Não foi difícil encarar as meninas no treino de quarta-feira. Mesmo que, cada vez que elas mergulhassem e voltassem a emergir, um arrepio doloroso rasgasse minha espinha ao meio. Ficava imaginando que a qualquer momento elas desenvolveriam caudas de sereia e tentariam me afogar. Claro que isso não aconteceu.
Elas estavam cada vez melhores e enchiam a equipe de gás e confiança. Fazia tempo que o colégio não ganhava nada. Talvez acabassemos com esse jejum. Eu estava contando os segundos. O campeonato começaria em uma semana. Uma semana para as primeiras provas também. E o começo do campeonato de lacrosse.
Tinha mesmo que ser tudo ao mesmo tempo!
Resolvemos marcar treinos extras, nosso treinador concordou. Ele era jovem, não devia ter mais de vinte e cinco anos, dava aula de biologia e tinha curso de salva vidas. Confesso que passava metade dos treinos cogitando a possibilidade de fingir um afogamento apenas para sentir seus braços fortes me arrancando de dentro d'água.
Não ocorreria. Pelo menos não tão cedo.
Depois da aula, na quinta-feira, nos encontraríamos todos na piscina do colégio para treinar algumas horas a mais do que as equipes adversárias. Graças a disposição e boa vontade de nosso jovem treinador. Então eu dormi bem cedo naquela noite. Como se já não estivesse exausta pelostreinos habituais, teria uma jornada dupla com natação e karatê.
Levantei bem disposta, abracei Johnny e sorri para Brenda, o que exige um esforço de dimensões universais. Tomei café e arrumei a minha bolsa com um lanche extra e uma garrafa d'água. Pensei em levar uma com café ou algum tipo de energético, mas conclui que não seria necessário. Havia dormido muito bem. Nada de pesadelos, nada de amigas vampiro do mal tentando ma assassinar.
Quando cheguei na escola a decepção sugou minhas expectativas pelos meus olhos. Viaturas e mais viaturas haviam invadido o estacionamento. Luzes vermelhas e azuladas tingiam om muros da escola psicodelicamente. Todos estavam boquiabertos diante da porta da frente. Vi meu bando saindo de seus carros e andando até a multidão. Estacionei e os segui.
Estava começando a ficara frio de verdade. O inverno reservava para Beacon Hills noites de temperaturas quase negativas. Por sorte não neva na Califórnia... Eu acho.
Sempre considerei a neve como um apagador, uma borracha divina. Caia do céu para cobrir manchas e rastros sujos dos erros que havíamos cometido durante o ano. Isso porque nada resiste a neve. O que ela não congela, ela queima com o frio. E tudo se renova sob nuvens tão densas que despecaram do céu em floquinhos para se acumular em jardins e estradas.
Mas não nevava na Califórnia. Nada apagaria as pistas deixadas pelos responsáveis por aqueles dias sangrentos. E isso era uma das poucas boas notícias que haviam sobrado.
- O que houve? - Perguntei para Noah. Ele estava na escola a mais tempo. Havia saído cedo para buscar Lydia. Ela tinha carro, mas por algum motivo, gostava da companhia do meu irmão. Eu não a via em lugar nenhum.
- Eu não sei. - Ele estava pálido. A voz esganiçada.
- Tudo bem! Só me conte exatamente o que você fez depois de chegar aqui.- Pedi calmamente.
- Eu... eu vim com Lydia. Ela disse que precisava ver uma coisa e foi na direção às piscinas. Eu esperei e ela não voltou. Então escutei um grito. Sabia que era ela. - Sua voz era trêmula, mas seu tom era valente. - Ela... na frente da piscina... estava paralisada. Me aproximei e vi o garoto. O corpo boiando...
- É o que? Alguém morreu aqui? - Perguntei assustada.
- Não, Nina.- Ele engoliu em seco. Recobrando a postura. - Alguém fo assassinado.
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"True Alpha" - Just a Fairy Tale.
Loup-garouSer um Alfa vai muito além de ter poder. Ser um Alfa é ser um lider, um bom lider. Ser um Alfa é ser pai, irmão e amigo ao mesmo tempo. É exigir respeito sem ser arrogante, ter sensibilidade e firmeza na medida certa. Mas, pra mim, ser um alfa era s...