Capítulo IX

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Sentidos...

  Não seria a música uma língua perdida, da qual esquecemos o sentido e conservamos apenas a harmonia?  

Massimo Azeqlio




Depois de três horas e meia em pleno ar a aeronave deslizou sobre a pista, fazendo me tirar dos meus pensamentos, durante a viagem eu e minha irmã discutimos a proposta do show, da nossa estadia aqui em Recife, ela me contou que conseguiu a chave do apartamento do meu pai, ou seja, teríamos uma maior liberdade e privacidade que achei perfeito, além de me livrar da Vivian privacidade é o que eu mais quero. Quando descemos do avião minha irmã já estava preparada emocionalmente, para os gritos de alegria das fãs,

- Vamos? – Perguntei?

- Fazer o que, é o jeito, antes de sairmos da aeronave, minha pegou tampões de ouvido e os colocou.

- O que está fazendo?

- Você aguenta essa gritaria, mas eu não.

Sorrir e começamos a andar e como sempre uma legião de fãs gritando e os seguranças tentando conte-las. Meu nome estava em tudo que é faixas e camisetas escritas de várias formas, numas das fãs segurava um faixa que nela estava escrito: "faz um filho em mim também Rick" - bufei de raiva.

- Estou vendo que esse fato vai ser bem frequente por aqui também, - falei para minha irmã, que não escutou nada é lógico.

Quando chegamos no carro sorrir direto para as fãs e entrei no veículo, minha irmã olhou para mim, eu acho que ela estava tentando entender meus pensamentos, quando eu vi aquela faixa, lembrei que estava preste a pôr em prática o meu plano maluco, só tinha um problema, como eu vou fazer isso? Meu lado racional gritava no meu consciente; que não tinha sentido algum eu fazer isso, mas não dei ouvidos, já decidi e não vou voltar atrás.

Dentro do carro, fiquei na janela vendo as paisagens de Recife, seguimos pela praia, lógico com o esquadrão de seguranças a minha volta.

- Chegamos. Falou minha irmã.

- Graças a Deus! Exclamei, o apartamento do meu pai ficava na Avenida Boa Viagem, o lugar era espetacular, era um edifício imponente, revestido no mármore, com fontes que esguichavam agua de minuto a minuto, minha irmã me disse que o nosso andar era sétimo. Subimos e fui direto para minha cama, estava exausto, queria me afunda nos lençóis e não sair nunca mais.

- Nada disso mocinho, disse minha irmã, você vai tomar banho antes, e temos que passa o cronograma dos eventos que você vai estar, então levante sua bunda daí comece a se dirigir ao banheiro.

- Sim mamãe, falei sarcasticamente, minha irmã olhou para mim, e percebi que deveria obedece-la, sabia que ela não estava recuperada da briga com a Vivian.

- Henrique... - falou minha irmã contendo a raiva.

- Já estou indo para chuveiro, sair correndo antes que ela avançasse em mim, tomei uma chuveirada, terminando o banho, me barbeei, olhei para meu reflexo me veio a memória do que a Ana tinha falado com papai, ela pediu algo a ele, e isso me preocupava, queria saber o que é, mas não dava para pergunta a ela por que não me diria, resolvi deixa esse assunto de lado por enquanto, sair do banheiro e fui direto para sala enrolado na toalha.

- Ana, você me disse que iríamos à uma festa não foi?

- Sim, respondeu minha irmã, amanhã na casa do prefeito, ele vai receber os cantores que vão abrir o festival réveillon Recife.

- Bom devíamos levar alguma coisa para ele?

- Já que você tocou no assunto, estava pesquisando um pouco sobre o prefeito daqui, soube que ele gostar de música clássica, então estava pensando, podíamos dá um disco de vinil, algo simbólico.

- Ta certo, então você comprar e dar a ele, falei.

- Nada disso maninho você que vai comprar,

- O que? Ana eu não posso sair nas ruas você sabe disso.

- Coloca um boné sei que você tem seus modos de se esconder de mim e de seus fãs, já aluguei um carro para você, já está no estacionamento, só pegar o elevador, descer até o estacionamento, pegar o carro e zarpar entendeu?

Olhei para minha irmã, - Você não pode fazer isso? Perguntei,

- Rick! Amanhã vou passar o dia marcando coletivas e você acha que fácil encontrar um lugar para ensaiar suas coreografias?

- Está bom... Eu vou – suspirei.

Me aproximei da sacada e lá de baixo já existia uma legião de fãs gritando meu nome, aquela parte de privacidade já pode ser cortada da minha lista, olhei em direção ao mar, e forquei meus pensamentos numa forma de encontrar o Daniel ou qualquer outro cara que pudesse me ajudar, escutei os gritos intensificarem lá embaixo, acho que elas me viram. Acenei então os gritos aumentaram;

-Rick sai da janela, só vai aumentar a maluquice dessas meninas. – Reclamou minha irmã.

- Okay, disse me afastando e sentei na poltrona do lado dela, ela mexia no celular freneticamente.

- Assim vai quebrar o celular. - Brinquei.

- Eu vou quebra sim, na sua cabeça se você não me deixa em paz, além do mais seu mauricinho, eu trabalho enquanto você canta e fica engravidando essas malucas eu tenho que ficar limpando toda sua sujeira, o que quero dizer se não vai ajudar também não fique me zoando.

Me afastei. Olhei para minha irmã e não podia parar de me sentir culpado, olhei para o chão e respirei fundo.

- Desculpa Ana, vou fazer o possível para não...

- - Não prometa disse minha irmã me interrompendo. Ela se levantou e veio na minha direção - nós sabemos que você não é bom para promessa, ela sorriu e me abraçou. Né baby?

- É sim. Respondi.

- Bom como disse, tenho muita coisa para fazer e estou exausta e vou dormir sugiro que você faça o mesmo.

- Está certo, e no movimento rápido peguei minha irmã nos meus braços. – Vou colocar você na cama bebezinha, minha irmã gargalhou.

- Me solta, pus ela no chão.

- Sua criança! Ela me deu beijo na bochecha e seguiu para seu quarto. Antes de ela entrar nele minha gritou.

- Vá descansar, amanhã você tem um dia cheio. Forcei o meu corpo caminhar em direção a cama, desabei. Esperando o dia de amanhã. 


Incondicional  (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora