Tipo isso.

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Depois de dar mil desculpas por não ter insistido em ficar ao lado de Lydia, meu irmão finalmente ouviu minhas súplicas para que ele calasse a boca.

- Noah! - Eu me exaltei. Invadia os corredores do colégio furtivamente. Precisava ser silenciosa. - Você estava em choque. Acontece com todo mundo! Só não entendo por que o xerife insistiu em mante-la por perto...

Os corredores estavam vazios. Haviam mandado todos os alunos para casa. Grande parte deles havia ido. Mas outra grande parte estava acumulada na entrada principal, uma multidão de olhos curiosos com celulares na mão prontos para gravar qualquer esquisitice que pudesse viralizar na internet.

Indiquei que Noah fizesse silêncio e o dei as costas, seguindo o mais rápido possível pelo longo corredor. Precisaríamos parar logo a frente, onde um corredor lateral atravessava aquele, e conferir que estava tudo limpo. Assim que nos aproximamos, Noah e eu colamos as costas na parede.

Não era a primeira vez que fazíamos algo do tipo. Costumavamos invadir o colégio para arrumar peças e pegadinhas pra cima de nossos colegas e especialmente nossos primos. Certa vez nos e os gêmeos nos envolvemos em uma batalha de armadilhas tão intensa que fomos suspensos por uma semana. Tudo isso porque o diretor não entendeu que a lata de tinta azul que caiu em sua cabeça havia sido escolhida para tingir a mim e Noah pois, segundo Danny (ou Dylan), combinava com nossos olhos. Adorável.

Estava rindo dessas lembranças internamente quando estiquei o pescoço para investigar o corredor. O que eu vi não fez sentido algum a princípio: Não se parecia nem um pouco com um corredor escolar. Tinha enormes círculos acastanhados com negras pupilas dilatadas no centro. Pupilas. Tinha pupilas por que eram olhos. Grandes olhos castanhos curiosos e hiperativos, com um brilho irônico próprio e inconfundível.

Senti como se minha alma fosse pular para fora do corpo quando ele se moveu. Ambos demos um salto para trás. Atingi Noah, mas podia jurar que havia ouvido duas interjeições de dor.

- Stiles!
- Nina!

Dissemos simultaneamente.

Levei alguns segundos para reparar em Scott atrás dele.

- O que vocês estão fazendo aqui? - Dissemos ao mesmo tempo. - Eu perguntei primeiro! Para com isso. Tá bom, fala você! Agente veio... deixa eu falar!

- Parem com isso! - Noah fez uma careta de impaciência.

- Manda ele parar! - Apontei pra Styles.

- Para você! - Ele respondeu.

- Parem os dois! - Interveio Scott. Eu e Styles fizemos caretas de criança birrente. - Nina, o que você está fazendo aqui?

- Viemos para a aula. Noah estava com Lydia quando acharam o corpo. O seu pai colocou ele para fora! - Impliquei com Stilinski. - Resolvemos voltar para ver o que estava acontecendo e, principalmente, apoiar Lydia!

- Por que acha que Lydia precisa do apoio de vocês? - Senti que a pergunta de Styles não era endereçada a mim.

- Porque sou o namorado dela! - Disse Noah arrogante, como se aquilo significasse que ele era pós-graduado em Lydiologia.

- Desde quando isso é oficial? - Styles parecia pronto a se atirar no pescoço do meu irmão. Aquilo era ciúme?

- Não é da sua conta... - Noah mudou de postura desconfortável.

- Não é! - Styles sorriu com um sarcasmo maligno nos lábios. - Ela não te aceitou.

- Você quer calar a boca? O que você tem a ver com isso? - Styles abriu a boca para responder, mas a voz que soou era minha.

- O que isso tem a ver com a nossa situação? - Perguntei.

- Nada! - Scott parecia uma babá cansada de seu trabalho. Como se as crianças simplesmente não entendessem que não deviam brigar por causa de um brinquedo ou, no caso, de uma garota.

- Tudo bem! - Suspirou Styles. - Vamos nos concentrar aqui! Vocês vão embora.

- Não vamos mesmo! - Bato o pé. E viro-me para Scott. - Queremos ajudar!

- Tudo bem! - Ele parecia alegre por nos ter por perto.

Styles fechou a cara.

- Tentem pelo menos não atrapalhar!

Seguimos em silêncio pelos corredores. A insatisfação de Styles com nossa companhia tornava o ar toxico. Paravamos de tempo em tempo para ter certeza de que não estávamos sendo seguidos e nem percebidos.

- Por que o xerife ficou com a Lydia? - Perguntei em um sussuro.

- Ela meio que pressente coisas ruins, tipo a morte e em geral ela acha os corpos! - Disse Styles.

- Ela é vidende? - Perguntou Noah.

Styles o escarou com cara de quem não está com paciência para explicações.

- Tipo isso!

"True Alpha" - Just a Fairy Tale.Onde histórias criam vida. Descubra agora