Os olhos de Johnny pularam por cima de meus ombros focalizando algo atrás de mim.
- Ih! Lá vem. - Ele murmurou levando novamente os canudinhos a boca.
Antes que eu pudesse me virar uma voz estridente soou às minhas costas.
- Nina! - Brenda me olhou de cima a baixa com um sorriso debochado, um copo na mão e uma sandalha de salto vermelha com estampa de couro de cobra. - Uma fêmea Rockgroove em uma festa. Quem poderia imaginar?
- Brenda! - Retribui o sorriso. - É sempre um imenso desprazer me deparar com essa sua cara de morcego!
- Foi assim que sua mamãe te educou, Rockgroove? - Zombou.
- Não, ela me deu uma boa educação, diferente da voz que seu pai te deu! - Eu não estava disposta a ouvi-la por nem mais um segundo. - Sério, Brenda, você devia fazer voto de silêncio. Você fica um pouco menos feia de boca fechada. Passa de morcego para porco.
Johnny cobriu a boca atrás de mim, tentando em vão conter uma risada.
- E você, Johnny? - Implicou. - Andando com essa aí, que não é nada sua ao invés de defender a mim, que sou parte da sua família?
- Fazer o que? - Ele apoiou seu copo no balcão. - Não se pode escolher a família.
Foi minha vez de rir. Brenda abriu e fechou a boca varias vezes como se pensasse em algo para dizer.
- Me poupe. - Ela disse alto demais, chamando a atenção de várias pessoas ao nosso redor. - Como se Eu, Brenda Price pudesse se comparada com uma Rockgroove. Por favor.
Ela falava cada vez mais alto, atiçando a curiosidade de cada vez mais pessoas. Olhando ao redor, encontrei Noah, abraçado à Sarah Jones. Ela não estava perto o suficiente para notar a bagunça que se formava ali, mas ele havia ouvido com certeza as palavras de Brenda. Me direcionou um olhar de reprovação e convidou Sarah para conhecer o segundo andar.
- Me poupe digo eu! - Observei meu irmão e sua namoradinha subirem as escadas pelo canto do olho antes de me voltar para Brenda. - Não preciso participar desse seu showzinho pra provar que sou muito diferente de você. Pelo contrário, prefiro que você mantenha distância.
- Está com medo, Nina? - Provocou.
- Não sei se medo é a palavra certa! - Sei de ombros. - Eu acho "nojo" muito mais adequado. Agora se você me dá licença...
Como o bar ficava diante da parede e Brenda e a multidão de espectadores que se formava haviam nos encurralado, Eu precisava passar por ela para ir a qualquer lugar. Caminhei na direção que achei melhor, passando ao seu lado com alguma distância, mas ela se colocou em meu cáminho e, empurrando meu ombro, me fez cambalear para trás, obrigando Johnny a me amparar.- Só um instante, Rockgroove! - Ela voltou ao sorriso debochado. - Ainda não acabei com você.
- É melhor me deixar ir se não quiser que eu acabe com você! - Disse me colocando de pé.
- Isso foi uma ameaça? - Seus olhos faiscaram.
- Nina. - Johnny murmurou pondo a mão sobre meu ombro.
- Isso foi um aviso! - Respondi. Ouvindo o garoto me chamar de novo. - E não haverá outro.
- Nina! - Ele disse outra vez, eu me desvencilhei de sua mão.
Sentia meu sangue esquentar. Nada de mal ia acontecer, eu era perfeitamente capaz de derrubar aquela vadia sem me tranfigurar. A galera ao redor já havia formado um coro " Briga, briga! " pediam.
- Eu tenho uma proposta! - Ela disse alto para que o público ouvisse. - Você faz Kung fu, certo?
- karatê! - Corrigi.
- Tanto faz! - Ela revirou os olhos. - Eu faço Muay Tay. São modalidades bem diferentes, mas acho que podemos fazer uma luta limpa e relativamente justa se desconsiderarmos o fato de que sou eu contra você!
- Muito bem! - Eu dei de ombros. - Quando e onde?
- Agora. Quer dizer, se você não estiver muito assustada! - zombou.
- Por mim tanto faz! Aonde?
- Na ponte velha, no fim da rua.
VOCÊ ESTÁ LENDO
"True Alpha" - Just a Fairy Tale.
WerewolfSer um Alfa vai muito além de ter poder. Ser um Alfa é ser um lider, um bom lider. Ser um Alfa é ser pai, irmão e amigo ao mesmo tempo. É exigir respeito sem ser arrogante, ter sensibilidade e firmeza na medida certa. Mas, pra mim, ser um alfa era s...