Capítulo IV

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Escolhas...




Uma pessoa imatura pensa que todas as suas escolhas geram ganhos. Uma pessoa madura sabe que todas as escolhas tem perdas.


Augusto cury







Eu sabia que não era culpa da minha irmã, mas eu estava furioso comigo por ser tão idiota, de ter caído nessa roubada, com a Ana, por concordar com essa história maluca de casamento, principalmente com aquela vadia da Vivian.

Saí do hotel e nem percebi que a camisa que eu peguei era um blusão com capuz. - Perfeito! Assim fujo dos assédios dos fãs. Vida de um famoso não é fácil, você não consegue sair nem na esquina para comprar cigarros, que já é atacado por papéis e fotos. No começo eu até adorava, mas agora não tenho mais vida social, se eu quiser encontrar um amigo tem quer ser entre quatro paredes. - Saco de vida!

Chegava perto do calçadão quando a brisa do mar acariciou meu rosto, essa brisa me fez lembrar do meu antigo lar, como eu daria tudo para volta para nossa casa em Angras do Reis, faz tempo que eu não vou lá, ainda me lembro da maresia, do barulho do vento que invadia meu quarto toda manhã, ainda me lembro do barulho do assoalho, aquele leve rangido sobre nossos pés, do cheiro maravilhoso que vinha da cozinha, do orvalho da manhã que banhava toda extensão do nosso jardim, lembro dos gritos de alegria quando brincava com minha irmã, por um breve momento consegui sorrir, - Aqueles eram dias felizes.

Meu pai tinha nascido la, como eu e minha irmã. Ele já era um homem de negócio, era advogado de um resort bem famoso, foi nesse resort que ele conheceu minha mãe, ela tinha se hospedado junto com algumas amigas, não sei se foi amor à primeira vista, na verdade não sei se meu pai conhece tal emoção, mas algo nele cativou minha mãe para ela ter se apaixonado por ele, mas sei o motivo de meu pai ter gostado dela. Elisa Arcanon tinha uma beleza extraordinária, ela era loira de olhos azuis, pele clara, possuía uns dos mais belos sorrisos, seu carisma contagiava a todos, ela sempre mantinha um sorriso travesso nos lábios, lembro que quando ficava triste ela simplesmente sorria para mim e eu acabava me esquecendo da raiva.

Minha mãe tinha nascido no estado de Washington, nos Estados Unidos, o engraçado da história é que minha mãe descende de índios cherokee, (eu acho que o nome é assim), bom ela nos mencionou isso uma vez, mas ela não parecia nada com uma índia, mesmo ela dizendo que era uma descendência bem distante. Ao lembrar dela sinto o vazio dentro de mim.

Eu a adorava, ela era uma mulher extremamente bondosa, sempre movia ações solidárias, distribua sopa para os mendigos, se vestia de palhaça para alegrar crianças com câncer; eu sempre a acompanhava nesses eventos. - Novamente sinto minha velha "companheira dor" se aproximando, um aperto na garganta aparece e aos poucos sinto as lágrimas descerem pelo meu rosto. Aquele vazio nunca será preenchido, sinto tanta falta dela, desde da sua partida que nunca mais fui o mesmo.

Sinto uma brisa aconchegante tocar meu rosto, enxugo as lágrimas, tentando me livrar daquela angustia, - sinto meu celular vibrando, olho e vejo que é minha irmã, desligo e começo caminhar, tento andar de cabeça baixa para que ninguém me reconheça, agora que não tenho mais vida normal, a loucura só aumenta, pois agora tenho um pacote de casamento com um bônus do filho, - sinceramente pode piorar?

Incondicional  (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora