Capítulo XVI

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Dúvidas...







Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar.

William Shakespeare.

Durante todo ensaio, minha mente viajava até o encontro de Daniel, a sensação de seu corpo ao meu de uma forma estranha me excitava, toda vez que me pegava nesses devaneios me autocensurava, não posso me dar o luxo de ficar confuso ou me culpando pelas coisas que aconteceram na noite passada, eu tinha que bloqueá-lo, cada vez que meus pensamentos iam nessa direção acabava prejudicando bastante a banda e a Ana, pois sempre tínhamos que voltar do inicio.

Mas por que isso está me incomodando tanto? por que ele retribuiu o beijo? Ele poderia cortar do inicio, mas não o fez por que o Daniel...

- Para! Para! Gritou Fagner da cabine de controle do som. – Rick, meu filho, o que está acontecendo com você?

- Foi mal gente, não vai se repetir.

- Você já falou isso, Rick. – Disse Fagner. – vamos fazer o seguinte, vamos dar uma parada de vinte minutos? Vamos todos tomar um café ou algum refri ou um cerveja, depois voltamos contudo, Rick, seja lá o que esteja passando em sua mente, preciso que despache para bem longe, para que você possa se concentrar, okay? Confirmei com a cabeça. - Depois voltamos com o ensaio, entendeu?

- Perfeitamente Fagner, como disse não vai se repetir.

- Eu espero que não, intervalo! – Exclamou Fagner.

Minha irmã lançou aquele olhar de que iria me matar, olhei para o chão tentando fugir do olhar predatório da Ana, "tenho que me concentrar" - murmurava nos meus pensamentos, tento banir todos os pensamentos sobre o Daniel, mas sempre voltam, por que isso está acontecendo comigo? Mas quanto mais eu penso, a resposta fica mais oculta - Respiro fundo.

Bebi água e tentei organizar meus pensamentos, escutei os passos familiares dos tênis da minha irmã vindo em minha direção.

- Ana, não, como eu já disse, não vai acontecer mais, - disparei antes que ela pudesse abrir a boca. - Desculpa tá? Vou me concentrar, prometo.

- Eu sei Rick...

- Ana por favor, me deixa só... – Já disse que não vai acontecer de novo! Escutei a respiração da minha irmã ficando forte esse é o sinal de que ela está se segurando para não gritar comigo.

- Está certo Rick, faça como quiser, minha irmã passou a mão no meu cabelo e deu as costas para conversar com o Fagner. – Carol sentou meu lado.

- Rick...

- Eu sei Carol ela não tem nada a ver com isso depois peço desculpas a ela.

- Rick, você não percebe, você se faz de forte mas não é, você é mais frágil do que uma taca de vidro, sabe que eu digo?

- O que? - Perguntei.

- Que você está esgotado com tudo que vem acontecendo, isso sem dizer como o Daniel consegue lhe afetar, ele mexeu com você, e não venha dizer que não, por que estar estampado no seu rosto e em suas ações.

Soltei uma risada, e olhei para ela.

- Você está imaginado coisas Carol.

- Estou? Você que sabe, agora se concentre no seu trabalho, estar me ouvindo? Por que se eu tiver que tocar de novo "ressoar" eu enfio minha baqueta onde sol não bate.

Incondicional  (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora