Minha Fera

Capitulo 34 - 2 meses depois.

2 meses depois...

- A sua barriga está muito engraçada, você parece aquelas cobras quando engole um rato. - Cath cai na gargalhada.

- Hahaha! Não achei nada engraçado. - Olho minha barriga novamente no espelho - Poderia ficar assim para sempre. - Digo.

- Ia ser bem estranho, você vem idosa com uma barriga de grávida. - Diz Cath.

- Eu quis dizer até eu ter o bebê.

- Não, você quis dizer que quer ficar assim para sempre.

- Não enche, Cath. - Reviro os olhos para ela - Será que o bebê vai ser negro ou branco?

- Porque ele seria negro? - Pergunta Cath.

- Olhe para mim.

- Você não é negra, Bela. Você é morena clara... Na verdade você é mulata, não é muito clara mas também não é muito escura... Isso é confuso. - Cath coça a cabeça.

- Na minha certidão está dizendo que eu sou negra. - Ergo minha sobrancelha para ela.

- E na minha está dizendo que eu sou amarela. - Cath e eu caímos na gargalhada. - Sua certidão não prova nada.

- Tem razão, mas me considerei negra mesmo quando todos os abrigos me rejeitavam apenas pela minha cor. Nem os caras que adotam crianças para ser suas escravas sexual não me quiseram.

- Existe esse tipo de gente? - Cath pergunta assustada.

- É o que diziam no abrigo. Dizem que tinha uma garota lá que se chama Trice, ela tinha 17 anos quando foi adotada por um homem que queria uma mulher como sua escrava sexual e então eles se apaixonaram, eles até casaram e tiverem filhos.

- Essa história é bem linda, da até pra virar filme.

- Dizem que essa foi a única que se deu bem, as outras parece que morreram eletrocutadas, enforcadas com chicote ou morreram de fome por ficarem presas em algemas.

- Credo, Bela! Que coisa horrível. - Cath faz cara feia.

- Imagine você ser rejeitada até por esses caras só porque uma simples certidão está dizendo que você é negra? - Ando de um lado para outro - Não tem lógica, imagine se te identificasse só por certidão, as pessoas iam imaginar o que? Que você é uma simpson humana?

- Você está gozação comigo. - Cath me encara seria.

- Não. - Rio dela - Sabe às vezes fico imaginando como Edward seria como pai. - Digo.

- Ele sempre foi muito bom comigo. Eu estudava em uma escola que lá era muito rígido, só podia entrar na escola com sapato branco ou preto. - Cath está olhando para um ponto invisível com uma expressão pensativa - Eu odiava ter que andar com aqueles sapatos feios, eu sempre quis ir com minha bota rosa da Barbie. - Cath sorrir - Aí Edward comprou a escola e criou uma regra em que todas as crianças deveriam ir de sapato colorido. Até hoje essa regra existe na escola, claro, ele ainda é o dono.

- Edward é uma boa pessoa, ele só tem seus deslizes. - Digo.

- Eu chamaria mais para queda, deslize é uma palavra fraca.

- Tem razão.

- Agora veste logo esse vestido antes que Dora venha atrás da gente. - Cath joga um vestido e eu aparo.

Visto o vestido, me olho no espelho a barriga não aparece, eu estou a mesma Bela de sempre.

- E se Edward vim só daqui a nove meses? Vamos dizer que você está com um tumor enorme? Ou que todos seus órgãos incharam?

- Vamos dizer a verdade. - Digo.

- Você não é nenhum pouco emocionante. - Cath revira os olhos.

- Quer que eu diga o que?

- Sei lá, que você vai morrer daqui a três meses. Eles vão te paparicar até sua morte.

- Que quer dizer parto.

- Isso, ai podemos dizer que não se passava de uma brincadeira.

- Você pensa nas coisas que você fala? Ou você só pensa e diz?

- Acho que a última opção. - Cath diz pensativa.

- Eu vou ser odiada por todos, nem a pau que vou fazer isso.

- Cath! Bela! - Escutamos Dora bater no quarto.

Saímos do closet de Cath às pressas, Cath rapidamente abriu a porta e Dora nos olha desconfiada.

- O que vocês estavam fazendo? - Ela pergunta.

- Estávamos costurando, Bela quer um vestido e advinha quem vai ser a costureira. - Cath aponta para si mesma.

- Okay. - Dora agora está sorrindo - Edward ligou e disse que está voltando mês que vem.

- Que legal! - A felicidade de Cath é super falsa.

- Vocês não vem tomar café? - Pergunta Dora.

- Vamos sim, vou ajeitar umas coisas aqui. - Diz Cath.

- Estou aguardando vocês.

Cath fecha a porta e me olha seria.

- Ele está vindo. - Meu coração já está super acelerado.

Cath se abaixa até ficar a altura da minha barriga.

- Advinha quem vai conhecer o papai? - Cath olha para mim e sorrir.

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