"True Alpha" - Just a Fairy Tale.

Pack

- Já disse que não sei de onde veio o outro lobo! - Minha mãe apertou as têmporas. - Ele estava com o pescoço quebrado. Não era um lobisomem comum. Se transformava por completo. Isso é muito raro.

- O que você acha que aconteceu? - Perguntei pela milésima vez.

- Não sei! - Ela bateu na mesa. - Fique fora disso, Nina. Temos problemas mais pessoais.

- Que tipo de problema? - Ela suspirou.

- Vamos nos mudar. - Anunciou.

- É o que? - Eu arregalei os olhos. - Quando vai contar para os outros?

Estavamos sozinhas no escritório. Ela olhou ao redor melancólica.

- No jantar. É claro que seu pai e seus tios já sabem. Vai ser melhor assim.

- Vamos fugir? - Eu andava de um lado para o outro. - Por causa de um problema? Vamos abandonar a cidade?

- Não crie mais problemas, certo? - Como seu tom de voz podia ser ameaçador e acolhedor ao mesmo tempo? Eu fiz que sim. - Ótimo.

Ela me deixou ali, sozinha. Fiquei observando as paredes. Quando será que iriamos? Durante o jantar, mamãe explicou tudo. Nos mudariamos em uma semana. Califórnia. Ela havia conseguido uma boa casa numa cidade chamada Beacon Hills, soava como "o lugar onde nada nunca acontece". O que eu poderia fazer? Tentei encontrar uma vantagem... nah! Seria uma droga de qualquer jeito. Esperei até sexta para contar a Johnny.

- COMO ASSIM? - Ele berrou. Estavamos em seu quarto. O único pedaço da casa dos Price onde eu realmente era bem vinda. - VOCÊ VAI SE MUDAR AMANHÃ?

- Vou... - murmurei.

Ele andou até a janela e ficou observando a rua vazia. Eu não sabia o que dizer. Ele se sentou ao meu lado e me fez várias perguntas.

- Como é a casa? - Foi a pergunta mais estranha.

- Bem grande. - Eu franzi a testa. - Tem quartos sobrando até.

- Ótimo! - Ele se levantou num salto. - Eu vou com você.

- Vai entrar para o nosso bando? - Meus se iluminaram.

- Não, Nina! Vou entrar para o seu bando. - Ele sorriu com uma malicia divertida no canto dos lábios. - Você é alfa agora, esqueceu?

Ainda não tinha caído a fixa. Na verdade, me tornar alfa havia sido uma imensa decepção. Nada havia mudado. Tirando o fato de que meus olhos eram tenebrosamente vermelhos. Minha mãe ainda me tratava como uma beta e apesar de não sentir mais toda aquela pressão para obedece-la, obedecia. Estupides.

- Isso se você me aceitar no bando! - Johnny disse, me tirando de meus devaneios.

- Se eu aceitar? - Eu ri. - Eu se quer tenho um bando. Você é quem vai ter que me aceitar.

- Isso tá começando a parecer um casamento. - Ele riu. - Tá ficando hetero demais para mim, mas eu aceito.

- Não acredito! - Eu o abracei empolgada.

Me sentia absurdamente infantil. Como se acabasse de fazer um acordo de amizade eterna com um coleguinha do jardim de infância. Ainda assim, havia algo de diferente. Uma sensação de segurança, sei lá.

Então, como um desagradável dejavu, a voz de Brenda soou atrás de mim.

- Eu também vou!