Vampiros

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Eu não tinha muito o que fazer naquela tarde. Terça-feira não tínhamos treino de natação. Nem quinta. Eram os dias em que eu treinava karatê. Mas o treino era só as 18 horas. Eu tinha a tarde livre. Então resolvi pesquisar.

Eu me sentia a garota do Crepúsculo enquanto meus olhos corriam por lendar mitos e indícios. Nada que me parecesse real ou possível, mas algumas coisas são bem interessantes! 
Vampiros e Lobisomens não são muito diferentes! A maioria das histórias começa com uma mordida de um monstro completamente desconhecido. Depois a transformação: quando uma criatura horrenda com presas enormes começa a atacar a cidade. E depois um caçador corajoso e de bom coração mata a criatura. Emocionante.

É engraçado como as coisas se misturam na internet. Acabei perdida em meio a documentários sobre supostos aliens e no fim estava assistindo um sobre sereias. Na verdade pareciam mais umas lagartixas de cabeça redoda cujas patas traseiras haviam sido arrancadas. Medonho.

Fiquei vidrada. Os efeitos especiais eram muito bons. Mas fora isso os vídeos eram péssimos. Por que pessoas perdem tempo com esse tipo de coisa?

Bem... Eu estou perdendo tempo com esse tipo de coisa nesse exato momento.

Isso tudo me fez lembrar de uma conversa que havia tido com Johnny, quase dois meses atrás, na festa que mudou minha vida. Ele não acreditou quando falei sobre True Alphas. Ainda não acreditava na verdade. Tinha deixado isso bem claro pra mim mais cedo. Na ocasião da festa, ele disse que acreditaria em mim no dia em que visse uma sereia. Me senti triste. Aqueles comentários faziam elas parecerem bem irreais!

Talvez eu devesse ficar grata por isso. Não iríamos querer mais rapazes morrendo afogados na cidade. Voltei a me concentrar nos vampiros. Em especial, em como mata-los. Alho, estaca no coração, decapitação... Mas a maioria das lendas falava sobre uma grande fera que poderia matar vampiros, um monstro que os derrotaria em qualquer batalha: Um Lobisomem.

Isso era fantástico! Como matar um vampiro? Seja um lobisomem. As coisas eram bem mais simples assim! Poderíamos mata-los como se fossem humanos normais.

Desliguei o computador  e resolvi tirar um cochilo antes de sair.

Então eu estava na beira de um lago. Um imenso lago de águas negras e estatística. O luar fazendo com que se larecessem com uma enorme fonte de mercúrio líquido. Estava frio. O frio que o inverno estava pronto para trazer à Califórnia. Senti a água gélida em meus dedos. Era doloroso.

Eu queria olhar ao redor, mas algo atraia meu olhar para um ponto fixo no meio do lago. Parecia que eu estava observando aquela área há séculos.

Pequenas bolhas estouraram na superfície. Apenas duas. E desapareceram como se não tivessem surgido. Mais um momento de paz absoluta. Não me lembrava de ter dado um passo se quer, mas agora a água estava nas minhas canelas.

Algo movimentou água. Exatamente naquele ponto. Criou uma pequena onda que se dissolveu na imensidão de águas. Eu estava certa de que havia algo alí. Submerso. A água alcançava meus joelhos.

A superficie foi rompido. Um objeto, aparentemente de forma esférica, boiava. Ele emergia lentamente. Logo percebi olhos. Me encaravam, frios e crueis. Eu os encarei de volta.

Outros dois pares de olhos surgiram ao lado daquele. Os olhos do meio comecaram a se erguer. Exibindo um rosto familiar. Cabelos cor de cobre, lisos emolhados caiam por seus ombros ocultando os seios. Nada mais  cobria seu corpo até a altura da cintura, a parte que eu podia ver. Ela sorriu como um anjo caído. Lila.

As duas ao seu lado deixaram apenas o busto fora d'água. Sorriam também. Tão gentis! A água agora estava na minha cintura.

Lila mergulhou em minha direção. Estava escuro, mas eu poderia jurar que ela estava sendo seguida por um peixe. As amigas a seguiram. Dessa vez eu pude ver com clareza. Quando elas mergulhavam, a comprida cauda de peixe se movimentando de forma a impulsiona-la pra frente.

Elas ergueram-se novamente a poucos  centímetros de mim. Amanda e Beth pegaram minhas mãos.

- Vamos! Venha nadar conosco! - Pediu Lila.

Estava um frio impossível. Eu sentia meu corpo estremecer. Os dentes baterem. No entanto, o convite pareceu absurdamente tentador.

- Vai ser tão divertido! - Disse Beth.

- Não há nada melhor na superfície! - Acrescentou Amanda.

Elas me puxavam lentamente para dentro da água. Eu estava feliz. Eu tinha a água na altura dos ombros.

- Relaxe! - Ordenou, Lila.

A ruiva ergueu uma grande concha branca como a lua. Era mais ou menos do tamanho das mãos de Stiles. Essa referência me surpreendeu. Nunca havia reparado nas mãos de Stiles. Então, percebi algo,  claro que ajudou muito o que Lila disse em seguida.

As três garotas haviam me cercado. Beth e Amanda ainda seguravam minhas mãos. Lila aproximou a concha do meu pescoço, pressionado-a contra a minha pele.

- Não se sente bem, Lydia? - Pude sentir a concha como uma lâmina, abrindo um corte profundo em meu pescoço,  o sangue escorrendo por meu pescoço.

Lila trouxe a conha para perto de si. Agora estava cheia de sangue.

- Viu? Nenhum deles se sente mal em morrer por nós! - Disse a ruiva, levando a concha até  a boca e tomando um gole de su conteúdo.

Acordei assustada. Eu não devia ter visto todos aqueles vídeos!

"True Alpha" - Just a Fairy Tale.Onde histórias criam vida. Descubra agora