Capitulo 20 - Balada.

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- Você não brincou na parte de roupa velha. - Cath sussurrou para mim enquanto dávamos passos lentos até o muro.

- Eu ainda não acho isso uma boa ideia. - Sussurro.

- Se você não quiser ir ainda dá tempo. - Diz Cath.

- Eu não vou deixar você sozinha em uma boate.

- Então não reclama. - Paramos em frente ao muro - Até que essa maquiagem simples ficou bonita no seu rosto.

- Obrigada, se sua maquiagem estivesse menos forte estaria mais linda. Você sempre está linda, Cath. - Digo.

- Obrigada. - Ela sorriu - Eu nunca pulei um muro.

- Aprende comigo, eu já fugi várias vezes do abrigo.

Vou subindo devagar pelo muro da mansão e Cath me acompanha do outro lado. Pulamos e quando Cath percebeu que conseguimos me abraçou alegremente.

- Agora vamos, tira essa roupa. - Cath começa a trocar de roupa.

- Aqui mesmo? - Pergunto.

- Você não quer um banheiro privado aqui fora né?

Cath e eu trocamos de roupa rapidamente sem borrar a maquiagem. Assim que terminamos colocamos nossas roupas dentro da bolsa e jogamos de volta pelo muro para dentro da mansão.

- Posso falar uma coisa? - Diz Cath.

- Claro.

- Você é muito gata, Bela. - Ela diz me olhando da cabeça aos pés.

- Você também é linda, Cath. Agora podemos ir logo? Isso é muito longe?

- Não, só precisamos achar um táxi. Vamos. - Cath me puxa pelo braço.

(***)

A boate se chama Yellow e pelo barulho que se faz aqui fora lá dentro é bem agitado.

- Vamos. - Cath puxa minha mão alegremente.

Entregamos nossos ingressos ao guarda que está na porta. Entramos na boate, está mais ou menos lotada a música é bem alta e a as luzes brilham fortemente.

- Vou pegar bebida pra gente. - Cath corre e some em meio à multidão antes que eu fale algo.

Alguns minutos depois Cath volta com duas bebidas na mão.

- Você não pode sair do meu lado. - Digo para ela.

- Tá, vamos para a pista de dança? Lá que vamos passar nossa noite.

Cath e eu começamos a dançar loucamente como se a noite nunca mais fosse acabar.

(***)

- Eu vou pegar mais bebida. - Cath sai da pista de dança me deixando sozinha novamente.

Os minutos se passaram e Cath não voltou mais. Um veio na minha direção dançando, ele usa cabelo loiros tingidos, gloss nos lábios e lápis de olhos. Acho que ele é gay, pela forma que dança.

Nos dois começamos dançar alegremente, ele me puxou mais para perto e apertou meu traseiro. Acho que ele não é tão gay assim.

- Vou atrás da minha amiga. - Me liberto das garras dele.

Procuro Cath por todos os cantos. Vou até o bar que fica em uma parte escura da boate. Olho de um lado para o outro e não a vejo.

- Olá, gatinha. - Sou suspensa no ar por dois homens.

- O que vocês estão fazendo? - Tento me soltar.

- Estamos com sua amiguinha e ela não parece muito bem. - O do lado esquerdo disse.

- Se não chegar a tempo ela não vai ser mais tão pura. - O da direita riu.

- Solta ela, deixem a ir. - Puxo meu braço com força e me solto das garras do da direita.

- Calma, gatinha.

- Eu odeio quem me chama de gatinha . - Acerto um murro no nariz do homem.

Droga isso doeu muito, mas não nele em mim mesmo.

- Você vai pagar por isso. - O homem segura seu nariz ensanguentado.

- Solta ela! - É a voz dele.

Edward acerta um murro na cara do outro homem e ele cai no chão desmaiado. Ele pega o que está com o nariz ensanguentado pela gola da camisa.

- Me diga agora! Onde ela está?

O homem apontou todo amedrontado para o lado mais escuro da boate.

Edward saiu correndo, não demorou muito e ele voltou carregando Cath nos braços.

- Vamos embora agora! - A cara dele já dizia que não estava nada bem e que eu ia ser demitida logo, logo.

Assim que saímos da boate Jamie estava esperando dentro do carro. Eu entrei no banco de carona e Edward entrou com Cath no de passageiro.

- O que vocês tinham em mente? - Edward parecia está muito furioso.

Jamie começa a dirigir e eu vejo a hora de está logo em casa.

- Queríamos uma noite de diversão. - Cath diz meia sonolenta.

- O que você tem, Cath? - Edward pergunta a ela.

- Eu acho que aqueles caras colocaram algo em minha bebida.

- Beba isso e quando acorda vai se sentir melhor. - Aposto que Edward deve está entregando algum comprimido a Cath.

- Só queria me divertir. - A voz da Cath é de desgosto.

- Mas na boate onde eu sou sócio? Você podia fazer algo mais seguro.

- Desculpa, pai... Sr.Lee... Edward. - Cath parecia está muito sonolenta.

A viagem segui-o em silêncio até a mansão. Entramos na casa e todos pareciam está tensos nos esperando. Cath parecia está melhor, ela até foi andando sozinha para dentro de cara.

- Bela, arrume suas coisas. Você não trabalha mais aqui. - Edward disse.

Meus olhos se encheram de água, eu queria a morte naquele momento.

- Não! Ela não tem culpa! - Ouvi Cath gritar - Eu quis ir e ela não queria, a Bela só foi porque não queria me deixar sozinha dentro de uma boate!

- E acabou te deixando. - Disse Edward.

- Mas porque eu fugi dela, aqueles caras eu conheci pela internet. Foram eles que me deram os ingressos! - O rosto de Cath está cheio de lágrimas. - Você nunca me deixa sair, sempre me impede de fazer as coisas. Eu sempre quis fazer aquele curso de moda e você nunca deixou! É por isso que as mulheres da sua vida somem porque você não dá espaço para elas respirarem! - Cath sai correndo em direção a seu quarto.

- E- eu vou arrumar minhas coisas. - Digo.

- Não, esquece Bela. Amanhã conversamos. - Diz Edward.

Olho nos olhos dele, vejo nada mais e nada menos que os olhos de uma fera.

Subo as escadas às pressas em direção ao meu quarto. Assim que feito na cama deixo as lágrimas escorrerem inexplicavelmente dos meus olhos.

Minha FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora