- Bela. - Ouço Cath me sacudir na cama. - O Sr. Lee já chegou.
- Ah! - Pulo da cama.
- Calma! Eu disse para ele que você estava tomando banho. O Sr. Lee odeia atrasos. Então você pode tomar um banho rápido? Ele já está te esperando.
- Tá, eu já estou indo. - Corro para o banheiro.
Tomo um banho rápido. Escovo meus dentes as presas. Visto uma calça preta e uma blusa colada de cor branca. Meu cabelo hoje acordou de bom humor, meus cachos estão bem armados. Dou uma última olhada no espelho e saio do quarto.
Todos estão no corredor e parecem está me esperando.
- O que é isso? - Pergunto aos sussurros.
- Ele está te aguardando. - Cath sussurra.
Respiro fundo. Caminho devagar para mais próximo da porta. Bato na porta e a abro.
- Sente-se, Bela. - A cadeira está virada para o lado da parede, mas eu sei que tem alguém sentado nela.
- Com licença. - Fecho a porta e me sento na cadeira que tem em frente à mesa.
- Me fale sobre você, Bela. - Sua voz é grossa e autoritária.
- O que você deseja saber? - Pergunto.
- Tudo sobre você. - Ele vira a cadeira ficando de frente para mim.
Minha respiração fica ofegante em vê-lo. Seus cabelos são negros, seus olhos tem um azul piscina. Há uma cicatriz enorme no seu rosto que começa do seu couro cabeludo e termina no queixo, no lado direito do seu rosto. Ele parece ser forte e musculoso pelo volume que seus braços transmitem.
- O-o que exatamente? - Me lembrei que Cath disse que ele tinha algo de errado e que não era para mim encarar.
- De onde você veio? Como chegou até aqui? Me diga sua história, Bela. - Ele encostou na cadeira e encarou meus olhos.
- Eu não tenho história. Sai do orfanato quando completei 18 anos. Eu morei na rua por alguns meses até participar de uma competição de comida. - Sorri ao me lembrar daquele dia - Eu ganhei e minha recompensa foi uma boa quantia de dinheiro. Eu fiquei vagando pelas ruas até achar uma casa que estava a venda. Do lado da casa das três Isas.
- Você fez um péssimo negócio. - Ele continuava me encarando.
- As três Isas são legais. - Sorri timidamente.
- Elas inventaram boatos dizendo que na minha casa há monstros. Não acho isso nada legal. - Ele me olhava sério. - Continue.
- Então eu comprei a casa e comecei a trabalhar em um bar no centro da cidade, mas já estava cansada. Então eu vi o anúncio de vocês no jornal e liguei. Marquei de vim aqui com Alfred e no mesmo dia eu me mudei para cá.
- E por algum acaso eles te contaram a história deles? De onde eles vieram? - Pergunta Edward.
- Não.
- Ótimo. Irei contar. - Ele se ajeitou na cadeira - Eles nunca contam porque sempre tem medo das pessoas ter preconceito com eles, mas vejam só. Você também tem uma história bem parecida com a deles. - Ele colocou sua mão sobre a mesa e pude ver várias cicatrizes nas suas mãos - Alfred era dançarino de uma boate. Eu vi o dia em que ele estava apanhando e decidi trazê-lo para minha casa. Catarina e Caique eu achei quando eles eram bebês, eles estavam jogados na floresta em frente à está casa. James era um mendigo quem sem querer tropecei e acabei o trazendo para minha casa também. Dora é uma amiga familiar muito antiga. - Ele para de falar e fica me observando.
- E a sua história ? - Pergunto.
- Tem o mesmo destino da sua. - Ele rapidamente se levanta da cadeira. Percebi o quanto ele é alto. - Uma coisa que esqueci de pergunta, você tem quantos anos?
- Vinte e três. - Me levanto também.
- Ótimo. Agora pode voltar ao trabalho, Bela.
- E você? - Pergunto.
- O que tem eu?
- Quantos anos vocês têm?
- Isso não importa. Apenas volte ao seu trabalho.
- Desculpe. - Abaixo minha cabeça coberta pela vergonha. O que deu em mim?
Saio do escritório. Não há ninguém no corredor. Desço as escadas e caminho em direção à cozinha.
Todos estão sentados na mesa tomando café. Assim que chego todos me encaram e eu cruzo os braços.
- Obrigada pela confiança de vocês. - Digo.
- O que foi? - Pergunta Cath.
- O Sr. Lee me contou a história de vocês. O que há demais? Eu contei a minha para vocês e passamos pelas mesmas coisas.
- Ele o que!? - Gritou Cath.
Alfred jogou todo o café que estava na sua boca para cima. Fazendo todos se melarem de café.
- Não acredito nisso. - Disse Caique.
- Calma! É apenas uma história. - Digo.
- Você agora está chateada? - Pergunta Cath.
Todos param e me olham.
- Não. É normal as pessoas sentirem vergonha das suas histórias. - Sento-me na cadeira e tomo uma golada de café.
- Que alivio. - Alfred passa a mão na cabeça.
- Você que vai limpar isso daqui. - Cath aponta para o chão sujo de café.
- Eu sou apenas o mordomo e você a faxineira. - Diz Alfred.
- Mas eu limpo o que o Sr. Lee suja e não você.
- Sr. Lee não suja quase nada. - Diz Alfred.
- Eu não vou limpar sua sujeira. - Cath cruza os braços.
- Eu não limpo sujeira de ninguém. - Diz Alfred.
- Okay! Eu limpo a sujeira. - Digo.
- Viu o que você fez Alfred? Bela está muito brava com a gente. - Diz Cath.
- Eu não... - Começo e Alfred me interrompe.
- Ela está chateada com você. A faxineira que tem que limpar. - Diz Alfred.
- Já chega! - Grita Dora - Vocês dois vão limpar agora!
Alfred e Cath se levantam da mesa resmungando.
- Obrigada por te acabado com isso. - Sorrio para Dora.
- Eu já não aguento mais. Parecem até crianças. - Dora se levanta da mesa também.
- Como foi lá com Edward? - Pergunta Caique.
- Ele foi gentil. - Sorrir.
- Bela! Você não vem trabalhar não? - Cath grita.
- Já estou indo! - Grito para Cath - Bem, tenho que voltar ao trabalho.
Me despeço de Caique e volto ao meu trabalho tentando controlar a curiosidade que se faz do meu chefe.
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Minha Fera
RomanceBela é uma menina órfã que se mudou para uma cidade pequena. Ela ouve vários boatos que no fim da rua a uma casa estranha e que mora monstro dentro da casa. Bela não tem medo de nada e decidi procurar emprego naquela casa, ela consegue de primeira u...