessar.

Então eu me lembrei de uma coisa: A correntinha.

- Hey! - Disse me sentando ereta subitamente, já que estava jogada na cadeira, quase deitada no assento com as pernas escancaradas e as mãos atrás da cabeça. Tomar postura era uma forma fácil de mostrar que eu ia dizer algo sério.

Stiles interrompeu seu zig zag. Estava quase fazendo um buraco no chão. Malia havia desistido de interrompe-lo a muito tempo e estava encostada na parede com cara de "já posso entrar lá e bater nelas?". Pareceu um pouco irritada com o fato de o garoto ter parado para me ouvir. E acredite, ela não está na lista de pessoas que eu gostaria de ter com raiva de mim.

- O que descobriram sobre a correntinha? - Perguntei ao sentir o peso dos olhares de todos sobre mim.

- Isso! - Foi Kira quem se pronunciou. O que me deixou surpresa. Na maio parte do tempo ela parecia uma adolescente comum, erroneamente inserida naquele mundo de criaturas assustadoras.

Ela se aproximou de mim com o celular na mão. Remexeu na tela e me ofereceu o aparelho. Eu o peguei insegura e confusa. Então olhei. Na tela a foto mostrava a ruiva que eu conhecia bem, com os cabelos molhados, sorrindo junto as suas amigas inseparáveis. No seu pescoço, o maldito colar. A foto era de quarta-feira, véspera do assassinato.

Nossa, mas ela estava muito ferrada.

Como podia ter deixado tantas pistas? Isso não estava certo. A chave tudo bem, caiu. Mas a corrente, enrolada na escada como estava. Aquilo parecia quase proposital. O que não encaixava com a forma como ela havia me olhado na escola. Ela estava realmente assustada. Aquele sentimento voltou a me perturbar. Alguma coisa não fazia sentido alí.

- É impossível! - Parrish disse saindo da sala, alguns minutos após eu devolver o celular de Kira.

Mais uma vez eu tive que me me ajeitar na cadeira. Dessa vez pelo susto, eu fui obrigada a sentar "que nem mocinha", como minha mãe costumava dizer.

- Não dá! - Ele disse quando o xerife surgiu no corredor. - É sério. Nada do que elas falam faz sentido. Elas fogem do assunto, me distraem de um jeito torturante.

- Eu sei! - Brenda disse. Eu olheinpra ela confusa e ela me respondeu com palavras. - Elas discutiram todos os problemas emocionais dele durante as últimas duas horas. Elas insinuam coisas, fazendo ele negar os concordar. Assim elas tem informações pra acusa-lo, julgar as pessoas que o cercam e consola-lo. São três vadias fofoqueiras!

- Não consegue lidar com três adolescentes? - O xerife olhounpara Parrish decepcionado.

- Elas não são adolescentes. São monstros. - O soldado respondeu envergonhado e indignado.

- Bom, eu vou tenta... - O xerife sugeriu.

- Não! - Eu disse me exaltando. - Não! Elas são... Parrish está certo. Elas tem truques. Confundem nossa mente. E uma vez que elas fizerem você não pode concertar...

Eu pensava no dia que perguntei sobre o primeiro assassinato a Lila. Ela me disse para não conversar sobre aquilo com ninguém. Eu simplesmente não o fiz. Não houve muita pressão para que eu o fizesse, mas eu sentia que não seria capaz.

- Deixa eu tentar, então! - Brenda sugeriu. - Não sou importante de qualquer forma. Se eu não conseguir não haverá perdas!

- Você não é da Polícia! - O xerife se remexeu nervoso. - Não tem autoridade para interroga-las. Elas podem simplesmente ficar caladas.

- Elas tem o direito de ficar caladas em qualquer situação. - Disse Brenda. - Mas elas não vão. E não vão me ganhar num dos meus jogos favoritos.
Eu estremeci. Ela entrou na sala e bateu a porta atrás de si. Dessa vez eu e os demais possuidores de audição canina, nos lembramos de usa-la pra saber o que se passava dentro da sala.

"True Alpha" - Just a Fairy Tale.Onde histórias criam vida. Descubra agora