Docinho

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Passei o fim de semana discutindo com Brenda. Ela me depreciava em tudo. Não reconhecia nada do que eu fazia e havia se tornado obcecada pelas três garotas. Falamos tanta besteira uma para a outra que na segunda não estávamos nos falando.

- Eu estava até estranhando aquele clima de paz! - Disse Johnny enquanto eu marchava aborrecida pelos corredores da escola.

- Eu não sei o que me deu na cabeça de trazer ela para cá! - Eu cuspia as palavras.

- Foi um ato bonito da sua parte! - Ele sorriu compreensivo.

- Foi uma idiotice! - Afirmei.

- Olha, entendo que vocês tenham suas desavenças, mas ela salvou sua vida e tem sido uma boa amiga! - Começou.

- Salvou minha vida? - Revirei os olhos. - Ela mesma disse que só estava livrando a própria pele. Se não fosse eu ela teria viarado ração de cachorro. Eu salvei ela!

- E ela é grata por isso! - Eu franzi a testa.

- Acho que ela não demonstra isso muito bem, não é mesmo? - Chegamos ao meu armário e eu comecei a revirar minhas coisas.

- Nina! É o jeito dela, procure entender...

- Bem, Johnny, no momento, eu estou tentando entender outra coisa! - Me virei para ele. - Por que você está defendendo tanto ela?

Ele abriu a boca, mas não falou nada.

- Você sempre concordou quando eu disse que ela era uma vadia insuportável. Sempre odiou ela tanto quanto eu! O que te deu agora? - Atirei.

- Eu... Bem... Ela está... Diferente! - Murmurou.

- Você também, Johnatan! - Bati a porta do meu armário e saí.

Não é possível que todos fossem se virar contra mim. Noah não dava atenção para nada do que eu dizia. Só queria saber de Lydia e seus lábios grossos. Os gêmeos estavam focados no lacrosse. Eu simplesmente não consegui voltar a falar do assassinato com eles. Mas ninguém me daria atenção de qualquer forma.

Me encostei na parede em um canto. Fechei os olhos e respirei fundo. Que droga de amigos. Abri os olhos e vi Lila com sua amigas rindo. Elas sim eram amigas de verdade. O sinal tocou. A ruiva e a loira fizeram menção a se afastar. Amanda se despediu delas. Enquanto elas desapareciam no corredor, a morena tomou outra direção: a minha.

- Oi! Nina! - Ela sorria docemente. - Está tudo bem? Você parece um pouco abatida!

- Estou bem! - Assegurei.

- Espero que sim! - Eu sorri. - Lila me falou sobre sua consideração. Eu agradeço muito.

Foi aí que Johnny, o traidor, passou. Sorrindo. Ao seu lado, Brenda, a chata. Ridiculos. O que mais se pode esperar de um Price?

- Vocês estão brigados? - Amanda perguntou.

- Eu não sei... estamos com problemas! - Disse

- As vezes o problema é não ter os amigos certo! - Ela sorriu para mim.

- O que você quer dizer com isso? - Que ousadia se meter na minha vida dessa forma. Fiz uma careta de raiva para ela.

- Não me leve a mal! - Pediu. - É só que... amigos que não nos ouvem e não nos compreendem acabam nos abandonando e na maioria das vezes estão só nos usando por sermos mais bonitos, ricos, influentes ou poderosos...

Suspirei. Poderosos? Usando? Abandonando? Será? Eles não poderiam.

- Amigos de verdade estão sempre ao nosso lado. - Concluiu.

- Bom... - Olhei para ela com um sorriso forçado. - Não os meus amigos.

- Eu ficaria atenta! - Respondeu.

- Você pode parar de fazer insinuações? - Pedi.

- Desculpe, não era minha intenção! - Disse. - Só não gosto de ver alguém ser tratado dessa forma. Eles te deixam largada num canto, passam sem se quer te ver! Não parece justo... É uma falsidade terrível...

- Falsidade? - Perguntei.

- É, se dizer amigo de alguém e depois virar as costas para a pessoa! - Ela fez que não com a cabeça. - Não há nada pior...

- Você está certa! - Disse por fim. - Nada pode ser pior que falsidade!

O sinal tocou e eu fui até a sala. Me sentia esfaqueada pelas costas. Johnny faria isso comigo? Brenda eu não tenho dúvida que faria... Mas Johnny não! Eu não poderia suportar.
- Ela está estranha! - Era a voz do loiro dentro da sala. Parei na porta. - Estressados demais. Não está pensando direito.

- Nina não pensa, quem dirá direito! - Brenda respondeu. - É um filhotinho impressionável com mais poder do que pode usar. Se eu tivesse matado aquele alfa, tudo seria bem diferente.

- Brenda! - Ele respondeu. - Ela não é tão ruim...

- Não sou tão ruim? - Perguntei, entrando na sala. - Vocês estão livres pra procurar algo melhor. Fiquem a vontade pra deixar o bando!

Não aguentei se quer ficar na sala. Virei as costas e sai andando sem nem pensar para onde ir.

"True Alpha" - Just a Fairy Tale.Onde histórias criam vida. Descubra agora